Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas, com mais de 500 estudos catalogados pelo Grupo de Trabalho Científico coordenado pela diretora Roseny Flávia Martins, seleciona estudos de destaque, e começa por artigo de Dan Cohen, PhD em psicologia pela Saybrook University e MBA pela Boston University. Texto analisa abordagem que une consciência, emoção e herança genética para desvendar traumas invisíveis que atravessam gerações

O Grupo de Trabalho (GT) Científico do Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS) desde maio de 2024 se dedica a compilar e organizar uma extensa coleção de referências bibliográficas sobre Constelações Familiares. Com mais de 500 estudos catalogados em diversas bases de dados, o material será disponibilizado em breve no site da instituição, e oferecerá um acervo valioso para pesquisadores, terapeutas e associados interessados em aprofundar conhecimentos sobre a abordagem.

Sob a liderança da diretora científica do CECS, Roseny Flávia Martins, pesquisadora com mais de duas décadas de experiência, a equipe selecionou 10 artigos de destaque que abordam temas centrais sobre as Constelações Familiares.

Esses trabalhos serão divulgados em uma série de reportagens em que se destacam as contribuições para o campo. O primeiro artigo da lista é “Terapia de Constelação Familiar: Uma abordagem emergente para trabalhar com consciência não local em um recipiente terapêutico”, de autoria de Dan Cohen, PhD em psicologia pela Saybrook University e MBA pela Boston University.

A iniciativa do CECS de reunir e divulgar essas referências bibliográficas marca um passo importante na consolidação das Constelações Familiares como uma abordagem terapêutica respaldada por evidências científicas. Para Roseny Flávia, “a disponibilização desse material não só fortalece a credibilidade da prática, mas também abre novas portas para pesquisas futuras, ao incentivar a comunidade científica a explorar os mecanismos por trás desse conhecimento transformador”.

Nos próximos dias, o CECS publicará reportagens detalhadas sobre os artigos selecionados, a começar pelo trabalho de Dan Cohen.

A série promete oferecer insights valiosos sobre como as Constelações Familiares podem ajudar indivíduos a entender e transformar as histórias pessoais e familiares, ao conectar passado, presente e futuro em um processo de cura profunda e significativa.

“Terapia de Constelação Familiar: Uma abordagem emergente para trabalhar com consciência não local em um recipiente terapêutico”, de Dan Cohen, PhD

A terapia de Constelações Familiares, uma abordagem terapêutica que alcança destaque global, propõe uma visão inovadora sobre como lidar com questões emocionais, comportamentais e físicas. Desenvolvida pelo psicanalista alemão Bert Hellinger, a técnica tem como foco identificar e resolver padrões problemáticos herdados de gerações anteriores, conhecidos como “emaranhados familiares”. Esses padrões, muitas vezes invisíveis, podem ser a raiz de sofrimentos que parecem inexplicáveis na história individual, mas que têm conexões profundas com o sistema familiar.

No artigo “Terapia de Constelação Familiar: Uma abordagem emergente para trabalhar com consciência não local em um recipiente terapêutico”, Dan Cohen, PhD em psicologia pela Saybrook University e MBA pela Boston University, explora os fundamentos e as implicações dessa prática.

Publicado em 2024, o texto destaca como as Constelações Familiares trabalham tanto com aspectos conscientes quanto inconscientes, ao utilizar técnicas como percepção representativa e sintonia para acessar memórias e traumas ancestrais de forma simbólica e intuitiva.

Um dos aspectos mais intrigantes da abordagem é sua conexão com teorias emergentes sobre consciência e herança emocional. Cohen sugere que, ao observar e trabalhar com traumas herdados, é possível influenciar não apenas a mente, mas também o corpo, talvez até em nível celular. Isso inclui a possibilidade de afetar marcas epigenéticas — mudanças na expressão dos genes causadas por experiências ambientais ou emocionais.

A prática das Constelações Familiares tem sido comparada a fenômenos como visualização remota e mediunidade, embora o foco principal seja a transformação de padrões familiares disfuncionais. Em busca de uma base científica consolidada, algumas teorias, como a quântica da consciência, têm sido apontadas como possíveis explicações para os efeitos observados.

O artigo de Cohen também apresenta quatro estudos de caso que ilustram a aplicação prática da abordagem. Esses exemplos mostram como indivíduos conseguiram identificar e liberar emoções e tensões presas em seus sistemas familiares, o que resultou em mudanças significativas em suas vidas.

Embora a terapia de Constelações Familiares ainda seja alvo de ceticismo por parte de alguns setores da comunidade científica, sua popularidade crescente e os relatos de transformação pessoal sugerem que ela pode oferecer uma nova perspectiva sobre a cura emocional.

Ao mergulhar nas raízes ancestrais do sofrimento humano, a abordagem abre caminho para uma compreensão mais profunda de como o passado familiar pode moldar o presente — e como é possível transformar esse legado para as gerações futuras.

Enquanto a ciência continua a explorar os mecanismos por trás dessa prática, as Constelações Familiares se consolidam como uma ferramenta poderosa para quem busca desvendar os mistérios invisíveis que conectam passado, presente e futuro.

A simbiogênese e a memória exaptiva: A evolução como um processo consciente

A simbiogênese, um conceito central na biologia evolutiva, descreve como organismos assimilam características de outros seres vivos para se adaptar e evoluir. Esse processo, que remonta às primeiras formas de vida, não apenas permitiu a sobrevivência em ambientes mutáveis, mas também pode ter desempenhado um papel crucial no surgimento da consciência.

A memória exaptiva, capacidade dos organismos de lembrar e utilizar características recém-adquiridas, é apontada como um mecanismo fundamental nesse processo. Essa memória não apenas moldou a evolução da vida, mas também pode ter contribuído para o desenvolvimento de formas mais complexas de consciência. Pesquisas recentes exploram como propriedades quânticas, como o emaranhamento e a ressonância, podem estar envolvidas nesses processos biológicos, ao sugerir que a vida opera tanto em nível terrestre quanto cósmico, destaca o artigo de Cohen.

O experimento da dupla fenda e a consciência quântica

O experimento da dupla fenda, um marco na física quântica, trouxe à tona questões profundas sobre a natureza da realidade e o papel da consciência. Quando partículas como elétrons ou fótons são disparadas através de uma barreira com duas fendas, elas produzem um padrão de interferência, comportando-se como ondas. No entanto, quando observadas, essas partículas passam a se comportar como partículas sólidas, sugerindo que o ato de observação altera o resultado do experimento. Esse fenômeno, conhecido como “efeito observador”, desafia a noção clássica de que a realidade é independente da consciência.

De acordo com Dan Cohen, o emaranhamento quântico, outro conceito intrigante, descreve como partículas podem estar instantaneamente conectadas, independentemente da distância que as separa. Esse fenômeno, que Albert Einstein chamou de “ação assustadora à distância”, tem implicações profundas para a compreensão da consciência e da comunicação entre organismos. Se partículas podem estar emaranhadas, seria possível que a consciência também operasse em um nível não local, conectando indivíduos e até gerações?

Comunicação célula-célula e a transmissão quântica de informações

Dan Cohen cita autores que propõem que as células operam tanto sob princípios newtonianos quanto quânticos, agindo como agentes unificadores entre esses dois domínios. Segundo eles, o emaranhamento quântico pode ser a base para a simbiogênese, ao permitir que a vida funcione em níveis terrestres e cósmicos. Outros pesquisadores avançam nessa ideia, ao sugerir que a consciência emerge da ressonância com campos vibracionais quânticos, que carregam matéria, energia e informação.

Essa perspectiva abre caminho para entender como a consciência pode se estender além do indivíduo, conectando-se à humanidade, à Terra e ao Cosmos. Além disso, a memória celular, que não está restrita ao DNA ou ao cérebro, pode ser um mecanismo crucial para a assimilação de informações ambientais. A herança epigenética, por exemplo, mostra como fatores ambientais podem deixar marcas nas gerações futuras, ao transmitir adaptações e até traumas, diz o estudo.

Epigenética e a transmissão de traumas geracionais

Pesquisas em epigenética comportamental demonstram que o estresse e o trauma vivenciados por uma geração podem alterar a expressão genética e o comportamento de descendentes. Em animais, estudos mostram que alterações epigenéticas decorrentes de experiências traumáticas podem ser transmitidas por várias gerações.

Destaca ainda que cientistas sugerem que as propriedades quânticas da fisiologia celular podem ser os transmissores desses traumas, codificados em marcas epigenéticas. Essa ideia, ainda especulativa, oferece uma nova perspectiva sobre como experiências passadas podem continuar a influenciar as gerações futuras, não apenas culturalmente, mas também biologicamente, aponta Dan Cohen.

A lacuna entre biologia e psicologia: Por que a mente ainda é um mistério

Apesar dos avanços nas ciências naturais, a psicologia ainda enfrenta desafios para explicar a complexidade da mente humana. Transtornos emocionais como depressão, ansiedade e vícios continuam sem marcadores biológicos claros, conforme destacado por Michael First, editor do DSM-IV Ele afirma que, mesmo após décadas de pesquisa, não há um único marcador neurobiológico confiável para diagnosticar ou prever respostas a tratamentos psiquiátricos.

Aponta ainda que uma pesquisa de revisão recente reforça essa lacuna, sugerindo que a ideia de transtornos mentais como “distúrbios cerebrais” é mais uma hipótese do que uma conclusão científica comprovada. Enquanto a genética comportamental oferece insights sobre fatores biológicos subjacentes a transtornos psicológicos, tratamentos eficazes ainda são escassos. Essa deficiência abre espaço para abordagens alternativas, como as Constelações Familiares, que buscam tratar questões emocionais e comportamentais de forma holística e sistêmica, destaca o estudo.

Constelações Familiares: Uma abordagem transpessoal e fenomenológica

A abordagem das Constelações Familiares se sustenta em três pilares fundamentais, que combinam filosofia, psicologia e práticas ancestrais para oferecer uma visão única sobre a cura emocional e a resolução de conflitos familiares. O primeiro pilar é a orientação fenomenológica, que tem suas raízes no pensamento de filósofos como Brentano, Husserl e Heidegger. Essa perspectiva busca entender a consciência como uma unidade, mesmo que imperfeita ou incompleta. Em outras palavras, a abordagem não se preocupa em fragmentar a experiência humana em partes isoladas, mas sim em percebê-la como um todo, integrando emoções, sensações e memórias em um único campo de percepção.

O segundo pilar é a percepção representativa, um dos aspectos mais intrigantes da abordagem. Durante as sessões, participantes assumem o papel de membros da família ou elementos simbólicos relacionados à questão trazida pelo cliente. Esses representantes, muitas vezes desconhecidos uns dos outros, começam a experimentar emoções, pensamentos e sensações físicas que parecem estar conectados às pessoas ou situações que representam. Esse fenômeno, que alguns comparam à mediunidade ou à visualização remota, permite que o grupo acesse informações que vão além do consciente, ao revelar padrões ocultos no sistema familiar.

Por fim, o terceiro pilar consiste nos enredamentos sistêmicos, que abordam a ideia de que traumas e conflitos não resolvidos podem ser transmitidos por intermédio das gerações, mesmo sem uma comunicação direta ou narrativa. Esses “emaranhados” familiares, como são chamados, podem influenciar comportamentos, relacionamentos e até a saúde física de indivíduos que nem mesmo vivenciaram os eventos traumáticos originais. As Constelações Familiares buscam identificar e liberar esses padrões, ao oferecer uma oportunidade de cura não apenas para o indivíduo, mas para todo o sistema familiar, afirma o autor.

Constelações Familiares e a teoria quântica da consciência

As Constelações Familiares sugerem que a consciência humana pode operar em níveis não locais, conectando indivíduos a memórias ancestrais e traumas transgeracionais. Segundo alguns autores a consciência emerge da interação com campos vibracionais quânticos, que carregam informação, energia e matéria.

No contexto das Constelações, o trauma ancestral pode ser visto como um “nó” no campo quântico, enquanto os participantes atuam como receptores e processadores dessas informações. Embora ainda não comprovada cientificamente, a hipótese é que a liberação simbólica de traumas durante as sessões possa impactar marcas epigenéticas, ao aliviar sintomas emocionais e comportamentais, aponta o estudo.

Evidências anômalas: Mediunidade e visualização remota

As Constelações Familiares encontram ressonância em pesquisas sobre fenômenos anômalos, como mediunidade e visualização remota. Estudos conduzidos pelo Windbridge Institute, por exemplo, sugerem que a consciência humana pode sobreviver à morte física, com médiuns capazes de acessar informações sobre indivíduos falecidos.

A visualização remota, técnica que permite acessar informações sem entradas sensoriais diretas, também oferece suporte indireto às Constelações. Experimentos rigorosos, incluindo estudos financiados pelo governo dos EUA, mostraram resultados estatisticamente significativos, ao sugerir que a mente humana pode operar além dos limites tradicionais da percepção, aponta o artigo.

Estudos de caso: O peso invisível dos traumas ancestrais

Os estudos de caso apresentados por Dan Cohen e sua equipe ilustram de forma vívida como traumas familiares não resolvidos podem se manifestar nas gerações seguintes, ao influenciar comportamentos, emoções e até a saúde física.

Esses relatos, embora fenomenológicos e não controlados experimentalmente, oferecem insights poderosos sobre a conexão entre o passado e o presente, ao sugerir que a consciência humana pode estar entrelaçada com histórias ancestrais de maneiras que a ciência tradicional ainda não compreende totalmente.

Um dos casos envolveu uma cliente que se sentia incapaz de avançar na carreira, apesar do desejo intenso de mudança. Durante uma sessão de Constelação Familiar, um representante que personificava o avô, ferido na guerra, começou a sentir dores intensas no quadril, algo que o cliente confirmou como uma característica marcante da vida de seu avô.

A conexão entre o trauma do avô e a dificuldade da neta em progredir profissionalmente revelou um “emaranhamento” inconsciente, onde a cliente estava, de alguma forma, presa à história de dor e fracasso de seu antepassado. Após a sessão, ela conseguiu abrir seu próprio consultório, libertando-se do padrão que a mantinha estagnada.

Outro caso envolveu uma mulher que carregava sentimentos profundos de isolamento e desconfiança da intimidade. Durante um workshop de Constelações, ela teve uma experiência intensa que a conectou com a história de seu bisavô, um desertor do Exército Soviético que viveu escondido nas montanhas. A revelação desse trauma ancestral ajudou a cliente a entender suas próprias emoções e, após a sessão, ela relatou uma sensação de alívio e libertação que persistiu por meses.

Um terceiro caso destacou uma cliente que sofria de raiva e tristeza constantes, que ela descreveu como uma “fornalha quente” dentro dela. A Constelação revelou que essas emoções estavam ligadas a ancestrais que morreram tragicamente em uma guerra, sem receber ritos funerários adequados. Após a sessão, a cliente relatou uma liberação física e emocional, sentindo-se mais “em casa” dentro de si mesma.

Por fim, um homem que sofria de cãibras severas nas pernas descobriu que seu problema estava enraizado na história de seu tio-avô, que morreu no naufrágio do USS Indianapolis durante a Segunda Guerra Mundial. A conexão entre o trauma do tio e as dores do cliente foi revelada durante a sessão, e ele relatou uma melhora significativa após o processo.

Conclusões: A ciência por trás dos emaranhamentos familiares

Os estudos de caso apresentados sugerem que as Constelações Familiares podem acessar memórias e traumas ancestrais que estão codificados não apenas na mente, mas também no corpo. A hipótese é que esses traumas sejam transmitidos por meio de marcas epigenéticas, que podem influenciar a expressão genética e, consequentemente, o comportamento e a saúde física das gerações futuras.

As Constelações Familiares oferecem uma abordagem única para lidar com questões emocionais e comportamentais que parecem ter raízes profundas no passado familiar. A abordagem sugere que, ao observar e liberar esses traumas, é possível não apenas aliviar sintomas, mas também transformar padrões que se repetem ao longo das gerações.

Enquanto a ciência tradicional continua a buscar respostas para os mistérios da mente e da consciência, abordagens como as Constelações Familiares abrem caminho para explorar novas dimensões da experiência humana, ao conectar passado, presente e futuro em um processo de cura que transcende o indivíduo e alcança todo o sistema familiar.

As Constelações Familiares desafiam a visão tradicional da psicologia e da medicina, ao propor que a cura emocional pode exigir uma jornada não apenas para dentro de si mesmo, mas também para as histórias invisíveis que moldaram nossa existência. Enquanto a ciência avança na compreensão dos mecanismos biológicos e quânticos que podem estar em jogo, a abordagem continua a oferecer uma ponte entre o mundo visível e o invisível, entre o passado e o presente, e entre a dor e a libertação.

Para aqueles que buscam respostas além dos tratamentos convencionais, as Constelações Familiares representam uma abordagem inovadora e profundamente transformadora, que pode ajudar a desvendar os fios invisíveis que conectam nossas vidas às de nossos ancestrais, conclui o estudo.

______
COHEN, D. Family Constellation therapy: A nascent approach for working with non-local consciousness in a therapeutic container. Progress in biophysics and molecular biology, V. 186, P. 33-38. 2024 Jan. 2024

Imagem: Divulgação/CECS

Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS) – Assessoria de Comunicação – Contato para informações e entrevistas: (62) 9-8271-3500 (WhatsApp)

Fique por dentro

Assine nossa newsletter gratuita