Integrantes da diretoria do Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS) durante reunião virtual com a Associação Alemã de Constelações Sistêmicas (DGfS), representada pelo diretor do Conselho da instituição, Thomas Hafer: diálogo teve como objetivo fortalecer a cooperação internacional e aprimorar os processos de consolidação da entidade brasileira

Instituições firmam diálogo. Encontro discute perspectivas de cooperação internacional. “Tive a forte impressão de que aqui estão pessoas eticamente corretas, profissionais e comprometidas com o melhor. Esse é exatamente o tipo de iniciativa que gostamos de apoiar, pois faz parte do nosso propósito”, afirma diretor do Conselho da associação alemã, Thomas Hafer. “A troca de experiências nos inspira a fortalecer nossa entidade e a buscar excelência em tudo o que fazemos. Estamos no começo, mas já vemos um futuro promissor”, destaca vice-presidente do CECS, Dagmar Ramos

A diretoria do Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS) realizou, nesta quarta-feira (12/02), uma reunião com a Associação Alemã de Constelações Sistêmicas (DGfS), representada pelo diretor do Conselho da instituição, Thomas Hafer. O diálogo teve como objetivo fortalecer a cooperação internacional e aprimorar os processos de consolidação da entidade brasileira no país.

A vice-presidente do CECS, Dagmar Ramos: “Essa troca de experiências com a DGfS nos inspira a fortalecer nossa entidade e a buscar excelência em tudo o que fazemos. Estamos no começo, mas já vemos um futuro promissor”

A vice-presidente do CECS, psiquiatra, homeopata e psicoterapeuta Dagmar Ramos conduziu o encontro, que contou com tradução consecutiva da consteladora e psicanalista Susanne Dinger.

Durante a reunião, Hafer apresentou um panorama histórico da DGfS ao destacar os principais desafios e o papel que a associação desempenha atualmente na Alemanha e na formação de consteladores sistêmicos.

Segundo ele, a associação foi criada em 1995 por um grupo de profissionais próximos ao terapeuta Bert Hellinger, e teve papel crucial na disseminação e regulação da prática das Constelações Sistêmicas na Alemanha. Desde então, a instituição evolui, adapta-se a diferentes abordagens e promove eventos acadêmicos.

A DGfS tornou-se oficialmente uma associação de membros em 2004, quando passou a oferecer diferentes formas de adesão e estruturou-se como uma entidade formalmente constituída.

O propósito da associação é apoiar e disseminar o trabalho de Constelações Sistêmicas de forma interdisciplinar, tanto na pesquisa quanto na prática, em diversos campos de atuação.

A DGfS empenha-se por alta qualidade técnica e consciência responsável ao desenvolver critérios de qualidade transparentes e verificáveis para o trabalho de Constelações.

A revista ‘Praxis der Systemaufstellung’, fundada em 1998, consolidou-se como uma referência no campo das Constelações Sistêmicas. Inicialmente publicada em formato impresso, destacou-se pelo alto padrão jornalístico e pela profundidade das análises.

Atualmente, a revista ‘A Prática das Constelações Sistêmicas’ migrou para o ambiente digital, onde continua a ser produzida com o mesmo nível de engajamento e qualidade editorial, o que garante acesso a um público ainda mais amplo.

“Hoje tive a forte impressão de que aqui estão pessoas eticamente corretas, profissionais e comprometidas com o melhor. Esse é exatamente o tipo de iniciativa que gostamos de apoiar, pois faz parte do nosso propósito”, destacou Thomas Hafer.

Para Dagmar Ramos, vice-presidente do CECS, o encontro foi um marco importante. “Essa troca de experiências com a DGfS nos inspira a fortalecer nossa entidade e a buscar excelência em tudo o que fazemos. Estamos no começo, mas já vemos um futuro promissor”, pontuou.

Durante o diálogo, Thomas Hafer destacou a importância de Susanne Höhn, responsável pelas relações internacionais da DGfS. “Ela é nossa referência. É advogada, experiente consteladora e fala português e espanhol”, explicou.

Susanne Höhn está aberta a participar do diálogo com o CECS tendo em vista ampliar a cooperação e fortalecer os laços entre as duas instituições.

Estrutura e funcionamento da DGfS

A tradução consecutiva da reunião entre CECS e DGfS foi feita por Susanne Dinger, psicanalista e facilitadora de constelações sistêmicas há mais de 25 anos

Um dos principais desafios da DGfS foi consolidar padrões de qualidade e reconhecimento profissional. Em 2008, a associação estabeleceu diretrizes claras para a formação de consteladores, dividida em três níveis: constelador certificado, instrutor e formador de consteladores. Essas diretrizes garantem que os profissionais tenham formação adequada e estejam alinhados aos princípios éticos e metodológicos da abordagem.

A DGfS é organizada como uma associação sem fins lucrativos, com membros que pagam anuidades para manter a estrutura operacional. A associação conta com um escritório central e uma equipe dedicada, o que inclui um gerente em tempo integral. A instituição possui 10 grupos regionais que promovem atividades locais e facilitam a participação dos membros nas decisões. A diretoria é eleita a cada dois anos.

O Leitungsgremium (comitê diretivo) reúne-se a cada dois meses e é composto pelos líderes dos grupos regionais. Esse comitê é responsável por coordenar as atividades da associação e garantir que os padrões de qualidade sejam mantidos.

Além disso, a DGfS oferece suporte financeiro para eventos em regiões onde o interesse público é menor, a fim de garantir que as Constelações Sistêmicas sejam acessíveis em todo o país.

Desafios filosóficos e coexistência de abordagens

Um dos temas centrais discutidos foi a coexistência de diferentes abordagens dentro da DGfS, especialmente entre as correntes construtivista e fenomenológica.

Enquanto a primeira enfatiza a construção subjetiva da realidade, a segunda se baseia nos princípios fenomenológicos desenvolvidos por Bert Hellinger, como as Ordens do Amor e a reconciliação com o sistema familiar.

Apesar das diferenças filosóficas, a DGfS mantém um ambiente de respeito e colaboração entre os profissionais. “É surpreendente como conseguimos conviver com essas diferenças de forma amigável e produtiva. Isso fortalece a associação e enriquece a prática das Constelações”, afirmou Hafer.

Pesquisa e formação continuada

Na área de pesquisa científica, a DGfS mantém diversos grupos focados no estudo das Constelações Sistêmicas. Entre os temas investigados estão a eficácia de diferentes abordagens, analisada por meio de resultados, e as características ou possíveis distinções entre as modalidades presencial e on-line.

Os dados coletados e avaliados de forma científica estão sendo publicados e servem como base para outros pesquisadores universitários. Esse trabalho representa uma contribuição significativa para a legitimação da prática.

Instância específica para lidar com questões éticas

A DGfS disponibiliza uma ouvidoria, gerida por dois consteladores experientes, com um site dedicado para receber e esclarecer reclamações relacionadas a práticas de consteladores e formadores associados.

Além de atender clientes de membros da associação, a ouvidoria também pode ouvir e orientar clientes de profissionais não associados, quando necessário.

Em situações mais graves, a diretoria é acionada para medidas disciplinares. Dependendo da análise dos fatos, pode resultar até na exclusão do constelador ou formador da associação.

O objetivo, segundo a instituição, é garantir a integridade da prática e evitar que condutas inadequadas prejudiquem a credibilidade da abordagem.

Além disso, a DGfS integra um fórum maior de associações voltadas à ética em práticas terapêuticas e educacionais. Esse órgão externo possibilita que reclamações sobre a própria entidade sejam analisadas de forma imparcial, o que contribui para maior transparência no setor.

A regulamentação ética também inclui um compromisso formal: qualquer profissional que deseja se tornar formador dentro da DGfS precisa assinar um documento de adesão a diretrizes de conduta. Esse mecanismo visa assegurar padrões elevados de atuação e reforçar a confiança do público na abordagem sistêmica.

Cenário atual na mídia e na sociedade

Nos últimos anos, a DGfS observou um aumento na aceitação e no reconhecimento das Constelações Sistêmicas na sociedade alemã. Embora a cobertura da mídia sobre o tema tenha diminuído, a prática ganhou espaço em universidades e em produções culturais, como filmes e séries de TV.

“Hoje, as Constelações Sistêmicas são mencionadas de forma natural em diversos contextos, o que mostra que a abordagem se torna parte do vocabulário cotidiano”, destacou Hafer.

Além da reformulação estatutária, a DGfS consolida iniciativas de regulamentação, apoio a pesquisas e incentivo à cooperação entre diferentes vertentes da prática sistêmica. A aceitação da abordagem dentro de universidades e sua presença crescente no discurso público são reflexos desse avanço.

Para a vice-presidente Dagmar Ramos, o diálogo com a DGfS oferece insights valiosos para superar obstáculos, fortalecer a prática no Brasil e ampliar a visibilidade sobre essa abordagem transformadora.

O diretor do Conselho da Associação Alemã de Constelações Sistêmicas (DGfS), Thomas Hafer: “Hoje tive a forte impressão de que aqui estão pessoas eticamente corretas, profissionais e comprometidas com o melhor. Esse é exatamente o tipo de iniciativa que gostamos de apoiar, pois faz parte do nosso propósito”

Quem é Thomas Hafer

Thomas Hafer, diretor do Conselho da Associação Alemã de Constelações Sistêmicas (DGfS), tem uma trajetória marcada pelo interesse profundo em filosofia, literatura e linguística, áreas que estudou com entusiasmo na cidade de Aachen durante a década de 1980. Nos anos 1990, ampliou os horizontes ao se dedicar à autoconsciência e à psicoterapia, campo no qual encontrou inspiração para sua trajetória.

Durante esse período, teve a oportunidade de aprender com professores renomados e logo percebeu que esse era o caminho que desejava seguir. O aprofundamento na área se consolidou ao longo de 15 anos de estudos com Hunter Beaumont, psicoterapeuta e psicólogo americano que viveu e trabalhou na Alemanha por mais de 30 anos. Ele foi professor na Universidade de Munique, constelador e coeditor, juntamente com Gunthard Weber, do livro “A Simetria Oculta do Amor”, a primeira obra sobre o trabalho de Bert Hellinger publicada no Brasil, em 1999. Também teve aprendizado com Gila Rogers, renomada terapeuta clínica e facilitadora de Constelações Sistêmicas. As experiências moldaram a atuação profissional e o compromisso com o desenvolvimento humano.

Sobre a DGfS

A Sociedade Alemã de Constelações Sistêmicas (DGfS) é uma associação sem fins lucrativos fundada em 1995, com o objetivo de promover e regulamentar a prática das constelações sistêmicas na Alemanha. Teve como um de seus principais idealizadores e primeiros dirigentes, o médico e professor de psiquiatria da Universidade de Heidelberg, Gunthard Weber. A associação oferece certificação para consteladores, instrutores e formadores, além de promover eventos, publicações e pesquisas na área. (site: systemaufstellung.com)

Sobre o CECS

Fundado com base nos princípios filosóficos de Bert Hellinger, o Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS) é uma associação civil sem fins lucrativos, com autonomia administrativa e financeira, que celebrará 1 ano de fundação no dia 22 de fevereiro. Busca estabelecer padrões de qualidade e ética na prática das Constelações no país, difundir os benefícios dessa abordagem transformadora, promover a integração entre profissionais e instituições do setor. (Site: cecsbrasil.org.br)

Fotos: Comunicação/CECS

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