Em evento on-line promovido pelo CECS, psicóloga apresenta livro ‘Falas de Solução – Manual Prático’. Autora enfatiza que expressões bem-organizadas fortalecem o processo e favorecem transformações efetivas. Mediadora Yolanda Freire ressalta importância da clareza, ética e cuidado na condução do campo sistêmico. Presidente Dagmar Ramos relata conquistas recentes em Brasília contra tentativas de deslegitimar as Constelações
O Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), por meio da Diretoria de Fundamentos e Teoria, realizou no dia 20 de agosto de 2025 a 5ª edição do Projeto Autoria.
O encontro contou com a presença da psicóloga clínica e consteladora Alzira Cristina, diretora de Ética do CECS. Ela apresentou o livro de sua autoria ‘Falas de Solução – Manual Prático’.
A obra serve como referência para consteladores, alunos, formadores e simpatizantes da abordagem.
Com linguagem clara e acessível, introduz conceitos fundamentais da Constelação Familiar Sistêmica e explica as leis que a sustentam. Organiza, de forma prática, as falas utilizadas durante os trabalhos, o que inclui exemplos e uma tabela de consulta.
Alzira também destaca a importância dessas falas para a tomada de consciência, o movimento pós-Constelação e outros aspectos centrais da abordagem.
O encontro ocorreu de forma on-line, via plataforma Zoom, com mediação da psicóloga e consteladora Yolanda Freire, diretora de Fundamentos e Estruturação Teórica das Constelações do CECS.
Durante o evento, destacou-se a importância das falas como instrumentos de consciência, ética e cuidado.
Yolanda Freire reforçou que as intervenções devem preservar a integridade do cliente e valorizar a intuição do constelador.
Na abertura, a presidente do CECS, médica homeopata e terapeuta Dagmar Ramos, especialista em medicina preventiva e social, relatou conquistas recentes em Brasília contra tentativas de deslegitimar as Constelações e afirmou que a instituição segue atenta e firme na defesa da abordagem.
O encontro consolidou o Projeto Autoria como espaço de partilha acadêmica e fortalecimento da prática sistêmica com base ética, técnica e científica ao fomentar o diálogo e ao promover a formação continuada.
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Alzira Cristina: 17 anos dedicados à Constelação Familiar Sistêmica
Com mais de 20 anos de atuação como psicóloga clínica e 17 anos dedicados à Constelação Familiar Sistêmica, Alzira Cristina coordena e leciona nos cursos de formação no método de Bert Hellinger.
Já formou 33 turmas, sendo 24 delas em pós-graduação pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS).
Especialista em Docência na Educação Superior, mantém turmas em andamento e inscrições abertas. Consolida-se como referência na área.
Saudação e defesa das Constelações em Brasília
Na abertura da live, a presidente do CECS, Dagmar Ramos, saudou os participantes e destacou as recentes atividades em Brasília em defesa das Constelações.
Ela fez atualizações a respeito da resolução nº 06/2025, do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), que instituiu um Grupo de Trabalho (GT) para análise das Constelações Familiares Sistêmicas no Brasil.
O GT instaurado pelo CNDH foi constituído sem a presença de qualquer representante técnico, institucional ou profissional vinculado às entidades legalmente estabelecidas com o objetivo de propor restrições arbitrárias e sem base empírica à continuidade das Constelações nos serviços públicos.
O grupo de trabalho caminhava para caracterizar as Constelações como inadequadas no enfrentamento da violência doméstica.
Dagmar explicou que, graças à mobilização do CECS, foi possível estabelecer diálogo direto com a defensora pública federal Charlene da Silva Borges, presidente do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH).
Segundo ela, “a mesa diretora reconheceu que o processo em andamento não era válido, interrompeu a audiência pública que já estava marcada e determinou a revisão de todo o grupo de trabalho”.
A presidente ressaltou que, nesse novo formato, o CECS foi convidado a integrar o processo de discussão, e que há esforços para que outras associações que defendem a abordagem também participem.
“Conseguimos mais uma vitória nesse sentido, mas continuamos atentos, porque sempre há novidades. De qualquer forma, a notícia é boa e fortalece nossa caminhada”, afirmou.
As novas movimentações em Brasília contra a abordagem motivaram a atuação coletiva entre o CECS, a Associação Brasileira de Consteladores Sistêmicos (ABC) e o Instituto Brasileiro de Consteladores Familiares (IBCF), com divulgação de nota conjunta assinada pelas três entidades.
Dagmar Ramos deu as boas-vindas aos participantes da live, reforçou a importância de o Projeto Autoria abrir espaço para que diferentes autores divulguem seus livros e enfatizou que o CECS existe justamente para fomentar esse tipo de produção acadêmica e a prática com ética no campo das Constelações Sistêmicas.
A escrita como instrumento de partilha de experiências e de construção de conhecimento
Na sequência, a diretora de Fundamentos e Estruturação Teórica do CECS, psicóloga clínica, mestre em psicologia social e da personalidade, Yolanda Freire, realizou a saudação inicial.
Em sua fala, destacou que o Projeto Autoria se consolida como um espaço de diálogo entre consteladores ao valorizar a escrita como instrumento de partilha de experiências e de construção de conhecimento.
Yolanda sublinhou que o projeto amplia horizontes além das salas de aula e dos cursos formais, cria um ambiente de troca que se estende à vida prática dos participantes.
Informou que o CECS avança na organização de um caminho para que os associados possam ter ao menos uma publicação registrada no site da instituição, um reforço ao compromisso com a autoria e com a difusão de reflexões teóricas e experiências clínicas.
A mediadora fez a apresentação da convidada da noite e assinalou a relevância do livro ‘Falas de Solução – Manual Prático’ como instrumento de reflexão e consulta. Para ela, a obra se configura como um portal de entendimento, capaz de integrar teoria e prática, ao oferecer um repertório que nasce da experiência cotidiana dos profissionais da área.
Apresentadora Alzira Cristina explica origem de seu nome e trajetória
A apresentadora Alzira Cristina abriu sua fala com esclarecimentos sobre a origem de seu nome e a maneira como se identifica no contexto profissional.
“Alzira é o nome da minha avó materna, que passei a usar após os 46 anos, depois de um processo significativo de reflexão. Hoje, acolho ambos os nomes: Alzira, que simboliza minha conexão com a ética e a coordenação dos cursos de Constelação, e Cristina, que representa minha identidade como psicóloga e professora”, disse.
Ela enfatizou que a escolha dos nomes reflete a integração entre sua trajetória pessoal e profissional ao estabelecer vínculos entre experiência de vida e atuação clínica.
Falas de solução: objetivo do livro e método de ensino
Alzira destacou o propósito central do encontro: o lançamento do livro ‘Falas de Solução – Manual Prático’.
A obra organiza de maneira prática as falas utilizadas em trabalhos de Constelação, permite consulta rápida e aplicação direta durante os processos.
Lançada como e-book na plataforma Hotmart, a publicação atende à abordagem prática e dinâmica da autora, que valoriza a aplicabilidade na transmissão do conhecimento.
A psicóloga explicou que, ao longo de mais de 17 anos dedicados à Constelação Familiar Sistêmica, conduziu dezenas de turmas e acompanhou a evolução de diferentes modelos de Constelação.
“Minha formação percorreu caminhos de psicanálise, psicodrama e programação neurolinguística (PNL) que foram integrados às Constelações. Essa base multidisciplinar possibilitou construir um método de ensino que une teoria e prática de forma clara e eficiente”, afirmou.
Diferenciação entre modelos de Constelação
Alzira esclareceu as distinções entre os modelos tradicionais e contemporâneos de Constelação.
Ela observou que as chamadas “novas Constelações” utilizam movimentos simbólicos e mínimas falas, enquanto o modelo tradicional mantém a fala como ferramenta central do processo.
“Essas novas abordagens ainda demandam estudos e observação detalhada, mas não substituem o valor das Constelações clássicas, que permanecem essenciais para a compreensão profunda das relações familiares e sistêmicas”, explicou.
Experiência prática e trajetória em projetos sociais
A autora compartilhou experiências práticas obtidas desde os primeiros grupos que conduziu ao detalhar os projetos implementados em seu consultório e em instituições sociais.
“Iniciei um pequeno grupo em meu consultório e, posteriormente, expandi para um projeto social em uma igreja ao oferecer Constelação para a comunidade. Desde então, trabalho com as falas de solução, que representam ferramentas fundamentais para conscientização e transformação de padrões familiares”, relatou.
Alzira enfatizou que o termo fala de solução é preferível ao conceito de fala de cura, pois indica a aplicação direta para resolução de questões familiares, emocionais e relacionais.
Ela exemplificou atendimentos realizados ao descrever como a escolha de representações dentro de uma Constelação facilita a análise de conflitos e proporciona caminhos para resolução.
“Cada Constelação reflete a história singular de seus participantes. As falas de solução orientam o processo e promovem percepções que permitem transformações efetivas nas dinâmicas familiares”, destacou.
Processos vivenciados em sessões de Constelação
Alzira Cristina conduziu a apresentação com relatos aprofundados sobre processos vivenciados em sessões de Constelação. Ela destacou como a posição dos representantes e a energia entre os participantes influenciam a compreensão das dinâmicas familiares.
Exemplificou um caso em que trabalhou com um cliente e sua filha.
Relatou que a filha e o pai interagiram de maneira simbólica durante a Constelação. Isso permitiu que sentimentos e memórias emergissem de forma segura.
“A energia masculina precisava ser trabalhada. Ao final da sessão, percebi que os participantes haviam processado emoções profundas sem necessidade de discussão racional, preservando a reverberação do impacto da Constelação na alma de cada um”, disse.
Ela reforçou a importância de respeitar o tempo individual durante as Constelações e explicou que a percepção intuitiva é fundamental para identificar relações e padrões familiares.
“Os participantes não comentam durante a sessão, pois a reflexão ocorre internamente. A Constelação acontece no campo energético, antes de se traduzir em palavras”, acrescentou.
Diferenças entre modelos de Constelação
A especialista explicou a distinção entre Constelações tradicionais e novas Constelações.
“Ao longo de sete anos, utilizei o modelo norte-americano, que muitos consideram inovador. Esse método traz clareza e permite observar movimentos sutis sem intervenção direta. Cada Constelação possui valor próprio”, afirmou.
Alzira descreveu exemplos de aplicação: em um grupo feminino, discussões sobre experiências traumáticas surgiam em eventos familiares, como aniversários e encontros. A Constelação permitiu compreender como essas memórias afetavam a neta do grupo.
Em outro caso, um cliente enfrentava julgamento empresarial. A Constelação evidenciou antigas dores e perdas dentro da organização, o que possibilitou a liberação emocional necessária antes do confronto legal.
Falas de solução promovem percepção e transformação
Alzira reforçou que, em sua prática clínica, utiliza predominantemente falas de solução, mas reconhece a utilidade de Constelações sem falas em situações específicas.
“Cada Constelação possui um propósito distinto. As falas de solução orientam o processo e promovem percepção e transformação, enquanto modelos sem fala são valiosos para trabalhos muito específicos, como experiências traumáticas ou padrões complexos de relacionamento”, explicou.
Ela destaca a importância da observação e da escuta atenta na prática de Constelação: “O método não se limita à execução técnica. Cada intervenção envolve sensibilidade, compreensão do sistema familiar e respeito pela experiência única de cada participante”.
Intervenção de Yolanda Freire destaca cuidado e clareza na condução de Constelações
A mediadora Yolanda Freire explicou a importância de transformar as informações percebidas pelos representantes em falas de solução ao manter sempre a proteção do cliente e a integridade da situação.
Segundo ela, o trabalho exige atenção redobrada para que a interpretação das ações dos representantes não cause impactos negativos sobre aqueles que estão sendo representados.
“É fundamental observar com clareza os caminhos que as informações percorrem quando são sentidas pelos representantes. Ao transformar essas percepções em falas de solução, promovemos clareza e direção dentro da Constelação. É preciso garantir, ao mesmo tempo, que o cliente permaneça protegido. O constelador deve ter sensibilidade para selecionar quais informações podem ser trazidas à tona e como apresentá-las, de forma a preservar a experiência do participante”, afirmou Yolanda.
A mediadora reforçou que esse cuidado não diminui a eficácia do processo, mas potencializa a compreensão do sistema familiar. Permite que os clientes tenham acesso a insights transformadores sem exposição desnecessária a conteúdos sensíveis.
Narrativa e repetição: o valor das falas na Constelação
Alzira Cristina abordou a relevância das falas repetitivas dentro das Constelações Sistêmicas. Segundo ela, mesmo que as expressões pareçam recorrentes, não se trata de repetição vazia.
“As falas carregam o impacto emocional de todos os presentes. Quando alguém expressa algo como ‘mãe, eu esperava algo de você e não recebi’, outras pessoas sentem ressonância, mesmo que não estejam diretamente representando”, explicou.
Alzira destacou que cada participante projeta experiências próprias, como relações com o pai ou a mãe, o que cria uma conexão universal: “Todo mundo tem um pai, presente ou ausente, conhecido ou não. É isso que dá padrão às falas, sem que elas percam singularidade.”
Folha em branco: autonomia do sistema
A apresentadora explicou seu conceito de folha em branco, desenvolvido a partir de experiências de formação e práticas acadêmicas.
Segundo Alzira, o constelador atua sem imposição: “O sistema é que indica os próximos passos. Escolhemos os elementos iniciais, mas a direção surge do campo. É a própria Constelação que revela os movimentos, não o desejo do condutor.”
Foco nos fatos: função das falas de solução
Alzira Cristina reforçou que a função central das falas de solução é trazer clareza aos fatos e estabelecer hierarquia emocional.
“A fala permite que o participante reconheça o peso de determinadas posições dentro do sistema familiar. Um filho que sustenta a família percebe a sobrecarga e entende o lugar de seu pai, devolvendo a força que não lhe cabia”, exemplificou.
A psicóloga destacou que a narrativa não se restringe à verbalização, mas cria espaço de aprendizado: “As falas não devem ser sobre histórias ou dores; elas estruturam o diálogo e ensinam como equilibrar receber e doar. Esse equilíbrio é essencial para que cada membro do sistema ocupe o lugar que lhe corresponde.”
Observação e condução: integrar participantes e representantes
A condução da Constelação exige observação detalhada do comportamento dos representantes e da reação do campo.
Alzira Cristina descreveu que cada gesto e posição indica movimentos que precisam ser respeitados.
“Quando o filho olha para o pai e reconhece o seu lugar, a energia do sistema se ajusta. As falas permitem essa transição. O pai se levanta, o filho compreende seu papel, e o equilíbrio se restabelece”, pontuou.
Ela enfatiza que a Constelação é um processo de percepção, narrativa e reorganização. O papel do condutor é guiar o campo, interpretar os sinais e garantir que cada participante encontre clareza sobre seu lugar no sistema.
Sintonia com o cliente: cada fala importa
Alzira Cristina ressaltou a importância da atenção constante ao cliente durante as Constelações Sistêmicas.
Segundo a psicóloga, toda intervenção no campo deve ser observada sob a perspectiva de quem está sendo representado.
“Cada fala que é feita, eu olho para o cliente para avaliar se faz sentido para ele, se ele entende o meu posicionamento”, explicou.
O movimento no campo é resultado direto das falas, mesmo quando envolve múltiplos representantes, explicou.
“Às vezes há sete representantes em cena. Passo uma fala de duas pessoas e alguém distante se movimenta. Uma ação tão simples gera transformações no sistema”, disse Alzira ao reforçar que cada expressão contribui para organizar os remanescentes e conduzir à solução.
A psicóloga defendeu o uso das falas como ferramenta essencial na narrativa da Constelação: “É por meio delas que o caminho se revela, que os emaranhados se desfazem. Por isso, sempre defendo o trabalho com falas, esse percurso que proporciona clareza e movimento dentro do campo.”
A escuta intuitiva como guia no campo das Constelações
Yolanda Freire destacou a importância de abrir espaço para a intuição do constelador durante os trabalhos.
Segundo a mediadora, não se trata de seguir um roteiro fixo ou reproduzir falas padronizadas.
“Quando alguém muda uma fala ou surge algo inesperado, é um sinal de que o campo se expressa de forma própria. É preciso escutar com atenção, num nível sutil, perceptivo, em respeito ao que o sistema apresenta”, afirmou.
Ela ressaltou que a estrutura apresentada nos manuais serve como base, mas não substitui a sensibilidade do profissional.
“A folha em branco simboliza essa escuta: ela permite que a fala surja de maneira respeitosa, guiada pelo que o campo revela, e não pelo ‘eu sei’ do constelador”, explicou Yolanda.
A mediadora reforçou que todo o processo deve manter o foco na pessoa atendida.
“O olhar do constelador precisa avaliar se o que surge faz sentido para quem está sendo atendido. É um exercício de humildade e atenção constante, garantindo que a percepção do campo contribua efetivamente para o bem-estar do cliente”, pontuou.
O simples ato de verbalizar gera informações valiosas sobre os relacionamentos
Alzira Cristina ressaltou que o uso da fala é essencial para o processo das Constelações Familiares. Segundo a psicóloga, o simples ato de verbalizar coloca ordem no sistema e gera informações valiosas sobre os relacionamentos.
Ela exemplificou: “Quando o filho se sente maior que o pai, a fala permite reorganizar o lugar de cada um. Colocamos a pessoa sentada, ajustamos corpo e palavra. O diálogo não é apenas verbal, é corporificado, e isso dá clareza ao campo”.
A psicóloga explicou que ferramentas como tabelas e livros fornecem parâmetros para orientar o trabalho. “Lá estão separadas as falas dos pais para os filhos, dos filhos para os pais, e os bônus do organizacional. Essas falas trazem a narrativa dos fatos que o campo revela e ajudam a colocar ordem no sistema”, afirmou.
Para a psicóloga, a interação corporal e verbal é um elemento curador.
“Olhar para alguém como se fosse a mãe, abraçar, sentir presença: isso é curador. A Constelação permite expressar sentimentos que não foram resolvidos, promove paciência, aceitação e consciência sobre os relacionamentos”, ressaltou.
Programação neuroendócrina e consciência
Alzira relacionou as falas às práticas de programação neuroendócrina.
“A fala é uma forma de programar o cérebro. Usamos palavras, escrita, símbolos e gestos para dar forma à dor e transformá-la. Por exemplo, amassar um papel com um símbolo de sofrimento ajuda a liberar ansiedade e gerar calma. É uma programação consciente para quem busca equilíbrio emocional”, disse.
A psicóloga destacou que o aprendizado da Constelação não se limita à sala de aula.
“Quando um aluno aprende a colocar-se no seu lugar, a lidar com pais ou filhos, leva essa consciência para a vida. O que é feito ali se manifesta no cotidiano, nas relações e na forma de olhar para si e para o outro”, enfatizou.
Parâmetros claros de comunicação entre pais e filhos
Segundo a apresentadora, recursos como tabelas e livros de referência auxiliam no posicionamento dos participantes e no estabelecimento de parâmetros claros de comunicação entre pais e filhos.
“Quando o aluno está com a tabelinha, ele observa, sente e percebe o que está acontecendo. Eu tiro a tabelinha, mostro o espaço e fica evidente: é preciso estar neste canto, neste lugar. Quando sentimos o que ocorre no campo, a observação, a percepção e a intuição aparecem. O processo nos ensina, mesmo quando diz que não ensina. A informação está lá, pronta para ser assimilada”, explicou.
Fala na Constelação Familiar integra corpo e emoção
Alzira Cristina enfatizou que a fala na Constelação Familiar integra corpo e emoção.
Ao posicionar o participante sentado no chão e guiá-lo em suas falas, é possível transmitir de forma concreta a relação hierárquica ou afetiva.
A programação neurolinguística (PNL) se baseia na reprogramação do cérebro por meio da fala, escrita e simbologia, explicou a psicóloga.
“A fala, o gesto e a simbologia trabalham juntos para reorganizar o emocional. Por exemplo, minha filha, antes de uma cirurgia, transformou simbolicamente sua ansiedade em um objeto manipulável, atribuindo cor e textura. Isso diminuiu o medo e trouxe segurança emocional”, detalhou.
Cristina explicou que o uso consciente da fala permite enviar comandos internos de autonomia e reconciliação.
“Quando se diz ‘mãe, você é grande, eu sou pequena’, não se trata apenas de palavras. É o cérebro que recebe instruções para reconhecer limites e promover consciência sobre o próprio lugar. A fala, nesse contexto, é uma ferramenta de transformação profunda”, observou.
Constelação Familiar aplicada no cotidiano
Alzira Cristina reforçou que a Constelação Familiar deve ser integrada à vida cotidiana.
“Um aluno disse que sempre brigava com o pai, mas após a Constelação, ao chegar em casa, percebeu que não precisava ter razão diante dele”, informou.
“A Constelação leva para a vida: olhar para o pai, para a mãe, para os filhos, compreender o lugar de cada um e usar a fala no cotidiano promove consciência”, disse.
Ela exemplificou ainda com experiências inusitadas, como a Constelação Veterinária.
“Durante a pandemia, promovi um curso de Constelação Veterinária. Para minha surpresa, percebi que projetava sentimentos humanos no meu gato. Ele não é meu marido, sou tutora. Precisei dar um novo significado à relação. Isso também é aprendizado da Constelação Familiar: compreender o papel de cada ser e reorganizar a percepção emocional no cotidiano”, destacou.
Primeira Constelação proporciona reencontro simbólico com o pai falecido
A apresentadora relatou que a primeira experiência em Constelação Familiar marcou profundamente sua trajetória emocional. Seu pai havia falecido antes que ela completasse oito anos, e a dor da ausência ainda permanecia, mesmo após diversas terapias.
Durante a sessão, ao observar o representante do pai, sua irmã apontou: “Esse é o seu pai”. Naquele instante, ela sentiu, de forma intensa e imediata, a presença do genitor. Isso demonstrou que o emocional humano permanece atemporal. O abraço trocado e as palavras ditas na Constelação proporcionaram alívio profundo, curou parte da dor acumulada ao longo dos anos.
“Quando abracei aquele homem e ele disse: ‘Minha filha, você pode me abraçar mais uma vez?’, senti cura e equilíbrio emocional”, revelou.
Para ela, a experiência simbolizou um reencontro com o pai e reforçou o poder das Constelações Familiares na ressignificação de vínculos e na reconciliação com o passado.
Ordem dentro do sistema familiar
A mediadora Yolanda Freire destacou a importância das falas durante as Constelações Familiares. Expressões como “eu sinto muito” ou “deixo com você” permitem aos participantes assumir responsabilidades e reorganizar emocionalmente as relações.
Segundo ela, essas declarações não apenas promovem alívio e dignidade, mas também estabelecem ordem dentro do sistema familiar.
“Quando o representante diz ‘eu sinto muito’, a pessoa percebe o peso que recebe, mas ao mesmo tempo ganha dignidade, sai da fragilidade e assume a responsabilidade pelo que foi feito”, explicou Yolanda.
Ela acrescentou o assumir de responsabilidades e que a clareza sobre o lugar de cada um no sistema evita que conflitos antigos sejam ampliados e promove uma reorganização emocional profunda.
A mediadora ressaltou ainda a dimensão multidimensional da Constelação.
“A experiência não ocorre apenas na consciência, mas também no campo sutil. Quando o participante compreende e toma posse do que aconteceu na Constelação, isso se transforma em um processo de mudança pessoal duradoura. É como um portal para uma nova consciência que sustenta transformações reais na vida da pessoa”, afirmou.
Para Yolanda, a Constelação permite que cada indivíduo assuma o lugar na própria história ao reconhecer a sua experiência e a do outro. Ela enfatizou que o uso das falas funciona como um recurso de mestria. Auxilia no desenvolvimento emocional e no fortalecimento das relações.
Ingra Lyberato destaca papel do autoperdão e da verdade de cada Constelação
A atriz, escritora, consteladora e diretora de Comunicação do Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), Ingra Lyberato, abordou a relevância do autoperdão e da naturalidade das falas no processo das Constelações Familiares.
Em sua intervenção, Ingra explicou que, diferentemente de outras terapias que utilizam o perdão como ferramenta de liberação, na abordagem de Bert Hellinger o perdão tradicional pode gerar desnível entre os participantes.
“Não é que eu apago o que aconteceu, mas libero, tiro do meu coração. Muitas vezes, dentro da Constelação, a pessoa quer dizer ‘eu te perdoo’. Eu oriento para que se pratique o autoperdão: ‘Eu me perdoo por ter entrado nesse relacionamento, por ter me enganado durante anos’. Não se perdoa o outro, mas a si mesmo”, explicou Ingra.
Ela ressaltou que essa perspectiva rompe com a conotação hierárquica do perdão em contextos religiosos, em que o padre atua como representante divino e confere superioridade a quem concede o perdão.
A diretora do CECS também enfatizou a importância da espontaneidade nas falas durante as Constelações.
“O campo traz a própria frase. Não há invenção do constelador, tudo é visto e dito com clareza. Às vezes, o representante ainda não está pronto para expressar a frase de solução. Nesses casos, eu não forço, deixo o tempo necessário para que a fala surja naturalmente”, afirmou.
Segundo Ingra, respeitar o momento do participante é fundamental para que a experiência se transforme em aprendizado profundo e em um processo de cura emocional autêntico, o que mantém a integridade e a eficácia da Constelação.
Alzira Cristina alerta para cuidado com falas e formação de consteladores
A psicóloga Alzira Cristina reforçou a importância da responsabilidade e do discernimento nas Constelações Familiares, em comentário a partir da intervenção de Ingra Lyberato.
Segundo ela, a forma como são conduzidas as falas durante uma Constelação pode impactar profundamente os participantes, especialmente quando se trata de frases mais densas.
“Não é toda fala que se usa de forma literal. Muitas vezes precisamos transformar a frase do representante em algo que faça sentido emocional e respeite os limites do outro. Por exemplo, ao invés de dizer ‘eu não gosto de você’, o correto seria: ‘Eu estou presa na minha dor e busco aprender a amar’”, explicou.
Alzira também enfatizou a importância do autoaperfeiçoamento contínuo dos Consteladores.
“A formação não pode ser superficial, feita em apenas um fim de semana. É necessário um treinamento prolongado, que prepare o aluno do começo ao fim, para que ele saiba conduzir o processo com ética, responsabilidade e respeito ao participante”, afirmou.
Alzira ressaltou que a Constelação não é um processo de copiar e colar métodos, mas sim um trabalho profundo de compreensão, estudo e vivência.
“É preciso participar, ser constelado diversas vezes e desenvolver discernimento para usar o perdão e as falas no momento certo. Formar um constelador é uma responsabilidade que envolve preparo técnico e sensibilidade humana”, apontou.
Na sequência, Ingra Lyberato fez uma intervenção sobre o papel do constelador e a sensibilidade necessária na condução das sessões.
Lyberato explicou que o constelador deve repetir múltiplas vezes uma frase de solução para compreender plenamente seu efeito no coração. “É preciso sentir como a frase transforma, respeitando o tempo e a percepção de cada participante”, afirmou.
Ingra Lyberato reforçou a necessidade de conduzir as Constelações com extrema delicadeza, principalmente quando surgem feridas profundas. Ela citou um exemplo de uma mãe sobrecarregada com o vício de um filho, cuja situação poderia gerar impacto emocional se tratada de forma abrupta. “Quando lidamos com dores profundas, é preciso não forçar, buscar sempre a sensibilidade e o respeito”, alertou.
A atriz concluiu ao destacar que os aprendizados adquiridos devem ser compartilhados para que a prática das Constelações Familiares se fortaleça e alcance mais pessoas de forma ética e cuidadosa.
Delicadeza e cuidado marcam intervenção de Selma Horta
A educadora e terapeuta Selma Horta, fundadora do espaço Daraluz – Clareando Horizontes, destacou a profundidade da condução da live realizada pela psicóloga Alzira Cristina durante a apresentação de seu livro. Ela ressaltou que a abordagem da autora não se limitou à exposição de conteúdo, mas teve caráter terapêutico ao envolver todos os participantes de maneira sensível e ética.
Segundo a terapeuta, a delicadeza e o cuidado demonstrados durante as falas criaram uma experiência única. “A fala que se coloca para um representante, quando fidedigna, transmite emoção e conexão. Alzira abriu seu coração, sem direcionar olhares ou expectativas. Gerou uma cumplicidade genuína com todos”, afirmou.
A educadora também ressaltou o impacto coletivo da apresentação. Destacou que a sensibilidade da autora permitiu que os participantes percebessem nuances essenciais das Constelações e de sua prática. Por fim, Horta afirmou ter rebatizado simbolicamente o livro como Falas de Aconchego que Abrem Caminhos de Solução, em reconhecimento ao cuidado e à atenção demonstrados.
Reflexão sobre delicadeza e cuidado com o cliente
Ao final do evento, a mediadora Yolanda Freire destacou a importância do respeito e da atenção ao cliente no trabalho das Constelações.
Segundo ela, as práticas apresentadas permitem que a pessoa atendida compreenda o que ocorre em sua vida e siga adiante com consciência ampliada.
Freire ressaltou o cuidado na transmissão das falas a fim de buscar que cada participante receba aquilo que consegue sustentar, valorizando o equilíbrio entre entrega e acolhimento.
Agradecimento e perspectivas futuras
A apresentadora Alzira Cristina encerrou o encontro com agradecimento à participação de todos e ao enfatizar a gratidão pelas reflexões compartilhadas.
Alzira também disponibilizou informações para aquisição de seu livro e reiterou a importância de manter as Constelações como instrumento de aprendizado e troca, além das fronteiras do conhecimento técnico.
Participantes da 5ª edição do Projeto Autoria, promovido pelo CECS, com apresentação do livro ‘Falas de Solução – Manual Prático’, da psicóloga e consteladora Alzira Cristina: encontro on-line reafirmou a relevância das Constelações Sistêmicas como prática ética e transformadora
Com mais de 20 anos de atuação como psicóloga clínica e 17 anos dedicados à Constelação Familiar Sistêmica, Alzira Cristina coordena e leciona nos cursos de formação no método de Bert Hellinger: já formou 33 turmas, sendo 24 delas em pós-graduação pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS)
A diretora de Fundamentos e Estruturação Teórica do CECS, psicóloga clínica, mestre em psicologia social e da personalidade, Yolanda Freire, que fez a mediação do encontro: obra de Alzira Cristina se configura como um portal de entendimento, capaz de integrar teoria e prática, ao oferecer um repertório que nasce da experiência cotidiana dos profissionais da área
Na abertura da live, a presidente do CECS, médica homeopata e terapeuta Dagmar Ramos relatou conquistas recentes em Brasília contra tentativas de deslegitimar as Constelações e afirmou que a instituição segue atenta e firme na defesa da abordagem
A atriz, escritora, consteladora e diretora de Comunicação do CECS, Ingra Lyberato, abordou durante o encontro on-line a relevância do autoperdão e da naturalidade das falas no processo das Constelações
A educadora e terapeuta Selma Horta destacou a profundidade da live conduzida pela psicóloga Alzira Cristina durante apresentação do livro: abordagem da autora não se limitou à exposição de conteúdo, mas teve caráter terapêutico ao envolver todos os participantes de maneira sensível e ética.
Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS) – Assessoria de Comunicação – Contato para informações e entrevistas: (62)98271-3500 (WhatsApp)