Live internacional promovida pelo CECS com psicoterapeuta alemã traz reflexões sobre trauma e cura no corpo: a Yoni pode carregar memórias de abusos sexuais, repressões religiosas, atmosferas familiares puritanas, violências de guerra, escravidão ou colonização. “Quando uma mulher resgata a conexão com o feminino sagrado, a sexualidade se transforma, assim como a personalidade”, afirma a convidada. “Compartilhamos o interesse profundo pelas dores e forças das mulheres”, afirma presidente do CECS, Dagmar Ramos. “Há uma tarefa no masculino: reverenciar o sagrado que nos traz à vida”, diz mediador, médico Marcelo Bertelli. Tradução consecutiva foi realizada por Malu Scardazi

O Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS) promoveu, no dia 07 de outubro de 2025, uma live internacional com a presença da psicoterapeuta alemã Irmgard Rauscher.

O encontro, mediado pela diretora científica do CECS, Roseny Flávia Martins, e pelo médico Marcelo Bertelli, teve como tema “Yoni Constelações – Nas Asas do Feminino Sagrado”. A tradução consecutiva foi realizada por Malu Scardazi.

A proposta reuniu elementos científicos, vivenciais e simbólicos para tratar das camadas profundas do feminino, a partir da abordagem das Constelações Familiares Sistêmicas.

Rauscher destacou que o corpo feminino guarda registros emocionais e sistêmicos que podem silenciar a expressão da identidade, mas também revelar caminhos de cura e ressignificação.

A voz da Yoni no campo das Constelações Sistêmicas

A psicoterapeuta apresentou a Yoni como símbolo do feminino sagrado e como portal de memória corporal, emocional e ancestral.

Em sua abordagem, a Yoni, quando constelada, adquire expressão simbólica e revela traços profundos da condição interna da mulher.

Segundo Rauscher, é comum que esse espaço sagrado da mulher apresente bloqueios originados por traumas individuais ou transgeracionais.

Experiências como abuso sexual, repressão religiosa, educação puritana e falta de reconhecimento da feminilidade resultam em congelamento, anestesia ou tensão crônica do corpo feminino. “Qualquer forma de violência simbólica ou física desorganiza o centro da força vital da mulher”, pontuou.

Ela afirmou que, ao ser representada em uma Constelação Sistêmica, a Yoni pode falar, transmitir sentimentos, trazer mensagens e manifestar sua dor ou potencial adormecido.

“A Yoni ganha voz, transmite emoções e revela o que o corpo silencia. Ela também guarda o potencial de cura e de renascimento do feminino, quando acolhida e escutada”, destacou.

A voz da Yoni no campo das Constelações Sistêmicas

A psicoterapeuta apresentou a Yoni como símbolo do feminino sagrado e como portal de memória corporal, emocional e ancestral.

Em sua abordagem, a Yoni, quando constelada, adquire expressão simbólica e revela traços profundos da condição interna da mulher.

Segundo Rauscher, é comum que esse espaço sagrado da mulher apresente bloqueios originados por traumas individuais ou transgeracionais.

Experiências como abuso sexual, repressão religiosa, educação puritana e falta de reconhecimento da feminilidade resultam em congelamento, anestesia ou tensão crônica do corpo feminino. “Qualquer forma de violência simbólica ou física desorganiza o centro da força vital da mulher”, pontuou.

Ela afirmou que, ao ser representada em uma Constelação Sistêmica, a Yoni pode falar, transmitir sentimentos, trazer mensagens e manifestar sua dor ou potencial adormecido.

“A Yoni ganha voz, transmite emoções e revela o que o corpo silencia. Ela também guarda o potencial de cura e de renascimento do feminino, quando acolhida e escutada”, destacou.

Diretora Científica do CECS, Roseny Flávia Martins dá boas-vindas aos presentes e destaca trajetória da instituição

Na abertura da live internacional promovida pelo Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), a diretora científica Roseny Flávia Martins deu as boas-vindas ao público e situou o evento dentro da trajetória recente da instituição, fundada em fevereiro de 2024.

Especialista em saúde da mulher, violência doméstica e pesquisadora com título de PhD, Roseny salientou o compromisso acadêmico do CECS e o avanço do Grupo de Trabalho Científico: “Durante esse período, organizamos uma base de dados com mais de 600 referências. Esse acervo fortalece nosso eixo de pesquisa e reafirma o compromisso científico da instituição com a qualificação das Constelações Sistêmicas”, afirmou.

A diretora também destacou o papel fundamental do médico e constelador Marcelo Bertelli, que atuou como mediador do encontro e foi o responsável pela interlocução com a convidada internacional Irmgard Rauscher.

“Marcelo tem sólida formação e vivência internacional. Está conosco desde o início como colaborador do Grupo de Trabalho Científico. Foi ele quem indicou e viabilizou esse diálogo com a doutora Irmgard”, explicou.

Em seguida, Roseny Flávia Martins passou a palavra ao mediador, o que marca oficialmente o início do evento.

A psicoterapeuta apresentou a Yoni como símbolo do feminino sagrado e como portal de memória corporal, emocional e ancestral.

Em sua abordagem, a Yoni, quando constelada, adquire expressão simbólica e revela traços profundos da condição interna da mulher.

Segundo Rauscher, é comum que esse espaço sagrado da mulher apresente bloqueios originados por traumas individuais ou transgeracionais.

Experiências como abuso sexual, repressão religiosa, educação puritana e falta de reconhecimento da feminilidade resultam em congelamento, anestesia ou tensão crônica do corpo feminino. “Qualquer forma de violência simbólica ou física desorganiza o centro da força vital da mulher”, pontuou.

Ela afirmou que, ao ser representada em uma Constelação Sistêmica, a Yoni pode falar, transmitir sentimentos, trazer mensagens e manifestar sua dor ou potencial adormecido.

“A Yoni ganha voz, transmite emoções e revela o que o corpo silencia. Ela também guarda o potencial de cura e de renascimento do feminino, quando acolhida e escutada”, destacou.

Diretora Científica do CECS, Roseny Flávia Martins dá boas-vindas aos presentes e destaca trajetória da instituição

Na abertura da live internacional promovida pelo Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), a diretora científica Roseny Flávia Martins deu as boas-vindas ao público e situou o evento dentro da trajetória recente da instituição, fundada em fevereiro de 2024.

Especialista em saúde da mulher, violência doméstica e pesquisadora com título de PhD, Roseny salientou o compromisso acadêmico do CECS e o avanço do Grupo de Trabalho Científico: “Durante esse período, organizamos uma base de dados com mais de 600 referências. Esse acervo fortalece nosso eixo de pesquisa e reafirma o compromisso científico da instituição com a qualificação das Constelações Sistêmicas”, afirmou.

A diretora também destacou o papel fundamental do médico e constelador Marcelo Bertelli, que atuou como mediador do encontro e foi o responsável pela interlocução com a convidada internacional Irmgard Rauscher.

“Marcelo tem sólida formação e vivência internacional. Está conosco desde o início como colaborador do Grupo de Trabalho Científico. Foi ele quem indicou e viabilizou esse diálogo com a doutora Irmgard”, explicou.

Em seguida, Roseny Flávia Martins passou a palavra ao mediador, o que marca oficialmente o início do evento.

Uma trajetória dedicada ao cuidado feminino

No início da mediação, o médico Marcelo Bertelli apresentou a trajetória de Irmgard Rauscher com base em sua longa experiência clínica e formativa.

Nascida em Munique, Alemanha, e marcada pelas vivências do pós-guerra, Rauscher iniciou a atuação como enfermeira. Chegou à gerência de enfermaria em uma clínica na Baviera. Seu contato com a psicossomática e os efeitos profundos dos traumas da guerra despertaram o interesse pelas dinâmicas ocultas do sofrimento humano.

A partir da década de 1990, formou-se com Bert Hellinger em Constelações Familiares e aprofundou os estudos com nomes de referência como Jakob Schneider, Dr. Gunthard Weber, Matthias Varga von Kibéd, Sneh Victoria Schnabel, Peter A. Levine e Anngwyn St. Just. Em 1995, ao lado do esposo, assumiu a direção de um centro de seminários na Baviera.

Com sólida base em psicoterapia corporal e terapia sistêmica, Irmgard Rauscher passou a ministrar workshops na Alemanha, Suíça e Itália. Em 2006, lançou o livro Feuerroter Wandel (“Transformação Vermelho-Fogo”), no qual abordou a menopausa como rito de passagem feminino e aprofundou reflexões sobre o ciclo de vida da mulher com base em Constelações Familiares Sistêmicas.

Desde 2014, integra os ensinamentos tântricos à sua prática. Desenvolveu as chamadas Constelações Yoni, voltadas à restauração da sexualidade feminina e ao resgate do feminino ferido.

A live representou um espaço de profunda escuta e ressonância entre ciência, espiritualidade e a linguagem do corpo feminino. Para participantes, o conteúdo oferecido proporcionou um olhar expandido sobre a dor, a cura e o sagrado que habita a experiência de ser mulher.

Rauscher destacou que a Yoni não representa apenas um órgão físico, mas uma matriz simbólica, fonte de sabedoria e centro de transformação. O trabalho com Constelações Sistêmicas nesse campo pode contribuir para restaurar a autonomia, a integridade e a potência de cada mulher.

Saudação institucional reforça afinidades acadêmicas e compromisso com o feminino

Na abertura oficial da live promovida pelo Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), a presidente da instituição, médica e psicoterapeuta Dagmar Ramos, realizou a saudação especial à convidada internacional Irmgard Rauscher.

Com formação em medicina preventiva e social, a dirigente destacou o vínculo que compartilha com a convidada, não apenas pela amizade mútua com o professor Dr. Gunthard Weber, mas sobretudo pelo compromisso científico e terapêutico com as questões do feminino.

“Temos muito em comum, inclusive além da medicina. Compartilhamos o interesse profundo pelas dores e forças das mulheres. É uma honra recebê-la nesta iniciativa do CECS, que tem como missão criar pontes entre ciência, alma e corpo. Que este seja apenas o primeiro de muitos encontros possíveis”, declarou a presidente.

Dagmar Ramos expressou expectativa por uma partilha significativa e ressaltou o valor simbólico e epistemológico da presença de Irmgard Rauscher no evento.

Dimensões da Yoni como espaço simbólico e terapêutico

A psicoterapeuta alemã Irmgard Rauscher deu início à apresentação com uma saudação de gratidão à comunidade brasileira pelo convite e destacou a relevância do tema escolhido.

Segundo ela, o conceito de “Yoni” deriva do sânscrito e pode ser traduzido como “lugar sagrado” ou “lugar divino”. Compreende toda a anatomia sexual feminina: vulva, vagina, útero e ovários.

A partir da experiência clínica, Rauscher observou que muitas mulheres mantêm uma relação de distanciamento, vergonha ou culpa em relação a seus corpos e à própria Yoni.

Em vez de orgulho, dignidade ou prazer, a relação com a região íntima permanece marcada por tabus e silenciamentos, independentemente da idade. “Lá embaixo ainda é uma zona de tabu para muitas mulheres”, destacou.

Constelação Yoni: metodologia de escuta e reconexão

Irmgard Rauscher afirmou que esse cenário a motivou a criar as Constelações Yoni, uma abordagem terapêutica que integra fundamentos das Constelações Familiares Sistêmicas com saberes tântricos e práticas de escuta profunda do corpo.

A proposta consiste em possibilitar que a mulher ouça sua Yoni, compreenda o que ela comunica e identifique as necessidades.

Para a psicoterapeuta, esse processo é essencial para a reconquista da autoestima, da segurança emocional e da expressão autêntica da sexualidade.

Ela defendeu que cada mulher é singular, assim como sua Yoni, e que reconhecer essa individualidade favorece relações mais saudáveis e respeitosas consigo mesma e com os parceiros.

Traumas e bloqueios transgeracionais

Um dos eixos centrais da abordagem de Rauscher é a compreensão dos traumas armazenados no corpo, especialmente os de origem transgeracional.

A Yoni, segundo ela, pode carregar memórias de abusos sexuais, repressões religiosas, atmosferas familiares puritanas, violências de guerra, escravidão ou colonização.

Esses traumas, mesmo não vividos diretamente, afetam o corpo das mulheres por meio das heranças invisíveis transmitidas por gerações anteriores.

Rauscher também mencionou os traumas pessoais, como abuso físico e emocional, experiências sexuais traumáticas, abortos, complicações no parto e cirurgias ginecológicas que podem cristalizar bloqueios e sintomas ao longo da vida.

Entre os impactos possíveis, citou disfunções sexuais, distúrbios alimentares, depressão, miomas, infertilidade, insegurança e dificuldades no campo profissional.

Potencial de cura, vitalidade e renascimento

Para Rauscher, escutar a Yoni é escutar o corpo. Ao reconhecer e dar voz aos silenciamentos, a mulher acessa o potencial de cura e renascimento que reside em sua própria sexualidade.

“É chegada a hora de cada mulher saber do potencial imenso de sua Yoni”, afirmou. Segundo ela, esse processo não apenas restaura a força interior, mas também permite uma sexualidade mais consciente, criativa e integrada, onde o prazer físico e espiritual se torna expressões de liberdade.

A abordagem das Constelações Yoni, segundo Rauscher, convida à reconciliação com o feminino, ao reconhecimento da dor ancestral e à reconstrução da dignidade.

Sexualidade feminina e cura ancestral em Constelações Sistêmicas

Após introduzir os fundamentos conceituais das Constelações Yoni, a psicoterapeuta alemã Irmgard Rauscher aprofundou a apresentação com reflexões sobre a relação entre trauma, vitalidade e consciência corporal feminina.

A convidada internacional defendeu que o corpo feminino, sobretudo a Yoni — compreendida como o centro sagrado da sexualidade e da criação — carrega registros profundos de dores pessoais, coletivas e transgeracionais.

Corpo, mente e bloqueios energéticos

Segundo Rauscher, uma Yoni traumatizada não acessa seu pleno potencial. “Ela não chega à vitalidade plena, pois o plexo nervoso da Kundalini permanece bloqueado. Os traumas geram cicatrizes energéticas que se inscrevem na fisiologia e na psique”, afirmou.

Para ela, os impactos emocionais e físicos nesta região comprometem diretamente a saúde integral da mulher.

“Estudos recentes já confirmam: a Yoni possui ligação direta com o cérebro por meio de uma complexa rede neural. Isso nos permite afirmar que ela também carrega sua própria consciência. Tudo o que ali ocorre impacta toda a estrutura da mulher”, pontuou.

A especialista apontou que bloqueios nessa região favorecem sintomas como depressão, entorpecimento emocional, perda de libido, infecções recorrentes, dores pélvicas, miomas e até dificuldades profissionais.

“A mulher sexualmente ferida experimenta a perda do seu poder criativo e da sua autodeterminação”, destacou.

A Constelação como linguagem do corpo

Na sequência, Irmgard explicou o papel das Constelações Yoni como método terapêutico de escuta do corpo feminino.

“Nesta abordagem, a Yoni ganha voz. Ela relata suas dores, revela bloqueios e nos transmite o que o corpo, por si só, não verbaliza. Isso permite localizar feridas, dar nome aos traumas e iniciar processos de cura”, informou. A Constelação, nesse sentido, transforma o invisível em presença simbólica.

A autora salientou ainda que mesmo vivências consideradas leves — como sexo insensível ou desrespeitoso — produzem impactos significativos. “Isso ativa estresse negativo no cérebro, provoca tensão crônica e afeta não apenas a saúde física, mas também a psíquica e relacional”, alertou.

Dimensões simbólicas da cura

Diferentemente de uma Constelação Sistêmica convencional, a Constelação Yoni propõe posições específicas no campo morfogenético. Entre elas, estão arquétipos como o princípio feminino divino, a deusa, a mulher anciã sábia, guias ancestrais, animais de poder e figuras pessoais significativas — como avós ou bisavós.

“Cada posição traz consigo uma mensagem simbólica que facilita o entendimento do sintoma como expressão de um conteúdo profundo”, explicou.

Rauscher defendeu que toda manifestação corporal possui significado. “O corpo é um aliado. Ele fala por meio dos sintomas. Ouvir essas mensagens nos aproxima do nosso sagrado interior.”

Ao final da prática, a terapeuta costuma estruturar um “círculo de suporte” para cada mulher. “Trata-se de um conjunto de representações — heroínas, arcanjos, ancestrais — que simbolizam proteção, força e reintegração”, relatou.

Traumas infantis e impactos na vida adulta

A mediadora e diretora científica do Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), Roseny Flávia Martins, formulou uma pergunta sobre os efeitos dos abusos sexuais na infância, inclusive quando ocorrem de forma indireta. A questão, segundo a mediadora, buscou compreender as manifestações emocionais e físicas observadas nas mulheres adultas que passaram por situações de violência sexual precoce.

A psicoterapeuta Irmgard Rauscher explicou que os sintomas decorrentes desse tipo de trauma são amplos e profundos, atingem tanto o corpo quanto a mente.

“Quando uma criança é abusada sexual e emocionalmente, as consequências se projetam para a vida adulta em diferentes níveis. Muitas mulheres sofrem de depressão, transtornos alimentares, síndrome do pânico e medo intenso de sair de casa. Em casos mais graves, aparecem pesadelos recorrentes, ideações suicidas e múltiplas manifestações psicossomáticas”, apontou.

Rauscher destacou que o trauma infantil não processado gera bloqueios energéticos e compromete a relação da mulher com seu próprio corpo. A ruptura entre a consciência corporal e o centro energético feminino — a Yoni — impede a expressão plena da vitalidade e da autoconfiança.

Efeitos do tratamento medicamentoso

A convidada também abordou a interferência dos tratamentos farmacológicos no processo de reconexão. “Muitas mulheres, diante de sintomas graves, recorrem a medicamentos psiquiátricos, que, embora necessários em determinados momentos, reduzem a sensibilidade emocional e física. Essa diminuição sensorial interfere na reconexão com a Yoni e com o coração interior”, constatou.

Segundo ela, o equilíbrio terapêutico exige abordagens integrativas e respeitosas, capazes de restaurar gradualmente o vínculo entre corpo, emoção e consciência.

“O remédio, de certo modo, protege para que a mulher não sinta demais, mas também impede que ela se reconecte plenamente com sua essência”, avaliou.

Interação com o público

Durante o momento de interação com o público, a participante Maria Cristina dirigiu à convidada internacional Irmgard Rauscher uma pergunta sobre a disponibilidade de literatura em português sobre Constelações Yoni. A dúvida apontou para o desejo de aprofundamento teórico por parte da audiência, o que reflete o interesse acadêmico e clínico pelo tema abordado.

Em resposta, Rauscher esclareceu que, até o momento, não há obras publicadas em língua portuguesa dedicadas especificamente às Constelações Yoni. Informou, entretanto, que trabalha atualmente na redação de um livro sobre o tema, ainda em fase de desenvolvimento, redigido originalmente em alemão.

A psicoterapeuta também destacou que publica reflexões e artigos em sua página pessoal, disponível em alemão e inglês.

“Escrevo nos meus blogs, onde abordo muitos aspectos do trabalho com a Yoni. Embora ainda não exista um livro completo publicado, esses textos já oferecem uma introdução valiosa”, afirmou.

Yolanda Freire propõe reflexão sobre sexualidade e transformação feminina na maturidade

Durante a live promovida pelo Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), a psicóloga e consteladora Yolanda Freire, diretora de Fundamentos e Estruturação Teórica das Constelações do CECS, direcionou à convidada internacional Irmgard Rauscher uma pergunta que ampliou o campo conceitual do debate: “A Yoni atravessa fases de desenvolvimento? Como as Constelações Yoni abordam os temas de trauma e transformação em mulheres na maturidade, especialmente após os 60 anos?”, indagou.

A questão levou à abordagem de uma dimensão sensível do feminino — muitas vezes silenciada social e culturalmente — sobre a sexualidade de mulheres mais velhas e os bloqueios impostos pelo patriarcado.

Em resposta, Irmgard Rauscher afirmou que “muitas mulheres que chegam à maturidade experimentaram, ao longo da vida, apenas uma sexualidade masculina, frequentemente marcada por décadas de silêncio, desinformação e ausência de conexão com seus próprios desejos”.

Segundo ela, é comum que mulheres com 40 ou 50 anos de casamento nunca tenham explorado suas próprias preferências íntimas.

A psicoterapeuta explicou que esse tabu — tanto dentro quanto fora das relações — permanece como herança de uma estrutura social patriarcal, que nega à mulher o direito à expressão plena da própria sexualidade.

“Há milhares de anos perdemos o contato com a deusa, e, sem essa identificação com o sagrado feminino, não conseguimos nos celebrar. Carregamos a ausência da deusa dentro de nós”, destacou.

Para Rauscher, a transformação começa quando a mulher se reconhece como guardiã da deusa e começa a questionar os modelos herdados.

“Quando uma mulher resgata sua conexão com o feminino sagrado, sua sexualidade se transforma, assim como sua personalidade. Trata-se de um despertar que não se limita à intimidade: ele expande a inteligência, a presença e a potência das mulheres maduras”, afirmou.

Yolanda Freire considerou a resposta um convite à redescoberta da potência feminina na maturidade. A troca sintetizou o espírito do encontro: acolher, integrar e transformar os saberes do corpo, da alma e da ancestralidade.

Dinâmica dos grupos na Constelação Yoni

Na sequência da live promovida pelo Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), a participante Maria Isabel Lopes dirigiu uma pergunta à convidada internacional Irmgard Rauscher a propósito da dinâmica dos grupos e a possibilidade de acompanhamento mais profundo para casos de abuso ou feridas emocionais graves.

“Gostaria de saber se os grupos são abertos ou fechados e se, nos casos de abuso ou questões mais profundas, há possibilidade de um trabalho continuado”, questionou.

Irmgard respondeu que, nos workshops de Constelação Yoni, o número de participantes é cuidadosamente limitado para que todas as mulheres tenham a oportunidade de vivenciar sua própria constelação.

“Aceito tantas mulheres quanto possível para um fim de semana, a fim de garantir que todas possam passar por sua Constelação. Sentamo-nos em um círculo formado apenas por mulheres. Mesmo diante de temas extremamente íntimos, há um espaço de escuta e acolhimento mútuo. Aquelas que escutam compreendem por que também passaram por vivências semelhantes”, explicou a convidada.

Cura coletiva e força feminina

A especialista destacou que o ambiente se constitui como um campo de apoio formado por um círculo sagrado feminino. “Choramos juntas, rimos juntas, dançamos juntas. Isso gera um movimento libertador. O campo formado nesse círculo tem um enorme poder de cura”, informou.

Segundo Irmgard, a proposta dos encontros não é apenas reconhecer o trauma, mas permitir que a dor encontre um fluxo transformador. “Encontramos a causa energética do trauma. A cura começa quando conseguimos enxergar o que aconteceu, permitir que a dor flua, e, sobretudo, que o amor também flua. Este é o verdadeiro movimento de cura”, pontuou.

Com base em sua experiência clínica, Irmgard afirmou que tudo pode emergir dentro desse campo feminino: “Uma mulher tem dentro de si a força de acolher tanto a vida quanto a morte. Quando ela encontra esse espaço interno, tudo pode se transformar.”

Proteção da deusa interior e dignidade feminina

Na sequência da live, a participante Anapaula Brum direcionou à convidada internacional Irmgard Rauscher uma pergunta sobre um dos conceitos centrais de sua abordagem terapêutica: o que significa, na prática, proteger a deusa interior.

Irmgard Rauscher explicou que a proteção da deusa interior começa com o reconhecimento da própria origem divina.

“Cada mulher carrega dentro de si essa dimensão sagrada”, afirmou. Segundo a psicoterapeuta alemã, esse processo de reconexão se fundamenta em um movimento interno de respeito e dignidade, em que a mulher passa a se enxergar como filha — ou representante — da deusa.

“É um estado de consciência que se constrói a partir da mente, mas que se enraíza no corpo e no espírito. Essa percepção transforma o modo como a mulher se relaciona consigo mesma e com o mundo”, completou.

A prática cotidiana do sagrado feminino

Irmgard destacou ainda que o cultivo dessa conexão pode ser aprofundado por meio de práticas meditativas, que servem como canal de escuta interior e presença.

“Sempre é possível acessar essa dimensão por meio da meditação. Ela fortalece a consciência de que a deusa habita em cada mulher e que sua presença merece ser honrada”, disse.

Reflexões sobre a Lua da Colheita e a cura feminina

Na parte final da live internacional promovida pelo Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), a socióloga Miriam Coelho Braga, primeira membra benemérita da entidade, trouxe uma reflexão simbólica e afetiva ao mencionar a coincidência do encontro com a chegada da Lua da Colheita no céu brasileiro.

Em tom reverente, ela destacou o momento como um “presente”, e celebrou o espaço de cura e aprendizado aberto ao feminino durante a transmissão.

“Hoje temos, aqui no Brasil, a Lua da Colheita. Acolhemos essa live com expectativa e compromisso. Somos tocadas também pela lembrança de que o Dr. Gunthard Weber trabalhou com nossa turma, e nos recomendou o professor Franz Ruppert com sua bibliografia sobre trauma”, afirmou.

Ela citou a obra ‘Meu Corpo Meu Trauma Meu Eu’, referência fundamental na abordagem psicoterapêutica dos efeitos do trauma.

Miriam também destacou a importância do contexto político atual do Brasil, ao citar atuação da ministra das Mulheres, Márcia Lopes, e incorporação dos traumas femininos como pauta de saúde pública.

“Convido todos a meditar nessa Lua da Colheita, símbolo do nosso feminino, e a buscar essa complementariedade com o masculino. É tempo de reconciliação e cura”, pontuou.

Menopausa e o corpo não olhado

A participante Ana Paula fez uma pergunta direta à convidada especial Irmgard Rauscher: “Uma menopausa desregulada e agressiva pode ter relação com uma Yoni não olhada ao longo da vida?” A especialista foi objetiva em sua resposta: “Sim, pode ser”.

A resposta breve, porém incisiva, encerrou com clareza a correlação entre processos fisiológicos e aspectos emocionais ou energéticos não resolvidos na trajetória feminina.

Na sequência, Eunice Nunes da Costa, participante de Campo Grande (MS), compartilhou sua vivência como mulher que, ao longo da vida, assumiu papéis tradicionalmente atribuídos ao masculino — o sustento da casa, a criação dos filhos, a liderança familiar. Perguntou como, diante desse contexto, seria possível se reconectar com a própria Yoni e resgatar o amor-próprio feminino.

Irmgard Rauscher respondeu com uma fala sensível e poética, ao conclamar as mulheres a resgatar sua história ancestral anterior ao patriarcado.

“Vivemos em um mundo de homens, mas precisamos desenvolver respeito por nós mesmas e pelos valores femininos: carinho, amorosidade, doação e profundidade. Não devemos seguir os homens, mas descobrir quem somos”, afirmou.

E complementou: “Uma mulher que se reconecta com a deusa interior é capaz de se maternar. Esse é um caminho que começa pelo coração.”

Considerações finais com reverência ao feminino

O mediador, médico Marcelo Bertelli, nas palavras finais expressou reverência profunda ao feminino.

“Às vezes, é preciso silenciar e entrar em um lugar de muito, muito respeito pelo feminino”, disse.

Ele reafirmou a crença na cura sistêmica e no equilíbrio entre os polos masculino e feminino: “Quanto mais cedo olharmos para a jornada da sexualidade, mais felicidade podemos promover.”

Marcelo dirigiu agradecimentos à professora Irmgard Rauscher ao reiterar a importância de encontros como aquele para a transformação individual e coletiva:

“Espero que possamos tê-la conosco novamente, para continuar o aprendizado. Nós, homens, também precisamos continuar a aprender sobre isso. Há uma tarefa no masculino: reverenciar o sagrado que nos traz à vida”, concluiu.


Participantes da live internacional promovida pelo Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), em 07 de outubro de 2025, que reuniu saberes científicos, espirituais e simbólicos sobre a sexualidade e o sagrado feminino, com foco na metodologia das Constelações Yoni

A psicoterapeuta alemã com atuação em clínicas para mulheres vítimas de trauma Irmgard Rauscher é formada por Bert Hellinger e fundadora das Constelações Yoni: “Ela ganha voz, transmite emoções e revela o que o corpo silencia”

Médica e psicoterapeuta com especialização em medicina preventiva e social, Dagmar Ramos é presidente do CECS: A iniciativa tem como missão criar pontes entre ciência, alma e corpo

O médico Marcelo Bertelli, mediador da live internacional: “Quanto mais cedo olharmos para a jornada da sexualidade, mais felicidade podemos promover”

Diretora científica do CECS, Roseny Flávia Martins mediou o evento e fez perguntas que aprofundaram o campo terapêutico das Constelações Yoni: Ela indagou sobre os efeitos dos abusos sexuais na infância, inclusive quando ocorrem de forma indireta

A psicóloga e diretora de Fundamentos e Estruturação Teórica das Constelações do CECS, Yolanda Freire contribuiu com reflexões sobre o feminino na maturidade: “Como as Constelações Yoni abordam os temas de trauma e transformação em mulheres especialmente após os 60 anos?”

A tradução consecutiva da live internacional com a presença da psicoterapeuta alemã Irmgard Rauscher foi realizada por Malu Scardazi

Maria Cristina, Maria Isabel Lopes, Anapaula Brum, Miriam Braga, Ana Paula e Eunice Nunes da Costa contribuíram com perguntas e reflexões que ampliaram os horizontes do debate: Um diálogo marcado pela escuta, pelo acolhimento e pela força do feminino coletivo

Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS) – Assessoria de Comunicação – Contato para informações e entrevistas: (62) 9-8271-3500 (WhatsApp)

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