
Na 7ª edição do Projeto Autoria, promovido pelo Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), a psicóloga e socióloga apresenta obra que reúne autobiografia, Constelações Familiares e poética clínica. Autora reflete sobre ancestralidade, vínculos familiares e supervisão como prática formativa. “Ao escrever, acessei partes da minha história, da minha pré-história e de zonas profundas da memória que costuram o presente”, afirma. “Uma escrita que rega o solo da escuta e alimenta o fluxo da memória”, pontua mediadora Yolanda Freire
O Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), por meio da Diretoria de Fundamentos e Teoria, realizou no dia 22 de outubro a 7ª edição do Projeto Autoria, com a participação da socióloga e psicóloga Ercília Gonçalves.
A autora apresentou o livro ‘Do Pé de Araçá às Leis do Amor’, obra que transcende os limites da autobiografia e se transforma em um mergulho profundo nas relações humanas e familiares à luz da visão sistêmica.
No texto, Ercília conduz o leitor por uma travessia simbólica — da infância entre os frutos e sombras do araçazeiro ao encontro com as grandes verdades do amor e da reconciliação.
O livro é, ao mesmo tempo, narrativa pessoal e ensaio teórico sobre as Constelações Familiares e a Terapia Sistêmica. A autora propõe um olhar que une o existencial e o científico, o cotidiano e o transcendental ao reforçar a ideia de que “o amor é a força que costura as dores e alegrias da vida”.
Ercília presta homenagem ao “guarda-chuva sistêmico” que lhe deu guarida e sentido, ao expressar gratidão por uma jornada que a conduziu do microcosmo familiar às leis universais do amor.
O prefácio, assinado pela psicóloga e terapeuta sistêmica Adriana Aguilar Mendes Lodi, criadora do Método DPS, descreve a leitura como “uma viagem literária arrebatadora” que mistura poesia, saberes técnicos e lembranças afetivas.
“Ercília é uma dessas deusas que pinta, borda e dá o sopro que uma flauta espera imprimindo arte em tudo o que toca — livros, bordados, panela no fogo, poesia e lirismo. Uma narrativa cultural e emocional, que convida o leitor a revisitar seu próprio ‘pé de araçá’ e enxergar-se pela primeira vez”, escreveu Adriana.
A mediação do encontro coube à psicóloga e consteladora Yolanda Freire, diretora de Fundamentos e Estruturação Teórica das Constelações do CECS.
Ercília Gonçalves: trajetória de excelência na terapia sistêmica e no estudo das dinâmicas familiares
A psicóloga e socióloga Ercília Gonçalves atua como terapeuta sistêmica nas áreas de família e casal, com formação pela Equipisis, em Belo Horizonte.
Com trajetória marcada pela formação continuada, realizou cursos intensivos em escolas de Roma e Milão, além de integrar o Núcleo de Pesquisas do Rio de Janeiro.
Possui pós-graduação na USP em Violência Doméstica e especialização em Constelação Familiar pelo Instituto Desenvolvimento Sistêmico para a Vida (Idesv) e pelo Instituto Vera Bassoi (IVB).
É também cofundadora do Circular – Centro de Estudos e Atendimentos Sistêmicos, instituição voltada à difusão e ao aprofundamento das abordagens sistêmicas no campo das relações humanas.
Com trajetória acadêmica e clínica marcada pela integração entre filosofia, ciência e espiritualidade, Ercília se tornou referência nacional na abordagem das relações familiares sob a ótica sistêmica.
Encontro marcado pela escuta, generosidade e escrita com alma
A abertura do evento ficou a cargo da mediadora Yolanda Freire. Em sua saudação, destacou a relevância do Projeto Autoria como espaço de valorização das produções teóricas e vivenciais que integram o campo das Constelações Familiares Sistêmicas.
“Estamos no 7º Autoria e é uma honra receber Ercília Maria de Araújo Gonçalves, autora de uma obra tão profunda e generosa. ‘Do Pé de Araçá às Leis do Amor é mais do que um livro’: é uma travessia tecida com beleza, consistência e escuta sensível”, afirmou Yolanda.
Segundo a mediadora, o texto de Ercília apresenta uma escrita sólida e afetiva, capaz de traduzir, com linguagem poética e rigor conceitual, as camadas que constituem o olhar sistêmico sobre a vida, as relações e os vínculos familiares.
“É um presente para todos nós, especialmente para os associados e associadas que caminham com o CECS na sustentação deste espaço de saber, cuidado e pertencimento”, pontuou.
A literatura como veículo de consciência sistêmica
Ao elogiar a trajetória da autora, Yolanda Freire reforçou o compromisso do CECS em reconhecer, apoiar e difundir as produções que nascem no seio da comunidade de profissionais ligados ao campo das Constelações Sistêmicas. “Trazer esse livro é reconhecer a potência de uma escrita que, ao mesmo tempo, encanta e ensina. Recebemos hoje uma autora cuja presença é tão gentil quanto sua obra. Uma autora que dá prazer de ler, de escutar, de partilhar.”
A iniciativa do Projeto Autoria integra a proposta do CECS de fomentar não apenas a formação técnica, mas também a construção de pensamento crítico e sensível dentro da abordagem sistêmica, com destaque para autores que promovem pontes entre experiência clínica, trajetória pessoal e reflexão teórica.
O livro como expressão do íntimo
A psicóloga e socióloga Ercília Gonçalves iniciou sua participação com agradecimentos ao CECS e à mediadora Yolanda Freire. Reconheceu o espaço como uma oportunidade simbólica de partilha, não apenas de uma obra, mas de fragmentos de alma e consciência.
“Falar do livro é um ato de exposição interior. Ao escrever, acessei partes da minha história, da minha pré-história e de zonas profundas da memória que costuram o presente”, afirmou.
Para Ercília, narrar-se representa mais do que relatar eventos. É propor perguntas existenciais. “Aquilo que me acontece agora tenta me dizer o quê?” Ao lançar essa provocação, a autora reforçou o compromisso do livro com a escuta interna e com o exercício contínuo da consciência.
O araçá como confidente simbólico
No centro da narrativa, está o pé de araçá — árvore comum na Mata Atlântica, pouco conhecida por muitos, mas carregada de simbolismo para a autora. A planta, segundo Ercília, nasceu espontaneamente nas proximidades de sua casa de infância, em um vilarejo rural: “Talvez um pássaro tenha deixado a semente. Talvez tenha sido o próprio destino. Fato é que aquele pé de araçá cresceu como testemunha silenciosa das minhas primeiras experiências com o mundo”.
A autora descreveu o fruto como espirituoso e doce ao mesmo tempo, metáfora que se repete ao longo da obra como imagem da travessia entre delicadeza e profundidade. O araçá se torna confidente, e a escrita se estabelece como instrumento para nomear vivências, subjetividades e aprendizados que transbordam a autobiografia.
Uma travessia entre o pessoal e o sistêmico
A obra propõe um olhar que conecta a narrativa pessoal ao campo das Constelações Familiares Sistêmicas. A escrita em primeira pessoa se articula com o pensamento teórico, sem perder a dimensão afetiva: “Esse livro nasceu do meu desejo de compartilhar as confidências do meu percurso, que é também o território do meu fazer clínico, acadêmico e existencial”.
Ao conjugar vida e teoria, a autora tece um caminho que transita entre o microcosmo da experiência individual e as leis universais que sustentam a visão sistêmica. O livro assume, assim, um caráter reflexivo e formativo, ao mesmo tempo íntimo e coletivo.
A biografia como alicerce para construção do pensamento
Em continuidade à conversa, a mediadora Yolanda Freire ressaltou a singularidade da obra de Ercília Gonçalves ao entrelaçar narrativa autobiográfica e elaboração conceitual. Destacou que o livro não apenas apresenta uma história pessoal, mas constrói, a partir dela, um campo de pensamento profundamente alinhado às Constelações Familiares Sistêmicas.
“A escrita nasce da vida e se transforma em conhecimento. O seu livro propõe um caminho que não separa vivência de teoria. Ao contrário, a biografia sustenta os conceitos com a força de quem atravessou o que escreve”, afirmou Yolanda. Ao retomar a imagem do desnudar-se, já mencionada por Ercília, a mediadora trouxe uma analogia simbólica extraída do tarô: a carta da Estrela.
Segundo Yolanda, a imagem da mulher despida, a derramar água sobre a terra seca e sobre o curso do rio, evoca o gesto da autora: “Uma escrita que rega o solo da escuta e alimenta o fluxo da memória. Uma água elaborada, que passou por tempo e cuidado.”
A citação como costura de saberes
A mediadora fez referência ao uso das citações no livro, ao destacar a forma como Ercília as insere com equilíbrio e propósito.
“As citações aparecem como um fio delicado. Não como demonstração de erudição, mas como parte da tessitura que dá corpo à narrativa”, apontou.
Yolanda mencionou que, ao folhear o livro, surpreendeu-se inicialmente com a quantidade de autores citados, mas logo percebeu que cada referência ocupava um lugar coerente dentro da estrutura da obra: “Não são fragmentos soltos. Cada citação conduz o leitor com leveza e precisão, como quem oferece não um conceito, mas uma vivência tecida com palavras.”
Yolanda preparou a transição para a próxima fala de Ercília, referindo-se à personagem simbólica da “menina” presente no texto, e convidou a autora a compartilhar o relato sobre o processo de criação do livro — o “parto” da obra.
Yolanda Freire compartilhou com o público um dos trechos mais simbólicos e sensíveis da obra ‘Do pé de araçá às leis do amor’. A passagem, escrita como um diálogo íntimo com a própria criança interior, revela o tom terapêutico e reconstrutivo que atravessa todo o livro. Em tom de invocação amorosa, a autora se dirige à sua “pequena”, oferecendo presença, acolhimento e permanência.
“Minha pequena, venha, eu te vejo. O vento está forte, mas ele vai passar.” Assim se inicia a invocação, que caminha entre a escuta e o afeto. A autora apresenta uma consciência madura que reconhece a vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, oferece sustento: “Sinta minha mão segurando a tua. Pode sentir o meu pulsar. E eu sinto o teu pulsar. Agora estamos rítmicas.”
O texto reflete um movimento de reconexão e pertencimento, onde a dor se encontra com o cuidado: “Seguimos, vou cuidar de ti, minha pequena, e vou derramar em ti todo o meu amor.” A tempestade simboliza o trauma ou o sofrimento atravessado, mas há promessa de amanhecer: “A noite anoitece, e daqui a pouco será meia-noite. Daí pra frente vai clarear.”
O trecho integra poesia, psicologia e espiritualidade num só corpo. A reconciliação com a criança ferida é conduzida com suavidade: “Tu és essa parte de mim que escapa de mim e só tem sossego quando voltas até mim.” A voz narrativa assume a responsabilidade de cuidar e proteger: “Nunca irei te abandonar, tu sabes. Estás em mãos seguras.”
Yolanda destacou o valor simbólico e terapêutico desse trecho ao lê-lo com emoção e respeito. A autora transforma o gesto literário em um ato de integração e cuidado interno ao ofertar ao leitor não apenas a beleza estética do texto, mas também uma proposta de cura a partir da escuta profunda de si.
Feridas simbólicas e caminhos de cura
Ercília Gonçalves, na sequência, pontuou sobre potência curativa do contato com a própria criança interior. Segundo ela, o trecho lido por Yolanda Freire evocou imagens internas de vulnerabilidade e de cuidado: “Carregamos essa criança desvalida, abandonada, ferida. Em muitas situações, nos cabe dialogar com essa parte infantil ainda desprotegida”.
Foi desse lugar existencial que emergiu o livro ‘Do pé de araçá às leis do amor’. A autora contou que a obra nasceu em um momento de atravessamento emocional profundo, e escrita se deu de modo inesperado: “Sou uma pessoa irremediavelmente poética. Vejo poesia na vida e no entorno. Isso me ajuda a atravessar as dificuldades com mais assentimento e a reconhecer, com esperança, os momentos bons”.
Gestado por mais de vinte anos, o livro teve o primeiro capítulo iniciado em 2001. Intitulado ‘Minha história e meus recursos’, esse texto inicial abriu caminho para os demais, que só foram finalizados em 2023: “Esse livro só poderia nascer quando eu estivesse sentada na minha cadeira de avó. Foi quando minhas netas chegaram que entendi o tempo certo da obra”.
Entre o segredo e a revelação
Ercília explicou que a escolha pela escrita em primeira pessoa foi intencional. Atravessou seu próprio sistema familiar e precisou lidar com segredos transgeracionais. “Na concepção sistêmica, o segredo é aquilo que todos sabem, mas não pode ser falado”, disse. A autora admitiu receios ao abordar aspectos delicados de sua história, mas relatou que seu sistema familiar acolheu positivamente a obra.
Nesse percurso autobiográfico, ela revisitou sua genealogia. Descobriu, por exemplo, que sua existência está ligada a um evento histórico: a Guerra do Paraguai. Seu bisavô, convocado para o conflito, casou-se para evitar o alistamento militar, e dois meses depois a guerra terminou. “Esse foi o incidente internacional que me deu a graça da vida”, brincou.
Modelo sistêmico e integração de saberes
Na segunda parte da obra, Ercília introduz conceitos centrais das Constelações. Segundo ela, o pensamento sistêmico representou um divisor de águas em sua forma de perceber o mundo e conduzir a própria existência. Ao ampliar a consciência, conseguiu tratar de temas que, até então, permaneciam como contabilidades emocionais em aberto.
A autora afirma que a família é um “santuário de laços e nós”. Por isso, muitas vezes, é preciso transgredir certas lealdades invisíveis para libertar-se e reestruturar a própria identidade. Inspirada por autores como o rabino Newton Bonder, ela convida o leitor a fazer perguntas fundamentais: sobre o nome que recebeu, as origens, as histórias por trás de escolhas. “Nosso nome é nossa identidade. Carrega uma história e as expectativas do nosso sistema”, afirmou.
O livro, composto por quinze capítulos, apresenta um formato interativo. Propõe reflexões, questionamentos e convites ao leitor para que também revisite sua própria história. A autora menciona que suas numerosas citações não são meramente ornamentais. Elas resultam de diálogos profundos com pensadores e pensadoras que influenciaram seu percurso.
“Meu hobby é a leitura. Converso com os autores, discuto com eles, e trago das nossas trocas algumas lembranças”, ressaltou. “Que o meu pé de araçá convide o seu pé de araçá para dançar. Que seja uma dança com ritmo próprio e muitas coreografias”, completou.
Metáforas, literatura e a linguagem da alma
A psicóloga Yolanda Freire retomou a conversa ao destacar que a obra alcança um ponto raro de equilíbrio entre narrativa autobiográfica, literatura e teoria — traço potencializado pela construção do diálogo com grandes nomes da cultura e do pensamento universal.
Yolanda salientou que o leitor se sente inserido numa roda de conversa com nomes como Violeta Parra, Fernando Pessoa e T. S. Eliot, costurados com precisão à voz pessoal da autora. “É como se estivéssemos a tomar um café, com bolo de milho e pão de queijo, em um encontro mineiramente afetuoso com esses autores e suas ideias”, comentou, de forma bem-humorada.
Ao valorizar a qualidade das citações e a organicidade entre pensamento e emoção, a mediadora leu um trecho específico da obra, que, segundo ela, expressa com clareza o olhar das Constelações Familiares sobre os vínculos, os deslocamentos simbólicos e as histórias herdadas de forma inconsciente: “Os passageiros do trem, nossos antepassados, permanecem em nós de alguma maneira, e assim a construção de nossas narrativas é sempre recheada de muitas outras que fizeram parte da viagem”.
A imagem do “trem da existência” funciona, nesse contexto, como uma poderosa metáfora sistêmica. Ela expõe o modo como ocupamos lugares herdados e carregamos bagagens simbólicas que, por vezes, não nos pertencem. Ao trazer essa abordagem de forma poética e pedagógica, Ercília oferece ao leitor a possibilidade de um deslocamento de consciência, que permite ver com mais clareza os vínculos entre destinos familiares, repetições e possibilidades de escolha.
Assentos simbólicos e revisitações familiares
Em resposta à leitura da mediadora, Ercília Gonçalves destacou a metáfora do trem como uma representação potente das vivências familiares e das heranças emocionais inconscientes.
“Todos, em algum momento da vida, ocupamos assentos que não nos pertencem. É preciso consciência para identificar esses lugares e devolvê-los a quem de direito — com respeito e amorosidade”, refletiu.
A autora associou essa ideia à ampliação da consciência e à importância de revisitar, com maturidade, o próprio sistema familiar.
Para Ercília, o livro ‘Do pé de araçá às leis do amor’ convida o leitor a realizar esse retorno simbólico às origens.
“Esse gesto de voltar à família de origem não busca condenar ou reviver dores, mas sim libertar. Libertar-se de padrões herdados, de lealdades invisíveis, de expectativas não ditas que moldam, silenciosamente, nossos caminhos”, afirmou.
Ercília também pontuou que sua caminhada, cada vez mais espiritualizada, passou a ser atravessada por uma percepção ampliada da vida e do pertencimento: “Somos poeiras das estrelas. Tudo o que está fora também está em nós. Essa conexão nos chama à compaixão, à revisão de posturas, à escolha por uma escuta mais profunda da vida.”
A autora destacou a influência do pensamento do psiquiatra húngaro-americano Iván Böszörményi-Nagy, fundador da terapia familiar contextual, ao refletir sobre os “livros de contabilidade invisíveis” que carregamos dentro dos vínculos familiares: “Nem sempre vivemos como gostaríamos, mas como fomos inscritos nesses sistemas. Tomar consciência disso liberta. Cura.”
Segundo Ercília, o pensamento sistêmico representou um divisor de águas em sua prática clínica. “Passei a ver com mais nitidez os entrelaçamentos, a abrir e fechar focos com mais precisão. Mas foi com as Constelações Familiares que esse olhar encontrou completude. Elas trouxeram um brilho novo ao meu trabalho, e à minha vida.”
Constelações e o gesto de curar com amorosidade
Ao comentar o impacto das Constelações Familiares em sua trajetória pessoal e profissional, Ercília reforçou a importância de viver aquilo que se propõe a estudar ou ensinar: “Teoria sem vivência é letra morta. Nenhum livro será útil se não passar primeiro pelo nosso corpo e pela nossa história.”
Ela sublinhou que o processo terapêutico não alcança um fim definitivo, mas exige compromisso contínuo com a própria evolução: “A Constelação não fecha, ela alarga. Cura como o ato de consentir a realidade tal como ela é: amorosa, contraditória, imperfeita”.
Ao citar Franz Kafka, um dos escritores mais influentes do século XX, que dizia que um livro deve ser “um machado para o mar congelado dentro de nós”, Ercília resumiu o desejo que impulsionou sua escrita: “É esse o espírito que habita o meu livro.”
Livro traduzido para o inglês
Ercília compartilhou outro aspecto pessoal de grande significado: o livro foi traduzido para o inglês, numa tiragem reduzida, como um gesto de afeto para as netas que vivem fora do Brasil. “Elas não dominam o português. Senti que precisava entregar a elas essa parte da minha história. Isso é legado. Isso é continuidade.”
Ela reiterou que a obra não é apenas uma construção teórica ou uma narrativa autobiográfica. É também um presente às gerações futuras: “Sou continuidade por meio delas. Este livro também é uma forma de me manter presente no futuro da minha linhagem.”
O casal como ponto de transição
Ao comentar a estrutura da obra ‘Do pé de araçá às leis do amor’, Yolanda Freire destacou a escolha da autora por dedicar dois capítulos à formação do casal e à transição entre o amor romântico e os desafios relacionais cotidianos. Para a mediadora, essa opção reflete a preocupação em oferecer uma leitura generosa e realista sobre os vínculos afetivos contemporâneos.
Segundo Yolanda, a narrativa percorre com profundidade os processos formativos da vida a dois — desde o encantamento inicial até os desafios de sustentar um projeto comum ao longo do tempo: “Ercília propõe uma escuta sobre o que nos move em direção ao outro, mas também sobre aquilo que se repete nas relações, sobre os padrões que se instalam silenciosamente e sobre a possibilidade de superá-los com consciência.”
Ela salientou que o livro estabelece um diálogo direto com as novas gerações, ao abordar as transições que envolvem o casal e a família a partir de um olhar sistêmico: “Trata-se de um conteúdo que nem sempre nos foi ensinado, mas que pode ser profundamente transformador para quem deseja romper com repetições inconscientes.”
Yolanda também observou a progressão narrativa da obra, que parte da história familiar e alcança, ao longo dos capítulos, o olhar sobre o indivíduo e suas mitologias internas. Para ela, Ercília conduz o leitor por um percurso que inclui as lealdades herdadas, os mitos pessoais que estruturam o comportamento e as escolhas que surgem à luz do autoconhecimento.
“Há um convite constante à autorreflexão. O livro propõe que o leitor questione qual nome carrega, quais histórias o atravessam, que tipo de amor se repete e a quem, ainda que inconscientemente, permanece leal”, destacou.
Na parte final da análise, Yolanda apontou o papel simbólico da avó, figura que Ercília ocupa de forma ativa e reflexiva em sua obra. Para ela, a autora se inscreve no arquétipo da anciã — aquela que, ao olhar para o passado com ternura e lucidez, transforma a trajetória pessoal em um bem coletivo.
“A avó que escreve é também a conselheira. Ela não oferece apenas a memória, mas a prática. A prática da escuta, do cuidado, da presença. Cada capítulo carrega a experiência clínica de uma terapeuta que não teoriza de longe, mas que mergulhou na complexidade das relações humanas”, pontuou.
A mediadora concluiu ao afirmar o que a autora entrelaça com rara precisão a história pessoal com os aportes teóricos das Constelações Familiares Sistêmicas e da psicoterapia, ao construir uma obra que ensina, emociona e acolhe.
A terra, a infância e o sagrado feminino
Ao rememorar a origem rural, Ercília Gonçalves traçou uma conexão poética com a natureza. A psicóloga e socióloga revelou que sua alma camponesa moldou profundamente a visão de mundo e de cuidado: “Minha placenta foi enterrada aos pés de uma roseira branca. Por anos, observei aquele arbusto florescer. Talvez por isso, nunca me desvencilhei do encantamento que a natureza exerce sobre mim”.
Ercília também evocou as imagens femininas que a cercaram na infância: benzedeiras, curandeiras, mulheres de saias rodadas com ramos sobre as orelhas, carregadas de saberes ancestrais. Para ela, essas figuras não apenas representavam um modo de viver, mas fundaram um campo simbólico onde espiritualidade, corpo e comunidade coexistiam em harmonia: “A prática da benzeção me ensinou que há sabedoria no invisível. Hoje, entendo como essas práticas são integrativas e fundamentais.”
O legado ancestral e o desejo de partilha
Em um mergulho antropológico, Ercília reconheceu no passado dos povos primitivos um alicerce comum à humanidade. Fogueiras, cantos, tambores, invocações — imagens que remetem à busca por proteção, transcendência e pertencimento. “Tudo isso sempre me intrigou. A antropologia é um chamado para mim. Busco compreender como os antigos lidavam com o medo, com o erro e com o sagrado. Há muita beleza nessa escuta”, refletiu.
Ao entrelaçar a experiência pessoal com os saberes que reuniu ao longo da jornada, Ercília reforçou o sentido do livro como ferramenta de partilha. Para ela, o gesto de publicar é, acima de tudo, um convite à troca: “Quero ouvir o leitor. Quero saber o que ele sentiu. É nesse encontro de histórias que encontramos potência.”
A autora concluiu a fala ao evocar o tempo necessário para amadurecer a obra. Lembrou que a gestação de ‘Do pé de araçá às leis do amor’ atravessou mais de duas décadas e que o livro só pôde nascer quando ela compreendeu sua missão como testemunha de uma experiência vivida.
“Tudo tem seu tempo. A obra só se revelou inteira quando eu já ocupava o lugar de avó. Hoje, tenho clareza de que o livro é um legado. Não se trata apenas de narrar minha história, mas de abrir caminhos. Porque o céu não é perto para ninguém. Nada vem sem esforço. Mas há sempre ‘patoazinhos’ — pequenas forças ocultas — que nos ajudam a chegar aonde precisamos chegar”, afirmou.
A travessia do livro como prática integrativa
Na continuidade do encontro, a mediadora Yolanda Freire destacou a confluência entre as múltiplas dimensões que atravessam a obra de Ercília Gonçalves. Para ela, o livro se constrói na intersecção entre ciência e sensibilidade, resultado da escuta refinada de quem transita, com naturalidade, entre os campos da psicologia e da sociologia.
“É um trabalho que combina teoria, prática clínica e poesia cotidiana. A escrita de Ercília realiza um processo de limpeza simbólica — quase como uma faxina da alma — capaz de dissolver antigos mitos e atualizar narrativas que pesam na experiência das famílias e dos indivíduos”, afirmou.
Yolanda chamou atenção para a solidez com que a autora aborda temas como transgeracionalidade, epigenética e as Leis do Amor propostas por Bert Hellinger, inserindo-os no contexto de uma visão sistêmica complexa. Para ela, Ercília oferece uma leitura sensível e acessível de temas profundos, sem renunciar ao rigor.
“O livro exige de nós a coragem de encarar não só a nossa existência singular, mas o trem do qual fazemos parte — com suas bagagens trocadas, histórias herdadas e destinos inconscientes. Ler Ercília é também aprender a identificar o que carregamos por nós e o que deve retornar a quem de direito”, apontou.
Ao se referir aos capítulos finais da obra, Yolanda valorizou o espaço dedicado à supervisão clínica, frequentemente ausente nas reflexões públicas sobre terapia. Segundo ela, a autora amplia o olhar sobre o processo terapêutico ao incluir o papel fundamental da escuta supervisionada.
“Ercília nos lembra que o processo de formação de um terapeuta não se encerra na técnica. É na supervisão — esse espaço ético e generoso — que o olhar se refina, que a escuta amadurece, que as intervenções ganham precisão e responsabilidade. É um ponto alto do livro, sobretudo por tratar de um tema tão pouco debatido, mas essencial na prática clínica sistêmica”, avaliou.
Supervisão e fractais: a clínica como lugar de poesia e repetição
Ercília Gonçalves compartilhou, ao longo do encontro, reflexões sobre sua experiência com grupos de supervisão clínica, especialmente a partir de sua trajetória formativa junto à também terapeuta Adriana Aguilar. Por anos, ambas conduziram cursos voltados à abordagem sistêmica das relações familiares e conjugais, até que, em determinado momento, a vida — como ela própria define — “convida a entrar para o baile e, depois, a sair dele”.
Com o encerramento do ciclo de cursos, vieram novos chamados. Colegas da área clínica passaram a procurá-la com o desejo de aprofundar o olhar sistêmico em suas práticas profissionais, o que motivou a criação de um espaço singular: o Grupo de Supervisão Poesia dos Fractais.
Inspirado na teoria dos fractais, o grupo tomou forma como proposta teórico-vivencial. “Os fractais sempre me fascinaram. Essa ideia de que o todo está na parte e a parte está no todo — como acontece com um galho de samambaia ou uma flor do brócolis — me parece profundamente compatível com o pensamento sistêmico”, explicou a autora. Para ela, cada indivíduo representa um fractal de seu sistema familiar: uma repetição singular, mas inseparável do conjunto.
Ao longo de cinco anos, entre 2018 e 2023, Ercília manteve o grupo ativo em encontros quinzenais, nos quais as experiências clínicas compartilhadas geravam novas camadas de reflexão sobre padrões transgeracionais, repetições inconscientes e o campo das sincronicidades — especialmente aquelas que se manifestam em datas significativas, como propõe a psicogenealogia de matriz francesa.
“O trabalho com a supervisão foi arrebatador. Os casos clínicos nos permitiam dialogar com o que há de mais profundo no olhar sistêmico, e cada supervisando trazia algo que também me convocava a rever minha própria trajetória”, afirmou. Ela associou a experiência à sua contínua prática na clínica individual e familiar, nunca interrompida, e ressaltou o quanto esse espaço de escuta e construção conjunta a impulsionou a pesquisar e integrar saberes diversos.
Ao finalizar o relato, Ercília declarou que fez questão de incluir essa experiência no livro ‘Do pé de araçá às leis do amor’. Para ela, o livro representa uma tentativa de se retratar — consigo mesma, com os sistemas familiares que acompanhou ao longo de décadas e, de forma mais ampla, com a própria humanidade. “Essa era a minha ideia: compor uma obra que acolhesse a diversidade de histórias, dores, curas e movimentos possíveis dentro dos vínculos humanos.”
As leis do amor e a jornada de cura
Para a terapeuta Ercília Gonçalves, compreender as leis do amor não foi um aprendizado imediato. Segundo ela, trata-se de um processo contínuo, construído no tempo e no contato cotidiano com as histórias humanas. “A gente aprende todo dia. E o que sustenta minha prática clínica está justamente no pé dessas três leis”, afirmou, referindo-se aos princípios enunciados por Bert Hellinger: pertencimento, hierarquia e equilíbrio nas trocas.
Ercília observa que grande parte do sofrimento psíquico, como ela testemunha em décadas de clínica, emerge do desrespeito a essas leis fundamentais que regem os vínculos humanos. “As pessoas adoecem quando as leis são violadas. Isso vale para todas as relações, em qualquer lugar ou contexto. É algo profundamente belo e coerente. Não há como negar”, declarou.
A autora reconhece que Bert Hellinger teve a genialidade de organizar e expressar com clareza ideias essenciais que, embora visíveis no cotidiano, costumavam passar despercebidas: “Ele conseguiu reunir conceitos poderosos em poucas palavras. É uma síntese que nos desafia a olhar para aquilo que sempre esteve diante de nós.”
Ao escrever ‘Do pé de araçá às leis do amor’, Ercília não imaginava que daria forma pública a esse processo tão íntimo. O livro, segundo ela, representou também uma jornada de reconexão com os próprios antepassados, um movimento de reconhecimento e inclusão dos erros herdados.
“Eu revisitei meus pais, meus avós. Descobri que há muitos erros dentro de nós e que precisamos nos apresentar a eles. Alguns confundem, mas precisam estar ali, mesmo que na plateia. De tempos em tempos, um desses erros precisa subir ao palco, dançar conosco, e depois voltar ao seu lugar para que possamos ficar de pé”, explicou.
A poética dos eus e a ancestralidade como guia
A mediadora Yolanda Freire lançou um convite à escuta e ao diálogo com o público ao destacar a potência do livro ‘Do pé de araçá às leis do amor’ como uma obra que transita entre a clínica, a memória e a poesia.
Yolanda retomou um dos temas centrais da obra — a relação com os erros, os equívocos e os personagens internos que compõem a identidade de cada sujeito. “Quantos erros nós carregamos dentro de nós? Quantos deles somos?”, questionou, antes de introduzir mais uma peça poética de Ercília Gonçalves.
Na leitura, ela deu voz ao poema ‘Quantos erros’, que figura entre os textos autorais presentes na obra. Yolanda elogiou a escrita de Ercília: “Querida, gratidão por trazer tantos eus lindos para nós. Seu livro é rico, especial. Eu me sinto honrada por tê-lo lido e recebido em meu coração”, declarou.
Reconhecimento e gratidão
Durante o encerramento do encontro, a educadora e terapeuta Selma Horta expressou emoção ao ouvir a leitura do trecho final da obra. Em tom de gratidão, destacou a sensibilidade do conteúdo e a relevância do trabalho apresentado.
“Fiquei profundamente emocionada com a leitura. Quero conhecer a obra na íntegra, sem dúvida. Selma também agradeceu a abertura do espaço de partilha e escuta: “É uma alegria estar aqui. Gratidão profunda por colocar esse espaço à disposição de todos nós.”
A força emocional da escrita
A historiadora, jornalista, psicanalista e diretora de eventos do CECS Rosângela Ferreira destacou a força emocional da escrita de Ercília Gonçalves e a forma como sua obra promove uma tessitura simbólica entre experiências vividas, aprendizados e afetos.
“Mais do que sentir nas palavras, é possível ver a emoção que Ercília inscreve em cada trecho da sua jornada. Ao ler o livro e depois conhecê-la pessoalmente, percebi como essa narrativa se constrói com delicadeza e inteireza. Não se trata apenas de um produto, mas de um processo profundo de diálogo entre eus, dores, amores e partilhas”, afirmou.
Para Rosângela, o que torna a obra singular é sua capacidade de integrar, e não fragmentar: “Há uma presença sensível que costura os momentos, dá sentido a cada parte e constrói, de fato, uma jornada com integridade. Não se trata de capítulos isolados, mas de uma travessia que une o vivido e o pensado.”
Ao final, resumiu sua percepção com uma imagem: “É lindo testemunhar essa integridade ao longo da escrita e da vida da autora — como a sombra de um araçá que acompanha, acolhe e dá forma.”
Novas lentes para o mundo
A consultora Vanir Manhães, especializada em gestão de pessoas e processos, expressou gratidão e admiração pela abordagem da autora, ao mesmo tempo em que compartilhou uma reflexão pessoal despertada pela conversa.
“Quero agradecer profundamente. Ainda não li o livro, mas me comprometi a fazê-lo. As conexões que Ercília constrói são belíssimas”, afirmou. Com emoção, Vanir destacou o vínculo afetivo que mantém com Minas Gerais: “É um lugar muito especial. Fui casada com um mineiro, tenho um filho meio mineiro. Tenho um carinho imenso por essa terra.”
Na sequência, formulou uma pergunta que se desdobrou em reflexão: “Fiquei curiosa para saber quando o pensamento sistêmico entrou em sua vida. Foi no início da jornada? Ou já na prática profissional?”
Em sua fala, destacou a transformação que experimentou ao tomar contato com a abordagem: “Para mim, fez tanto sentido. O pensamento sistêmico oferece novas lentes para enxergar o mundo. É realmente algo extraordinário.”
A origem do olhar sistêmico
Em resposta à pergunta da consultora Vanir Manhães, a autora Ercília Gonçalves narrou como se deu a aproximação com o pensamento sistêmico. Segundo ela, esse encontro transformou profundamente sua trajetória pessoal e profissional.
“A psicologia foi minha segunda graduação. Já na reta final do curso, me vi completamente fascinada pelo pensamento sistêmico”, afirmou.
Na mesma época, sua colega e amiga Adriana Aguilar também iniciava esse percurso. “Decidimos buscar uma formação sólida, que fosse além de cursos pontuais”, contou. As duas ingressaram na EquipSIS, instituição sediada em Belo Horizonte.
Ercília citou o escritor Guimarães Rosa para expressar o impacto dessa travessia: “Foi um acidente de percurso, mas foi o que salvou a minha alma”. Desde então, há quase três décadas, ela mantém a coerência entre prática profissional e vida pessoal. “O pensamento sistêmico orienta minha conduta em casa, com meus filhos, com meu marido. Se não houver essa vivência cotidiana, não faz sentido levá-lo a mais ninguém. Trata-se de um modo de viver.”
Afetividade e reconhecimento mútuo
Durante a live de lançamento da obra ‘Pé de Araçá – As Leis do Amor’, a psicóloga e terapeuta sistêmica Adriana Aguilar, criadora do Método DPS (Desenvolvimento de Posturas Sistêmicas), participou com uma fala marcada pela afetividade e reconhecimento mútuo.
“Ercília é uma irmã de vida”, afirmou. Segundo Adriana, muitas das histórias narradas foram vividas pelas duas, lado a lado. “Esse livro também foi gestado na nossa amizade. Há nele muito do que construímos juntas”, completou.
Adriana foi responsável pelo prefácio da obra e destacou a amplitude dos talentos de Ercília: “Ela escreve, pinta, borda, costura ideias e sentimentos com maestria”. Para ela, acompanhar o impacto do livro nas pessoas e escutar os comentários dos leitores equivale a receber um presente. “Tomo para mim um pouco da autoria dessa obra, não do texto, mas das experiências que a construíram.”
Histórias tão intensamente mineiras
A atriz, escritora e facilitadora de Constelação Familiar pela abordagem TSFI (Terapia Sistêmica Fenomenológica Integrativa), Ingra Lyberato, expressou profundo envolvimento com os relatos. Convidada por Adriana Aguilar, ela participaria de um evento em Divinópolis (MG) para atividades formativas.
“Estou me sentindo privilegiada por essa escuta. Estar aqui, em Minas Gerais, ouvindo histórias tão intensamente mineiras, com essa textura emocional tão própria, é uma experiência curativa”, afirmou.
Ao destacar o traço visceral das histórias familiares mineiras, a atriz afirmou reconhecer nesse repertório não apenas dramas individuais, mas expressões profundas da formação do Brasil: “Sou baiana, venho de outra linhagem igualmente rica, mas percebo em Minas uma densidade que me toca de forma muito especial. Há algo aqui que revela camadas profundas da alma brasileira.”
Ingra encerrou a participação com um agradecimento emocionado à leitura realizada por Yolanda Freire durante a transmissão.
“Fui tocada pela sensibilidade da leitura e pela delicadeza com que os trechos foram trazidos. Sinto-me verdadeiramente presenteada.”
Encerramento: parto, partilha e reconhecimento
Ao final da live sobre a obra ‘Do pé de araçá às leis do amor’, a mediadora Yolanda Freire realizou um agradecimento emocionado e reflexivo, ao destacar a importância do espaço de escuta, leitura e partilha promovido pelo encontro.
“Ler um livro é participar de um parto. Há entrega, dedicação e uma partilha que exige coragem. Cada livro carrega o presente singular de quem o escreveu”, afirmou.
Yolanda destacou que o encontro com a leitura é sempre múltiplo: por vezes, a afinidade se dá com o conteúdo; em outras, com a forma ou o olhar técnico. “O mais enriquecedor é poder acolher essa diversidade, essa multiplicidade de vozes, estilos e experiências”, completou.
Dirigindo-se à autora Ercília Gonçalves, Yolanda expressou gratidão pela confiança no projeto e por compartilhar sua obra com o grupo.
A mediadora finalizou com um agradecimento ao público e ao Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas, que sustenta o espaço de encontros autorais.
“É um espaço que existe para combater a desinformação e o preconceito, para mostrar que se trata de um trabalho inclusivo, generoso e sério. Isso nos honra. Gratidão imensa a todas e todos. Que possamos nos reencontrar nos próximos eventos do Autoria”, concluiu Yolanda Freire.

Participantes da 7ª edição do Projeto Autoria, realizado pelo CECS, em encontro marcado por reflexões profundas sobre escuta terapêutica, narrativa de vida e os fundamentos das Constelações Sistêmicas na clínica contemporânea: psicóloga e socióloga Ercília Gonçalves apresenta o livro ‘Do pé de araçá às leis do amor’

A psicóloga e socióloga Ercília Gonçalves, referência nacional em terapia sistêmica, apresenta o livro ‘Do pé de araçá às leis do amor’: “A Constelação não fecha, ela alarga. Cura como o ato de consentir a realidade tal como ela é, amorosa, contraditória, imperfeita”

A psicóloga e consteladora Yolanda Freire, diretora de Fundamentos e Teoria do CECS, conduziu a mediação do evento com escuta sensível: “‘Do pé de araçá às leis do amor’ é um presente para todos nós, especialmente para os associados e associadas que caminham com o CECS na sustentação deste espaço de saber, cuidado e pertencimento”

A educadora e terapeuta Selma Horta expressou emoção ao ouvir a leitura de trecho do livro ‘Do pé de araçá às leis do amor’: em tom de gratidão, destacou a sensibilidade do conteúdo e a relevância do trabalho apresentado

A consultora Vanir Manhães, especializada em gestão de pessoas e processos, expressou gratidão e admiração pela abordagem da autora: “Quero agradecer profundamente. Ainda não li o livro, mas me comprometi a fazê-lo. As conexões que Ercília constrói são belíssimas”

A historiadora, jornalista, psicanalista e diretora de eventos do CECS Rosângela Ferreira destacou a força emocional da escrita de Ercília Gonçalves e a forma como sua obra promove uma tessitura simbólica entre experiências vividas, aprendizados e afetos: “Mais do que sentir nas palavras, é possível ver a emoção que ela inscreve em cada trecho da sua jornada”

A psicóloga e terapeuta sistêmica Adriana Aguilar, criadora do Método DPS (Desenvolvimento de Posturas Sistêmicas): “Esse livro também foi gestado na nossa amizade. Há nele muito do que construímos juntas”

A atriz, escritora e facilitadora de Constelação Familiar pela abordagem TSFI (Terapia Sistêmica Fenomenológica Integrativa), Ingra Lyberato: “Fui tocada pela sensibilidade da leitura e pela delicadeza com que os trechos foram trazidos. Sinto-me verdadeiramente presenteada”
Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS) – Assessoria de Comunicação – Contato para informações e entrevistas: (62) 9-8271-3500 (WhatsApp)



