Resumo
Justificativa e Objetivos: A dor pélvica crônica é prevalente, apresenta tratamento difícil e tem sido pouco investigada. O objetivo deste estudo foi analisar 230 pacientes do ambulatório de dor pélvica crônica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás.
Métodos: Estudo de corte transversal e de intervenção realizado entre 2007 e 2011.
Resultados: A média de idade das mulheres foi de 38,3±10,0 anos. A maioria das mulheres era parda, casada/amasiada, cursou ensino fundamental, dependente financeiramente, tinha renda de até cinco salários-mínimos, índice de massa corpórea normal, até três filhos e atividade sexual ativa. Aborto ocorreu em 30%, abuso físico em 15,8% e abuso sexual em 11%. A maioria sofreu cirurgia prévia e possuía função intestinal e urinária normais. A dor permanecia por mais de 16 dias/mês, piorava no período perimenstrual e começou, em média, 6,7 anos antes. Em mais de 70% dos casos foi percebido um evento coincidente com o início da dor, sendo conflitos e/ou traumas os mais citados. Os exames físico e ultrassonográfico foram normais na grande maioria dessas mulheres. Aderências e/ou endometriose foram encontra- das em quase 2/3 das 41 laparoscopias realizadas.
Houve redução média de 39,2% da escala de dor (3,1/7,9) com as várias condutas adotadas (farmacológica, laparoscópica e psicoterápica) p<0,001. História de abuso sexual e de aborto provocado associou-se a menor redução da dor.
Resultados: A média de idade das mulheres foi de 38,3±10,0 anos. A maioria das mulheres era parda, casada/amasiada, cursou ensino fundamental, dependente financeiramente, tinha renda de até cinco salários-mínimos, índice de massa corpórea normal, até três filhos e atividade sexual ativa. Aborto ocorreu em 30%, abuso físico em 15,8% e abuso sexual em 11%. A maioria sofreu cirurgia prévia e possuía função intestinal e urinária normais. A dor permanecia por mais de 16 dias/mês, piorava no período perimenstrual e começou, em média, 6,7 anos antes. Em mais de 70% dos casos foi percebido um evento coincidente com o início da dor, sendo conflitos e/ou traumas os mais citados. Os exames físico e ultrassonográfico foram normais na grande maioria dessas mulheres. Aderências e/ou endometriose foram encontra- das em quase 2/3 das 41 laparoscopias realizadas.
Houve redução média de 39,2% da escala de dor (3,1/7,9) com as várias condutas adotadas (farmacológica, laparoscópica e psicoterápica) p<0,001. História de abuso sexual e de aborto provocado associou-se a menor redução da dor.
Conclusão: Este estudo acrescenta informações epidemiológicas e clínicas sobre mulheres com dor pélvica crônica no Brasil. O tratamento clínico e psicoterápico promoveu redução significativa da escala de dor entre a primeira e a última consulta. Laparoscopia não potencializou a redução da dor.
a Constelação familiar é uma abordagem sistêmica, desenvolvida por Bert Hellinger e que conecta o sofrimento/adoeci- mento com processos inconscientes, a partir de exclusões, conflitos e traumas ocorridos na vida pessoal e/ou familiar. Em sua obra intitulada “O essencial é simples” ele aborda a utilização da constelação familiar em diversos sintomas/doenças, entre eles a síndrome de dores crônicas.
› Psicoterapia foi realizada em 1/4 das pacientes do estudo, sendo a constelação familiar a mais frequentemente aplicada, seguida de terapia cognitivo- comportamental. A constelação familiar é oferecida no serviço há mais de sete anos, talvez por isso sua maior frequência no estudo. Observou- se efeito positivo na redução da dor com ambas as modalidades de psicoterapia, com diminuição significativa na escala de dor de 2,9 pontos entre a primeira e a última consulta nas pacientes que participaram da constelação familiar.
José Miguel de Deus, Ana Flávia Ribeiro dos Santos, Raiane de Barros Bosquetti, Lenyze Pofhal, Onofre Alves Neto Recebido do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, Goiânia (GO), Brasil