Diretora do Instituto de Constelações Familiares de Madri, psicóloga reflete sobre impacto das transformações na abordagem e detalha aprendizados com mestre Bert Hellinger. Tradução consecutiva fica a cargo do diretor de Relações Internacionais, Ricardo Mendes. Apresentação é realizada pela cientista brasileira, diretora Acadêmica Suzana Wayand Dias. “Seguimos firmes no propósito de promover autoconhecimento, reconciliação, transformação pessoal e coletiva”, destaca presidente do CECS, Andréa Vulcanis

O Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS) promoveu live especial com a psicóloga e diretora do Instituto de Constelações Familiares de Madri, Brigitte Champetier de Ribes. O evento foi realizado no sábado (07/12). A tradução consecutiva ficou a cargo do diretor de Relações Internacionais da instituição, Ricardo Mendes.

Com o tema “As Novas Constelações”, a especialista compartilhou experiências e reflexões sobre a evolução da abordagem desenvolvida pelo mestre Bert Hellinger.

Brigitte Champetier de Ribes relembrou sua trajetória de uma década de aprendizado direto com Hellinger, de 2003 a 2013, e destacou o princípio central que absorveu dessa convivência: a necessidade de estar em constante mudança.

“A característica que aprendi com Bert Hellinger é a mudança permanente”, afirmou, ao evidenciar como a transformação contínua é a base das Constelações.

Conquistas

A presidente do Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), Andréa Vulcanis, ao fazer a saudação a Brigitte Champetier de Ribes, destacou as lutas e conquistas da instituição.

“Conseguimos, em decisões importantes, interromper o processo contra as Constelações no Judiciário, o que demonstra a relevância e o impacto positivo do nosso trabalho”, informou.

“Seguimos firmes no propósito de levar as Constelações Sistêmicas a mais pessoas, a promover autoconhecimento, reconciliação, transformação pessoal e coletiva”, pontuou.

“A realização desta live especial com a ilustre professora Brigitte Champetier de Ribes é um marco para o CECS. Sua presença, como referência internacional, é motivo de grande alegria e aprendizado para todos nós”, ressaltou Andréa Vulcanis.

“Reiteramos nosso compromisso com a ética, a seriedade e a profissionalização do trabalho que desenvolvemos no CECS. Vamos juntos construir um futuro ainda mais promissor para as Constelações Sistêmicas”, pontuou a presidente.

Várias temáticas de aprendizagem em Constelações, com didática inovadora e criativa

Durante a live especial, a cientista brasileira, diretora Acadêmica do CECS, Suzana Wayand Dias, fez a apresentação da psicóloga. “Conheço Brigitte Champetier de Ribes desde final de 2019 e, a partir deste ano, eu ingressei na formação, um caminho com muitos desafios e autoconhecimento”, destacou.

“A Brigitte nos proporciona várias temáticas de aprendizagem em constelações, com didática inovadora e criativa. Como professora de análise transacional, ela desenvolveu cursos para o desenvolvimento do Eu Adulto. Bert Hellinger também era um analista transacional e professor”, afirmou Suzana Wayand Dias. “Ela conhece profundamente enfermidade a partir da Medicina Germânica de Hamer, que amplia as constelações por ter a mesma base sistêmica”, pontuou.

Ao trazer a história de Brigitte no Brasil, Suzana informou que “tudo começou com um grupo de terapeutas consteladoras, sendo que uma delas estava em Buenos Aires, em 2014, e traria livros para suas colegas profissionais. A obra era sobre enfermidade aplicada às Constelações, porém estava esgotado”, narrou a pesquisadora.

“A livraria mostrou um outro livro sobre enfermidade que também era aplicada às Constelações de Hellinger. Uma autora desconhecida. A Eliana Medina pediu para comprar este livro e o leu em uma semana e depois releu. Ficou muito impressionada”, continuou Suzana.

“A sincronicidade com Brigitte continuou. Seu voo dos EUA para o México atrasou e ela ficou 5 horas a aguardar no aeroporto. Descobriu que Brigitte estava com um módulo no México e assim teve tempo para conversar com a organizadora do evento e pôde conhecê-la pessoalmente”, informou.

“A partir de lá, trouxe Brigitte ao Brasil em março de 2015, assumindo posteriormente a Flávia como organizadora dos eventos. Assim, começou a caminhada em terras brasileiras”, disse. “Brigitte seja muito bem-vinda ao CECS”, concluiu Suzana Wayand Dias.

A evolução do conceito de “Novas Constelações”

Durante quase 1h30, a psicóloga Brigitte Champetier de Ribes falou sobre o processo criativo como uma jornada de expansão e autoconhecimento. Ela listou 18 mudanças significativas em sua prática, mas enfatizou que 80% da abordagem permanece fiel ao legado do mestre Bert Hellinger.

Essa combinação entre tradição e inovação reflete sua visão sobre o papel do constelador: um profissional que deve se abrir à transformação contínua, sem perder a conexão com os princípios fundamentais da Constelação Familiar.

Essa postura de fidelidade a Hellinger, inicialmente, foi um norte sólido para sua prática. Contudo, ela reconheceu que, com o tempo, a mesma fidelidade que a orientava começou a se tornar um limite, uma barreira que precisava ser superada.

“Levei muito tempo para ousar abrir mão dessa fidelidade”, admitiu Brigitte. A transformação mais marcante surgiu quando Hellinger introduziu o conceito de “movimento do espírito”, em 2005, referindo-se às dinâmicas mais sutis nas Constelações. Naquele momento, Brigitte passou a adotar o termo dele, “Novas Constelações”, para descrever essa abordagem renovadora.

No entanto, em 2011, Hellinger deixou de usar o termo “movimento do espírito”, e Brigitte passou a refletir sobre o impacto dessa nomenclatura. Com o tempo, percebeu que a expressão “Novas Constelações” criava uma sensação de exclusão, como se houvesse uma ruptura entre o método original e suas evoluções. “Quando para mim era o contrário, era seguir Bert Hellinger e acompanhar o campo de transformação das Constelações”, explicou.

Diante dessa percepção, ele abandonou a expressão “Novas Constelações” e passou a denominar sua abordagem de “Constelações Familiares – Método Brigitte Champetier”. A mudança simboliza não uma ruptura, mas uma continuidade que respeita e expande o trabalho de Hellinger, adaptando-o às necessidades contemporâneas e à sua própria visão.

“Quando a frase exata é dita no momento certo, ela tem o poder de curar”

Ao longo da apresentação, Brigitte Champetier revelou as principais modificações que, segundo ela, moldam a prática das novas Constelações.

Entre as inovações mais relevantes, Brigitte destacou a introdução do conceito de “assentimento a tudo como é”, algo que Hellinger praticava de maneira contínua e que representa um princípio essencial na abordagem. “A aceitação incondicional das coisas como são, sem julgamentos, é uma das mudanças fundamentais”, afirmou.

Além disso, Brigitte introduziu a ideia do guia, um sinal corporal físico que indica a direção de uma Constelação, denominado por Bert como “sua força”. Este movimento foi uma adaptação crucial para integrar mais profundamente os participantes ao campo sistêmico.

Outro ponto relevante abordado foi a evolução no entendimento e no papel dos representantes nas constelações. Entre 2005 e 2010, Hellinger repetiu que não se deveria interagir diretamente com os representantes durante as sessões.

Para ela, compreender a verdadeira essência dos representantes levou anos de observação. “Os representantes são movidos pelo movimento do espírito”, explicou Brigitte, ao destacar que esse movimento, independente da vontade dos participantes, é o que guia a dinâmica do processo.

Essa compreensão sobre o movimento interno dos representantes foi um ponto de inflexão na prática das Constelações. Brigitte enfatizou que, nos seminários com Hellinger, muitos participantes sentiam que pertenciam às Constelações de Bert, mas ele não permitia que isso fosse explorado, provavelmente devido a questões logísticas e à necessidade de evitar uma sobrecarga de transformações. “Em meus pequenos grupos, eu pedia para os participantes se deixarem tomar pela força do campo, o que resultava em constelações mais profundas e reveladoras”, explicou.

A partir de 2002, Hellinger passou a enfatizar a importância da eficácia nas Constelações, algo que Brigitte incorporou em suas práticas. Ela destacou que, para Bert, a eficácia era a chave para o sucesso das constelações familiares, e ela seguiu esse princípio ao aprimorar as frases de cura, um método desenvolvido por Bert para promover a transformação pessoal. “Quando a frase exata é dita no momento certo, ela tem o poder de curar”, afirmou Brigitte.

Essas novas abordagens, longe de descaracterizarem o trabalho de Bert Hellinger, ampliam as possibilidades terapêuticas dentro das Constelações Sistêmicas. Como destacou Brigitte, as mudanças introduzidas não alteram os fundamentos da prática, mas buscam potencializar a eficácia e a profundidade do trabalho. “As novas Constelações são uma continuidade do que Bert iniciou, mas com mais foco na precisão e na eficácia. A evolução é natural em qualquer campo, e é isso que estamos vivendo aqui”, pontuou.

Agradecimentos

A vice-presidente do CECS, médica, psiquiatra e homeopata Dagmar Ramos, ao se dirigir à Brigitte Champetier de Ribes no final da live disse que “estou muito tocada com a sua apresentação e sinto uma conexão profunda. Faço um agradecimento por todo o seu percurso. Muito obrigada”.

O agradecimento foi feito após exercício sistêmico com participantes realizado pela psicóloga Brigitte Champetier de Ribes a pedido de uma associada.

A presidente do CECS, Andréa Vulcanis, encerrou o evento. “Quero agradecer profundamente à professora Brigitte pelas suas palavras, que nos trouxeram muita luz e muita reflexão. O silêncio do grupo hoje demonstra isso de forma bem clara. E já aceito sua oferta de nos proporcionar um novo encontro, quem sabe possamos aprofundar um pouco mais desse diálogo que realmente está bastante intenso aqui entre nós, sobre os modelos antigos, os novos, e todo o processo de evolução das Constelações”, concluiu.

Perfil: nascida no Marrocos em 1947, viveu em Paris desde os oito anos e, em 1973, mudou-se para a Espanha

Brigitte Champetier de Ribes, nascida no Marrocos em 1947, viveu em Paris desde os oito anos e, em 1973, mudou-se para a Espanha, onde constituiu família e teve três filhos.

Foi catedrática do ensino médio por 20 anos e professora universitária. Psicóloga, formada em PNL (Programação Neurolinguística), Análise Transacional, NLP Ericksonian Hipnosis e Nova Medicina do Dr. Hamer.

Recebeu formação em Constelações Familiares com Anand Rakasa, entre 2000 e 2002. Posteriormente, com Bert Hellinger, de forma constante, de 2003 a 2015.

Participou de constelações e supervisões diretamente com Bert Hellinger. Como consteladora, Brigitte ministra workshops e formações desde 2002 em toda a Espanha e em países como França, México, Brasil, Argentina, Peru, Chile, EUA e Portugal.

Brigitte Champetier de Ribes é autora de seis livros, frequentemente também utilizados como material didático em cursos de formação.

A tradução consecutiva da live especial com a psicóloga Brigitte Champetier de Ribes ficou a cargo do diretor de Relações Internacionais do CECS, Ricardo Mendes: evento debate tema “As Novas Constelações”

A presidente do Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), Andréa Vulcanis, durante saudação a Brigitte Champetier de Ribes: “Seguimos firmes no propósito de levar as Constelações Sistêmicas a mais pessoas, a promover autoconhecimento, reconciliação, transformação pessoal e coletiva”

A tradução consecutiva da live especial com a psicóloga Brigitte Champetier de Ribes ficou a cargo do diretor de Relações Internacionais do CECS, Ricardo Mendes: evento debate tema “As Novas Constelações”

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