Professor, psicoterapeuta transpessoal, PhD em antropologia social, pesquisador e constelador português apresenta em live internacional promovida pelo CECS reflexões sobre a escrita como instrumento de cura e a prática fenomenológica como caminho de transformação. “A Constelação não é um ritual de respostas, é um convite à escuta profunda”, afirma. Presidente do CECS, Dagmar Ramos enfatiza importância da união de esforços em prol da valorização desse conhecimento: “Celebrar a abordagem é celebrar a vida”. Diretora Científica Roseny Flávia Martins cita importância da construção de um espaço de aprendizado contínuo. Mediadora Erica Lopes Ferreira chama atenção para importância das heranças emocionais na criança interior

O Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS) realizou, no dia 30 de julho de 2025, uma live internacional com o português Joaquim Marujo, psicoterapeuta transpessoal, doutor em antropologia e mestre em Clínica Saúde Mental.

A partir do tema ‘Escrita e cura: um encontro com as Constelações em Portugal’, o autor compartilhou trajetória e estudos que integram práticas terapêuticas e reflexão acadêmica sobre a narrativa como caminho de cura e autoconhecimento.

A mediação ficou sob responsabilidade da diretora Científica do CECS, Roseny Flávia Martins, pesquisadora PhD e referência na área e Erica Lopes Ferreira, cirurgiã-dentista formada pela UFPR, que acumula produção científica nacional e internacional, formação em Constelação Familiar na água, psicossomática, física quântica e consciência sistêmica.

Joaquim Marujo defendeu que a narrativa escrita é um gesto de consciência que integra corpo, mente e alma ao promover processos profundos de reorganização interna.

Durante o encontro, ele enfatizou a importância de uma postura ética por parte do facilitador. “A Constelação não é um exercício de controle, mas um campo de escuta fenomenológica e de suspensão do saber”, afirmou. Ele alertou sobre os riscos das interpretações prematuras e das práticas invasivas que desrespeitam a singularidade das histórias de cada cliente.

“A Constelação não é ciência no sentido reducionista. Ela é uma ética paciente de ver o que é, como é, e deixar que se manifeste”, afirmou. “A verdadeira cura acontece quando deixamos de querer controlar e passamos a escutar”, pontuou.

Segundo observa, a alma se revela na presença silenciosa, no acolhimento respeitoso e na ausência de qualquer tentativa de controle ou interpretação apressada.

A presidente do CECS, médica, homeopata e psicoterapeuta Dagmar Ramos, especialista em medicina preventiva e social, destacou a responsabilidade do facilitador diante da potência da abordagem.

Roseny Flávia Martins ressaltou a urgência de promover espaços de escuta ética e de aprofundamento acadêmico. Erica Lopes Ferreira chamou atenção para a integração das heranças emocionais de traumas e dinâmicas dentro do sistema familiar e a criança no campo sistêmico. Dentro do contexto das Constelações Familiares, solicitou a contribuição do professor Joaquim em relação ao trabalho com a criança interior.

O evento reafirmou o compromisso do CECS com a construção de uma base acadêmica sólida para as Constelações, ao articular teoria, prática clínica e responsabilidade ética. O convidado especial Joaquim Marujo anunciou a produção de um e-book exclusivo para a instituição, a fim de ampliar os recursos didáticos para formação de consteladores no Brasil.

Compromisso com a defesa da abordagem sistêmica

Na abertura do evento, a presidente do CECS, Dagmar Ramos, deu as boas-vindas ao convidado e aos participantes. Destacou a relevância do momento para a comunidade das Constelações no Brasil. Citou a recente reunião entre as três associações que defendem a abordagem no país: Associação Brasileira de Consteladores Sistêmicos (ABC), Instituto Brasileiro de Consteladores Familiares (IBCF) e Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS). Ela enfatizou a importância da união de esforços em prol da valorização desse conhecimento.

Dagmar ressaltou o trabalho de articulação do CECS que, desde a fundação em 22 de fevereiro de 2024, promove iniciativas para ampliar a presença das Constelações na sociedade e no campo acadêmico.

“Celebrar as Constelações é celebrar a vida. Elas transformaram as nossas práticas profissionais e têm impactado positivamente a existência de muitas pessoas. Nosso compromisso é continuar na defesa e no fortalecimento dessa abordagem no Brasil”, pontuou.

GT Científico amplia base de referências acadêmicas sobre Constelações Sistêmicas

Roseny Flávia Martins iniciou a participação na live com destaque para os avanços do Grupo de Trabalho (GT) Científico na produção e organização de referências acadêmicas sobre Constelações Familiares e Sistêmicas. Segundo ela, a equipe atua de forma contínua na construção de uma base sólida de materiais teóricos e práticos, essenciais para o fortalecimento da abordagem.

O GT Científico realizou um extenso levantamento bibliográfico ao catalogar referências disponíveis sobre Constelações, informa Roseny. Como resultado, foi elaborada uma planilha que atualmente reúne mais de 600 referências, sendo aproximadamente 50% compostas por livros, 25% por artigos científicos e o restante por materiais diversos, o que inclui documentos técnicos, vídeos e publicações especializadas.

Durante sua fala, Roseny enfatizou a relevância do professor Joaquim Marujo como membro integrante do GT Científico. Ressaltou sua atuação direta no apoio às atividades de pesquisa e na consolidação de uma produção teórica que dialogue com as práticas de Constelações Sistêmicas, especialmente no contexto europeu. “Ele nos auxilia de maneira muito valiosa, traz uma perspectiva internacional e uma base teórica densa para o nosso trabalho”, afirmou.

O tema da live – ‘Escrita e cura: um encontro com as Constelações em Portugal’ – foi apontado por Roseny como uma oportunidade ímpar para aprofundar as discussões sobre a narrativa como instrumento terapêutico. A proposta, segundo ela, foi explorar como a escrita pode se articular à prática sistêmica, ao promover processos de autoconhecimento e reorganização interna nos indivíduos, referendada pelo professor Joaquim Marujo.

O trabalho desenvolvido pela equipe científica do CECS, conforme salientado pela diretora, busca legitimar e ampliar o campo de estudos sobre Constelações Familiares, a fim de assegurar uma base acadêmica robusta que dialogue com práticas clínicas e a realidade dos profissionais que atuam na área.

Erica Lopes Ferreira destaca volume expressivo da produção científica de Marujo

Erica Lopes Ferreira apontou a participação do professor Joaquim Marujo no evento como um marco para o aprofundamento acadêmico e científico das Constelações Sistêmicas no Brasil. Ela enfatizou que a presença do convidado representa um momento de grande relevância para o CECS pela qualidade de sua trajetória e pela profundidade de suas pesquisas.

Durante a introdução, Erica destacou a publicação do livro ‘A puta da evidência científica versus a ingênua fenomenologia sistêmica e psicológica nas Constelações Sistêmicas Familiares’, obra de autoria de Joaquim Marujo que já se encontra na terceira edição. Ela apontou que a leitura do livro é essencial para compreender os desafios contemporâneos enfrentados pela abordagem, especialmente no cenário brasileiro.

“Recebi o livro como um presente e faço questão de agradecer publicamente, pois é uma obra de extrema relevância, que dialoga com o contexto atual que vivemos no Brasil”, pontuou.

A edição atual do livro, revista e aumentada, conta com o título atualizado ‘A cura da loucura ou a loucura que cura – Constelações Familiares entre a Fenomenologia e a Ciência’. A aquisição no Brasil pode ser feita por meio da Loja Uiclap: https://loja.uiclap.com/?s=Joaquim+marujo&post_type=productA.

Erica leu a biografia do convidado e salientou o volume expressivo da produção científica de Marujo, com dezenas de artigos e publicações em jornais acadêmicos e de divulgação científica, voltados às áreas de psicologia e gerontologia. Ele integra doze associações internacionais de pesquisa e prática em Constelações, entre elas o próprio CECS, onde atua como membro ativo do GT Científico.

Joaquim Marujo defende ética e profundidade na prática terapêutica

Joaquim Parra Marujo é PhD em antropologia social, com extensa atuação como investigador e terapeuta transpessoal em Portugal e em outros países da Europa. CEO da Unitranspessoal – Unidade de Investigação em Gerontologia e Psicologia Transpessoal. Atua como formador em psicologia transpessoal e Constelações Familiares, Organizacionais e Pedagógicas em Lisboa, Leiria, Polônia, Malta, Noruega e Brasil.

O professor iniciou a participação na live internacional do CECS ao relatar o contexto que motivou a escrita de seu mais recente livro sobre Constelações Familiares. Explicou que, após convite de sua editora e de alunos, foi desafiado a produzir a obra em apenas três meses.

O livro ‘A puta da evidência científica versus a ingênua fenomenologia sistêmica e psicológica nas Constelações Sistêmicas Familiares’ surgiu a partir da necessidade de refletir criticamente sobre os desafios enfrentados pelas Constelações Sistêmicas no campo científico, bem como de defender a legitimidade e a complexidade da abordagem fenomenológica frente aos discursos que desconsideram sua contribuição para a saúde e o bem-estar.

Assim, Marujo assumiu a responsabilidade de elaborar uma obra que confrontasse a desinformação com fundamentos científicos e filosóficos, ao oferecer uma defesa qualificada da abordagem sistêmica.

Marujo destacou que a escrita terapêutica nas Constelações não se reduz a uma narrativa linear, mas deve ser compreendida como gesto, símbolo e presença.

Para ele, a escrita é um ato de consciência que integra corpo, mente e alma. Permite ao indivíduo resgatar e reorganizar fragmentos dispersos de sua história.

“A escrita constelativa não é uma técnica, é uma abordagem multidimensional que atravessa territórios íntimos da alma humana”, afirmou.

Ele descreveu a escrita como um canal que transita do trauma ao sentido, da dor à lucidez, e da separação à unidade.

Enfatizou que, quando associada às Constelações Familiares, ultrapassa a esfera do individual e acessa campos coletivos, ancestrais e transgeracionais.

Marujo alertou para os riscos de interpretações precipitadas e generalizações. Reforçou que a abordagem exige uma escuta ética, uma postura fenomenológica e uma profunda reverência à singularidade de cada história.

Ética constelativa e os riscos da popularização sem critérios

Joaquim Marujo manifestou preocupação com a popularização indiscriminada das Constelações. Criticou cursos de baixa qualidade e práticas que desrespeitam princípios éticos e epistemológicos.

Ele relatou exemplos de condutas inadequadas, como diagnósticos apressados e interpretações invasivas por parte de facilitadores que impõem ao cliente narrativas não confirmadas, o que gera traumas secundários e rompimento da aliança terapêutica.

A escrita, segundo Marujo, deve ser conduzida com extrema cautela. Condenou o uso de exercícios padronizados de perdão, que ignoram a história pessoal do cliente e forçam reconciliações artificiais.

Para ele, a escrita constelativa deve emergir de forma espontânea, como um espaço de expressão livre e profunda, sem imposições ou expectativas de resultado.

A Constelação como campo de escuta e suspensão do saber

O convidado defendeu que o verdadeiro papel do facilitador é ocupar o lugar de uma “testemunha humilde”, capaz de sustentar o campo constelativo sem invadir ou interpretar prematuramente os fenômenos que emergem.

Ele criticou práticas que atribuem significados fixos a imagens simbólicas. Ressaltou que o campo das Constelações não oferece provas, mas indícios, e que cabe ao cliente reconhecer, no seu tempo, o sentido de sua experiência.

Marujo enfatizou que a abordagem trabalha com verdades existenciais, e não empíricas.

“A Constelação não opera por explicações causais, mas pela aparição dos fenômenos. O foco é no que se mostra, não no porquê”, afirmou.

Ele alertou para os riscos de uma atuação terapêutica contaminada por crenças pessoais. Defendeu uma ética da escuta inspirada nos filósofos Emmanuel Lévinas e Paul Ricoeur, em que o outro é reconhecido como sujeito irredutível.

Lévinas e Ricoeur são dois importantes filósofos franceses do século XX, cujas obras compartilham foco na ética e na relação com o outro.

A prática da escrita constelativa: limites e possibilidades

Marujo propôs diretrizes para uma prática ética que incluem o respeito à autonomia do cliente, sigilo e confidencialidade, contenção e neutralidade do facilitador, e distinção clara entre escrita criativa e constelativa.

Joaquim Marujo reiterou que a verdadeira ajuda no contexto das Constelações não é salvar ou corrigir o outro, mas sustentar um campo de presença que permita à pessoa caminhar em seu próprio ritmo, em respeito à complexidade de sua trajetória.

“A Constelação não é um ritual de respostas, mas um convite à escuta profunda e ao reconhecimento das múltiplas dimensões da alma humana”, resumiu.

A alma como campo vivo: Joaquim Marujo explica a dinâmica da Constelação Sistêmica

O psicoterapeuta transpessoal Joaquim Marujo aprofundou sua explanação sobre os fundamentos das Constelações ao destacar a alma como elemento central do campo sistêmico.

Ele utilizou a metáfora do átomo para explicar como o espaço vazio, onde a matéria não é visível, representa a alma dentro de uma Constelação.

Segundo Marujo, o verdadeiro conteúdo não se encontra nos elementos visíveis, mas no vazio que abriga a informação sistêmica.

“Quando um representante entra em campo, ele ocupa apenas 0,1% da informação disponível. O restante permanece no campo invisível, à espera de ser percebido sem julgamentos”, afirmou.

Para Marujo, a Constelação não é um processo de repetição mecânica, mas um fenômeno único, que exige do facilitador uma postura fenomenológica: escutar sem rotular, observar antes de interpretar e permitir que o fenômeno se manifeste com integridade.

Ele ressaltou que a alma sistêmica abarca vínculos familiares, padrões transgeracionais e dimensões transpessoais. Integra ordens ocultas que só emergem pela abertura do campo.

Campos mórficos e a ressonância da alma coletiva

Marujo trouxe a teoria dos campos mórficos do biólogo britânico Rupert Sheldrake para ilustrar como estruturas invisíveis modelam padrões de comportamento ao longo do tempo.

Ele mencionou as ideias do biólogo austríaco Ludwig von Bertalanffy sobre a auto-organização dos organismos como sistemas abertos, ao reforçar que a Constelação opera numa lógica de ressonância intersubjetiva.

Durante o processo, os representantes acessam emoções, dores e intuições que não lhes pertencem individualmente, mas refletem desordens, exclusões e repetições presentes na alma coletiva.

“O campo revela o que estava oculto, traz à consciência aquilo que precisa ser integrado e curado”, disse Marujo.

A atitude do facilitador: escuta e suspensão do saber

O professor português frisou a importância de uma postura ética por parte do facilitador.

Ele destacou que a verdadeira função do terapeuta é sustentar o campo com uma escuta ativa e sem interpretações precipitadas.

“A alma não se controla. Ela se manifesta quando o facilitador sustenta o silêncio, respeita o tempo do cliente e permite que a dor revele seu sentido”, ensinou.

Marujo apontou que sintomas e doenças devem ser vistos como caminhos de revelação, e não como anomalias a serem corrigidas.

Ele propôs que a alma, dentro da Constelação, atua como uma ponte entre a personalidade e o self, ao integrar dimensões arquetípicas, espirituais e cósmicas.

Trabalhar com a alma significa reconhecer os ciclos naturais da existência, aceitar a impermanência e integrar as polaridades que habitam a experiência humana.

A Constelação como prática multidimensional

Marujo sugeriu a incorporação de outras práticas complementares, como a respiração holotrópica e as Constelações Xamânicas, para aprofundar o acesso à alma.

Ele defendeu uma visão integrativa em que diversas técnicas terapêuticas se articulam para escutar os movimentos internos do cliente e dos representantes.

A palavra escrita, o silêncio do campo e a escuta do corpo foram apontados como veículos essenciais para acessar as dimensões mais profundas da alma.

Ele criticou a cultura da busca por soluções imediatas. Enfatizou que a Constelação propõe um caminho de pausa e de reverência à complexidade dos processos internos.

“A Constelação não é ciência no sentido reducionista. Ela é uma ética paciente de ver o que é, como é, e deixar que se manifeste”, afirmou.

Humildade do terapeuta como ato de cura

Marujo concluiu sua fala ao destacar a humildade como virtude central do terapeuta fenomenológico.

Ele relembra a trajetória de Bert Hellinger, ao mencionar que, nos anos 1980, a Constelação era vista em Portugal como uma prática religiosa, até ganhar espaço nos contextos clínicos e sociais.

Segundo observa, a alma se revela na presença silenciosa, no acolhimento respeitoso e na ausência de qualquer tentativa de controle ou interpretação apressada.

Ao final, Marujo convidou os participantes à reflexão sobre a alma como presença que transcende métodos e protocolos, ao integrar ciência, espiritualidade e ética fenomenológica.

“A verdadeira cura acontece quando deixamos de querer controlar e passamos a escutar”, concluiu.

A criança interior e as heranças emocionais

Após a exposição do convidado Joaquim Marujo, a mediadora Erica Lopes Ferreira trouxe uma reflexão a partir das ideias apresentadas em seu livro, ao destacar um ponto crucial sobre as Constelações Familiares em relação à criança interior e aos traumas infantis.

Ela observou que, com frequência, a prática das Constelações é erroneamente interpretada como insuficiente para lidar com as feridas da infância, restringindo-se apenas às dinâmicas familiares sistêmicas.

Erica citou uma frase do próprio livro de Marujo: “São heranças emocionais de traumas e dinâmicas dentro do sistema familiar”, ao ressaltar a clareza e a profundidade desse enunciado.

Para a mediadora, a afirmação evidencia que a Constelação não se limita a trabalhar com as gerações anteriores, mas se estende aos aspectos mais íntimos e delicados da psique individual, o que inclui as memórias traumáticas da infância.

Ela provocou uma reflexão sobre como essas heranças emocionais não apenas atravessam o sistema familiar, mas também se cristalizam no corpo e na mente da criança, ao influenciar suas estruturas emocionais e comportamentais ao longo da vida.

Segundo Erica, compreender essa perspectiva é fundamental para desmistificar a ideia de que a Constelação não tem efetividade no tratamento das dores infantis.

Em sua interpelação, convidou Joaquim Marujo a comentar de forma mais aprofundada sobre a importância do trabalho com a criança interior dentro do campo das Constelações a partir da interrelação entre as dinâmicas familiares transgeracionais e os traumas precoces que marcam a experiência subjetiva do indivíduo.

A criança interior como núcleo da identidade emocional

Ao responder a interpelação de Erica Lopes Ferreira, Joaquim Marujo destacou que o trabalho com a criança interior é um pilar essencial na formação de consteladores.

Ele explicou que, em seus cursos ministrados em Lisboa, Malta e Varsóvia, todos os alunos são obrigados a realizar 12 sessões de terapia individual, com foco na reconexão com a criança interior, antes de iniciarem a prática das Constelações após 470 horas de formação teórica e prática.

Marujo enfatizou que a criança interior representa o coração vivo da existência. Constitui a identidade emocional mais autêntica do ser humano.

Ele descreveu essa dimensão como sensível, espontânea, curiosa e emotiva, sempre em busca de amor, carinho e reconhecimento.

Para o professor, a criança interior armazena as primeiras experiências de vida, o que inclui memórias de amor, abandono, medo, vergonha e traições que moldam profundamente a psique adulta.

Heranças emocionais e padrões comportamentais na vida adulta

Joaquim Marujo relatou casos clínicos que exemplificam como os traumas da infância perpetuam padrões comportamentais na vida adulta.

Ele descreveu a história de uma mulher incapaz de estabelecer limites e de dizer “não”, comportamento enraizado na infância, quando a necessidade de agradar para ser aceita foi internalizada como mecanismo de sobrevivência.

Mencionou também um homem tímido, que desenvolveu medo de ser ridicularizado devido a experiências de rejeição na infância.

Marujo compartilhou um episódio pessoal, no qual um comentário depreciativo de seu pai sobre um desenho infantil bloqueou por décadas sua expressão artística.

Esse relato evidenciou como pequenas feridas emocionais da infância podem reverberar ao longo da vida ao limitar potenciais e sonhos.

A escrita como ferramenta de reconexão e cura

O convidado propôs a escrita terapêutica como instrumento essencial no processo de reconexão com a criança interior.

Ele sugeriu que cada pessoa escreva uma carta à sua criança, em três dias de exercício, seguido de um desenho feito com a mão não dominante, como forma de acessar registros profundos e ressignificar experiências.

Marujo defendeu que esse processo deve culminar com a declaração de um compromisso de amor incondicional do adulto para com sua criança interior, reconhecer a necessidade de nutrir, proteger e valorizar essa parte essencial do ser.

Ele ressaltou que a escrita, quando aplicada dentro do contexto das Constelações, torna-se um ato de cura quântica, capaz de resgatar fragmentos da alma e criar um novo futuro.

Marujo alertou que, sem esse trabalho de integração, as feridas da infância perpetuam inseguranças, a síndrome do impostor, autossabotagem e ansiedades persistentes.

O conhecimento como compromisso ético do constelador

Joaquim Marujo finalizou a resposta ao criticar a superficialidade de profissionais que atuam sem base teórica consistente. Para ele, o constelador deve cultivar uma postura de estudo contínuo, atualizando-se constantemente.

Ele compartilhou sua prática pessoal de adquirir livros em todas as viagens ao Brasil. Ressaltou a importância de manter-se em permanente aprendizado. “Constelador sem leitura é um analfabeto funcional”, afirmou.

Ao concluir, Marujo destacou que seu livro foi escrito como uma obra de amor, dedicada a todos os consteladores que buscam uma prática ética, profunda e verdadeiramente transformadora.

A escrita do corpo e a postura ética do constelador

Na sequência do evento, a diretora científica do CECS, Roseny Flávia Martins, dirigiu uma questão ao professor Joaquim Marujo, ao alinhar o debate ao processo de construção do Código de Ética da instituição.

Ela agradeceu a profundidade das reflexões apresentadas, destacou que muitos dos pontos abordados por Marujo oferecem subsídios valiosos para a revisão da postura ética do constelador no campo e em sua formação profissional.

Roseny enfatizou a necessidade de repensar o lugar do corpo dentro das práticas constelativas.

Ela observou que, em diversos contextos, existe uma tendência a reprimir a expressão corporal dos representantes, ao restringir movimentos espontâneos sob justificativas de formalidade ou controle.

“Há uma resistência em autorizar que o corpo fale, que se mova, que se expresse e manifeste aquilo que está presente no campo”, pontuou.

A diretora trouxe exemplos práticos dessa limitação, ao mencionar proibições comuns, como a restrição de deitar-se no chão ou realizar movimentos mais bruscos durante as Constelações.

Ela questionou Joaquim Marujo sobre sua visão a respeito dessas interdições, solicitou uma análise sobre como o corpo deve ser compreendido e respeitado dentro da fenomenologia sistêmica.

No momento em que o CECS inicia formalmente a discussão sobre diretrizes éticas para a prática das Constelações, a questão da liberdade de expressão do corpo emerge como um tema central, o que exige uma reflexão profunda sobre os limites e possibilidades dessa manifestação no campo terapêutico, aponta Roseny.

A expressão corporal como elemento indispensável na Constelação Sistêmica

Ao responder à questão de Roseny Flávia Martins, Joaquim Marujo foi categórico ao afirmar que proibir o corpo de se manifestar é uma das atitudes mais graves e limitadoras dentro da prática terapêutica.

Ele destacou que essa repressão interrompe o fluxo natural de comunicação entre mente e corpo, cria uma cisão artificial e prejudicial que compromete a integridade do processo constelativo.

Marujo enfatizou que o corpo possui uma linguagem própria, que não pode ser silenciada sem consequências profundas.

Para ele, as manifestações corporais – tremores, sons internos, impulsos de movimento – representam expressões diretas da alma, que devem ser acolhidas e interpretadas com respeito e atenção.

Reprimir essas manifestações equivale a negar o próprio campo fenomenológico da Constelação.

O corpo como veículo de cura e memória viva

Joaquim Marujo relatou casos concretos em que a liberação do corpo foi determinante para o desbloqueio emocional e a transformação profunda dos participantes.

Ele narrou a história de uma jovem vítima de abuso sexual, cuja raiva represada foi canalizada em um exercício simbólico de agressão, ao liberar tensões acumuladas que acessaram a possibilidade de olhar para o agressor.

Marujo defendeu que, nesses momentos, o papel do facilitador é criar um espaço seguro e ético, onde a agressividade pode ser elaborada sem riscos de transgressão física ou emocional.

O risco de silenciar o corpo e as implicações éticas

Marujo alertou que inibir a expressão corporal dentro de uma Constelação bloqueia o campo energético e transforma a prática em um exercício mental e interpretativo, desconectado da experiência direta.

Ele frisou que a escuta do trauma não pode ser silenciada e que o processo terapêutico perde sua potência quando o corpo é reduzido a um papel passivo.

Ele defendeu que o constelador precisa desenvolver uma postura ética, fenomenológica e profundamente respeitosa, capaz de conter e acolher as manifestações do campo sem julgamentos ou dramatizações.

O facilitador, segundo Marujo, deve confiar na sabedoria autoreguladora do corpo e do campo sistêmico, ao assegurar que a expressão corporal ocorra dentro de um espaço protegido e legítimo.

A necessidade de uma formação sólida e responsável

Marujo criticou a formação superficial de muitos consteladores. Apontou a proliferação de cursos de poucas horas como uma ameaça à seriedade da abordagem.

Ele defendeu a necessidade de uma formação extensa, que inclua teoria densa e participação ativa em múltiplas Constelações antes que o aluno esteja apto a conduzir processos de forma autônoma.

Para ele, a banalização da formação compromete a ética, a qualidade do trabalho e expõe os participantes a riscos emocionais graves.

“É o corpo que cura, não a mente”, diz Joaquim Marujo. Negar essa expressão seria como tentar escutar o silêncio com tampões nos ouvidos.

Para ele, a verdadeira Constelação acontece quando o facilitador se posiciona como testemunha humilde, respeita o fluxo espontâneo do corpo e do campo, sem jamais reduzir o fenômeno à lógica racional.

Constelação do eu e a multiplicidade de identidades

A presidente do CECS, Dagmar Ramos, trouxe uma reflexão pessoal ao convidado Joaquim Marujo ao destacar um tema central no trabalho com sintomas e doenças no campo das Constelações: a multiplicidade de identidades internas que emergem durante o processo terapêutico.

Dagmar direcionou sua atenção à prática clínica e aos desafios de abordar pacientes psiquiátricos, casos de sintomas físicos e emocionais complexos, nos quais frequentemente observa-se a manifestação de diferentes “eus” internos.

Ela relatou que, em sua experiência, ao trabalhar com traumas profundos, percebe a emergência de aspectos distintos do cliente, como a criança ferida e o eu sobrevivente.

Essa constatação a levou a desenvolver, inspirada pela psicossíntese de Roberto Assagioli, uma abordagem que denominou de “Constelação do Eu”, na qual múltiplos representantes são posicionados no campo para dar voz a essas subpersonalidades, o que inclui representantes específicos para o sintoma ou para a doença.

Dagmar destacou que essa prática tem permitido um aprofundamento das questões apresentadas, ao favorecer uma escuta mais ampla e integrada das fragmentações internas que coexistem no cliente.

Ela enfatizou que, ao dar espaço para esses diferentes “eus”, o processo constelativo ganha profundidade e oferece resultados terapêuticos mais consistentes.

A presidente do CECS perguntou diretamente a Joaquim Marujo se ele também utiliza, em sua prática, a estratégia de posicionar representantes para sintomas, doenças ou subpersonalidades, como a criança ferida, a fim de ampliar o campo para abarcar as múltiplas dimensões do ser.

Joaquim Marujo defende a inclusão de representantes fenomenológicos no campo

Em resposta à presidente do CECS, Dagmar Ramos, sobre o uso de representantes para sintomas, doenças e subpersonalidades como a criança ferida, o psicoterapeuta Joaquim Marujo afirmou que tais elementos são fundamentais em sua prática constelativa.

Ele explicou que sempre inicia as Constelações definindo sintoma ou doença. Posiciona representantes específicos para essas manifestações no campo.

Para Marujo, esse procedimento é clássico, pois todo sintoma, sem exceção, carrega consigo uma lealdade invisível a algum aspecto oculto do sistema familiar.

Marujo descreveu que o sintoma e a doença devem ser convidados a se expressar livremente no espaço, com movimentos e verbalizações espontâneas, sem restrições.

Ele ressaltou que, na maioria dos casos, a doença revela exclusões ou esquecimentos dentro do sistema, e resgata figuras que foram silenciadas ao longo das gerações.

Medicamentos como representantes e a dinâmica dos excluídos

O terapeuta avançou em sua análise ao relatar a prática de incluir representantes para os medicamentos que os clientes utilizam, principalmente em casos de transtornos psiquiátricos.

Ele destacou que, ao posicionar os remédios no campo, frequentemente emergem dinâmicas de exclusão associadas a pessoas do sistema que foram apagadas da memória familiar, não por crimes ou lealdades trágicas, mas por simples indiferença ou esquecimento.

Marujo compartilhou exemplos clínicos nos quais os medicamentos, ao serem representados, revelaram histórias de humilhações, abortos clandestinos e relações extraconjugais mantidas em segredo.

Ele sublinhou que esses movimentos, aparentemente desconexos, são frequentemente os portadores de conteúdos profundos e essenciais para o processo de cura do cliente.

O uso da roupa e das marcas como portais de acesso ao inconsciente familiar

Além de sintomas e medicamentos, Marujo revelou um elemento singular de sua prática: a observação atenta das roupas, acessórios e até tatuagens dos participantes como indicadores fenomenológicos.

Ele afirmou que as inscrições, símbolos e cores presentes nas vestimentas podem oferecer pistas preciosas sobre os conteúdos ocultos que precisam emergir no campo.

Em um dos exemplos citados, uma âncora tatuada e o histórico familiar de construção naval abriram caminho para a revelação de dinâmicas transgeracionais relacionadas a exclusões e abusos.

Marujo explicou que, diante de situações em que a Constelação parece bloqueada ou confusa, a roupa frequentemente fornece a chave para desbloquear o campo.

Ele considera esse tipo de observação uma forma de leitura fenomenológica, onde o facilitador deve aguçar sua percepção e intuição para captar as mensagens que o campo oferece em sua materialidade mais sutil.

A doença como ponto de partida e não como história

Marujo foi incisivo ao declarar que, em suas Constelações, não busca narrativas elaboradas ou explicações prévias dos clientes sobre suas histórias de vida.

Para ele, as histórias tendem a distorcer o olhar do facilitador e desviam a atenção do fenômeno vivo que se manifesta no campo.

“Eu só quero o problema, não quero a história”, afirmou.

Ele ressaltou que a Constelação começa quando o representante do problema é colocado no campo, ao permitir que o verdadeiro enredo se revele a partir da movimentação fenomenológica e não da narrativa construída.

Responsabilidade ética e o risco de interpretações superficiais

Marujo também fez um alerta sobre os perigos das interpretações apressadas e da manipulação do campo.

Criticou práticas que conduzem o cliente a estados alterados de consciência sem a devida preparação e cuidado. Ele defendeu que a Constelação, ao dar voz ao sintoma e à doença, exige do constelador uma escuta ética, isenta de julgamentos, capaz de sustentar o campo com neutralidade e profundidade.

Marujo reiterou a importância de uma formação extensa e criteriosa, que capacite o constelador a trabalhar com as nuances do campo sem reduzir os fenômenos a explicações simplistas.

Ele reafirmou sua abordagem fenomenológica em que a observação direta, a escuta do corpo e a atenção às sutilezas do campo prevalecem sobre qualquer roteiro pré-concebido.

Formação profunda do constelador e a responsabilidade do trabalho interno

Na sequência do encontro, a diretora de Fundamentos e Estruturação Teórica das Constelações do CECS, Yolanda Freire, trouxe uma reflexão sensível e profunda sobre a importância da formação do constelador.

Ela agradeceu ao professor Joaquim Marujo e descreveu a experiência de escutar suas palavras como ondas intensas que, mesmo à distância, reverberavam de forma impactante.

Yolanda mencionou que, diante da força das informações recebidas, decidiu não se preocupar em anotar, na confiança de que o conteúdo permaneceria gravado não só nos registros eletrônicos, mas também em sua própria percepção.

A diretora ressaltou a relevância da abordagem de Marujo sobre a preparação do facilitador. Para ela, a formação do constelador transcende a mera aquisição de técnicas e abrange um processo contínuo de enriquecimento interno.

Yolanda destacou que os recursos que cada constelador traz — sejam oriundos do Xamanismo, das abordagens terapêuticas tradicionais, da fenomenologia, dos campos mórficos ou das múltiplas vertentes da psicologia — precisam ser integrados de maneira consciente, a partir de um trabalho rigoroso sobre si mesmo.

O facilitador como espaço de acolhimento e honra ao outro

Yolanda enfatizou que a verdadeira escuta do cliente só se torna possível quando o facilitador percorre um caminho de autoconhecimento e de expansão da própria consciência.

Segundo ela, o papel do constelador é sustentar um espaço onde o outro possa se manifestar de forma autêntica, sem julgamentos ou projeções, a fim de permitir que seus temas mais profundos encontrem ressonância e acolhimento.

Ela afirmou que, para honrar verdadeiramente quem se apresenta no campo, é necessário um compromisso constante com o próprio processo interno.

A diretora reconheceu que, dentro das formações em Constelações, muitas vezes o debate sobre a responsabilidade pessoal do facilitador é deixado à margem, priorizando-se técnicas e conceitos teóricos.

Porém, para Yolanda, o que Joaquim Marujo trouxe ao encontro foi um chamado à responsabilidade ética e existencial do constelador: a qualidade da presença e a profundidade da escuta dependem diretamente do nível de consciência que o profissional desenvolve sobre si mesmo.

Yolanda pediu que o professor comentasse sobre a importância do trabalho interno contínuo, não apenas como um processo de formação técnica, mas como uma jornada de desenvolvimento pessoal, indispensável para que o constelador possa sustentar, com ética e reverência, a presença diante do outro.

A diretora concluiu a fala ao comparar esse aprendizado ao movimento das ondas: cada nova informação, cada experiência vivida, traz consigo a oportunidade de expandir a consciência e fortalecer a capacidade de acolhimento no campo sistêmico.

A formação do constelador como caminho iniciático e a essência fenomenológica da Constelação

Em resposta à diretora Yolanda Freire, Joaquim Marujo aprofundou a reflexão sobre a formação do constelador. Defendeu que a preparação não se limita à aquisição de técnicas, mas constitui um verdadeiro caminho iniciático.

Marujo afirmou que, para atuar com integridade no campo das Constelações, é indispensável que o facilitador esteja engajado em um processo contínuo de desenvolvimento pessoal, que abranja tanto a formação acadêmica quanto o trabalho interior.

Para ele, uma associação séria de consteladores deveria estabelecer critérios rigorosos de certificação, nos quais o profissional fosse avaliado não apenas por horas de curso, mas também pela prática supervisionada e pela constante atualização.

Ele comparou esse modelo com programas internacionais de hipnose, nos quais a manutenção da certificação exige créditos anuais, o que demonstra o compromisso do terapeuta com seu aprimoramento.

A espiritualidade como dimensão integrante do campo

Marujo trouxe exemplos práticos de sua atuação para ilustrar como a dimensão espiritual está intrinsecamente ligada ao trabalho fenomenológico.

Ele relatou uma Constelação em que colocou a morte como representante em um caso de câncer metastático.

A cliente, ao abraçar a morte, não encontrou medo, mas sim um espaço de reconciliação e aceitação. Para ele, esse momento revela que a espiritualidade não precisa de dogmas para emergir no campo. Ela se manifesta pela presença autêntica e pela reverência ao mistério da impermanência.

Marujo citou Viktor Frankl, neuropsiquiatra austríaco e fundador da terceira escola vienense de psicoterapia, e sua obra sobre a busca de sentido para enfatizar que a Constelação não é um exercício de controle ou de manipulação, mas sim um convite ao reconhecimento das dimensões invisíveis que atravessam a existência humana.

O professor sublinhou que trabalhar com sintomas, doenças ou traumas é, em última instância, uma prática de reconciliação com as forças da vida e da morte, o que exige do constelador uma escuta ética e espiritualizada.

O campo fenomenológico e a observação sem interpretação

Joaquim Marujo destacou que a verdadeira Constelação é um exercício de observação pura. Ele criticou abordagens que se apressam em oferecer explicações causais ou interpretações precipitadas. Alertou que o papel do constelador não é fornecer respostas, mas sustentar um espaço onde o fenômeno possa se revelar em sua complexidade.

Marujo afirmou que, no campo, tudo se torna sagrado e que a Constelação exige do facilitador uma capacidade de olhar sem preconceitos. Para ele, não importa se o tema trazido envolve sexualidade, raça ou qualquer outra condição. O compromisso é com a escuta fenomenológica, sem julgamentos, ao acolher a verdade que emerge no presente.

A essência mística da Constelação e a limitação da ciência

Ao finalizar sua resposta, Joaquim Marujo declarou que a Constelação é uma prática essencialmente mística, que a ciência convencional não consegue abarcar em sua totalidade.

Ele reiterou que a Constelação não busca estatísticas ou replicabilidades, mas se baseia na experiência direta, naquilo que se manifesta no campo de forma única e irrepetível.

Marujo defendeu que o constelador precisa reconhecer a Constelação como um organismo vivo, onde as soluções emergem organicamente, respeitando os tempos e os movimentos internos do sistema.

Para ele, a fenomenologia é o caminho mais profundo para compreender as dinâmicas sistêmicas, e que o facilitador deve cultivar a humildade de sustentar o campo sem a ânsia de compreender tudo.

Ricardo Mendes destaca liberdade de pensamento e afinidade com o espírito de Bert Hellinger

Durante a live internacional promovida pelo Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), o vice-presidente e diretor de Relações Internacionais da instituição, Ricardo Mendes, fez um depoimento emocionado em homenagem ao constelador português Joaquim Marujo.

Arteterapeuta e docente internacional em Constelações Familiares e Xamanismo, Ricardo destacou a admiração pessoal e profissional por Marujo. Evocou lembranças marcantes e afinidades profundas com a abordagem fenomenológica de Bert Hellinger.

“Eu escuto você falar, Joaquim, e escuto o espírito do Bert Hellinger”, declarou Ricardo, ao reconhecer na postura livre e curiosa do convidado as mesmas qualidades que via no criador das Constelações Familiares.

Para ele, Marujo carrega o traço essencial da fenomenologia: a recusa em se deixar limitar por ideias fixas ou discursos cristalizados.

“Você é um ser fenomenológico e é por isso que você segue. Sua liberdade, sua recusa em entregar essa liberdade, sua alegria de continuar curioso e aprendendo, são profundamente inspiradoras”, pontuou.

Ricardo Mendes também rememorou sua convivência com Bert Hellinger em diversas ocasiões. Destacou a aversão do mestre alemão a qualquer tentativa de aprisionamento conceitual.

“A coisa que mais irritava o Bert era quando alguém o confrontava com algo dito há 15 anos, ao tentar colocá-lo dentro de um pensamento antigo. Ele já estava em outro lugar, com outros olhares”, completou.

O vice-presidente do CECS celebrou ainda a participação no mais recente livro de Joaquim Marujo – ‘A puta da evidência científica versus a ingênua fenomenologia sistêmica e psicológica nas Constelações Sistêmicas Familiares’. Mencionou um encontro especial ocorrido no Rio de Janeiro, que gerou identificação imediata entre ambos.

“Foi uma surpresa, uma alegria e uma honra poder contribuir com essa obra que já começa por quebrar todas as expectativas, inclusive pelo título”, afirma.

Ao encerrar sua fala, Ricardo Mendes expressou o desejo de reencontro e o reconhecimento por um companheiro de caminhada que mantém viva a essência da liberdade e da presença. “Uma alegria imensa poder estar contigo nesse momento.”

Joaquim Marujo agradece participação de Ricardo Mendes em nova edição de livro

Joaquim Marujo respondeu com carinho e reconhecimento às palavras do vice-presidente do CECS, Ricardo Mendes. Em tom informal e afetuoso, anunciou a chegada da terceira edição de sua obra, agora ampliada e com conteúdo adicional.

“Essa nova versão já está pronta, com muito mais conteúdo. São cerca de 60 páginas a mais, e por isso enviarei novamente o exemplar atualizado”, disse Marujo, referindo-se ao livro que conta com uma colaboração especial de Ricardo Mendes.

“Você continua a fazer parte desse parecer que adorei ter recebido. Precisava de alguém no Brasil que escrevesse algo significativo, e você foi a escolha natural. Era quem eu conhecia com mais proximidade e confiança”, assinalou Marujo.

Roseny Flávia Martins encerra encontro com agradecimento a Joaquim Marujo

No encerramento da live internacional promovida pelo Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), a diretora científica Roseny Flávia Martins dirigiu um agradecimento especial ao psicoterapeuta Joaquim Marujo. Destacou a profundidade e a relevância das reflexões compartilhadas ao longo do evento.

Em nome da instituição, Roseny ressaltou que a noite foi marcada por um conteúdo denso e transformador, que exigirá uma “digestão profunda” de todos os participantes, dada a amplitude de perspectivas sobre a abordagem fenomenológica das Constelações Sistêmicas.

Ela destacou que o encontro proporcionou uma expansão significativa da compreensão sobre o papel do constelador, sobre as sutilezas do campo sistêmico e sobre a responsabilidade ética que permeia a prática.

Em sua fala, Roseny enfatizou a importância de espaços como o CECS para a promoção de diálogos qualificados e para o fortalecimento de uma rede de profissionais comprometidos com a seriedade e a profundidade do trabalho sistêmico.

Convite à associação e à construção de uma rede de consciência

A diretora aproveitou o momento para convidar os participantes da live e aqueles que venham a assistir à gravação a se associarem ao CECS. Ela afirmou que a instituição mantém como compromisso central a promoção de encontros que ampliem a consciência coletiva, respeitem a diversidade e acolham a pluralidade de olhares e experiências no campo das Constelações.

Roseny expressou gratidão ao convidado especial Joaquim Marujo em nome de toda a equipe do CECS. Reforçou que eventos como este são fundamentais para a construção de um espaço de aprendizado contínuo e de fortalecimento da abordagem fenomenológica como um campo legítimo de estudo e intervenção.

Participantes da live internacional com professor Joaquim Marujo que teve como tema “Escrita e Cura: um encontro com as Constelações em Portugal” em evento promovido pelo CECS que discutiu a narrativa como instrumento terapêutico de autoconhecimento e transformação


Joaquim Marujo, PhD em antropologia social com extensa atuação como investigador e terapeuta transpessoal em Portugal e em outros países da Europa: “A alma não se controla. Ela se manifesta quando o facilitador sustenta o silêncio, respeita o tempo do cliente e permite que a dor revele seu sentido”

A presidente do Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), médica e psicoterapeuta Dagmar Ramos, especialista em medicina preventiva e social: “As Constelações transformaram as nossas práticas profissionais e têm impactado positivamente a existência de muitas pessoas”

A diretora científica do CECS e pesquisadora PhD Roseny Flávia Martins: “A noite foi marcada por um conteúdo denso e transformador, que exigirá uma ‘digestão profunda’ de todos os participantes, dada a amplitude de perspectivas sobre a abordagem fenomenológica das Constelações Sistêmicas”

A pesquisadora Erica Lopes Ferreira, cirurgiã-dentista formada pela UFPR que acumula produção científica nacional e internacional, mestre em Educação – Pedagogia Universitária destacou o volume expressivo da produção científica de Joaquim Marujo, com dezenas de artigos e publicações em jornais acadêmicos e de divulgação científica

Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS) – Assessoria de Comunicação – Contato para informações e entrevistas: (62) 9-8271-3500 (WhatsApp)

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