Homenagem do Encontro Nacional de Administração da Justiça, em Natal (RN), destaca contribuições da magistrada na aplicação de métodos humanizados para transformação social e reinserção de apenados. “Receber esse reconhecimento entre centenas de trabalhos é algo que sequer poderia imaginar como um sonho. Isso demonstra o impacto da Constelação Familiar como um campo de estudo sério e relevante nas pautas jurídicas brasileiras”, afirma. Dois estudos conduzidos pela juíza mostram relevância de iniciativas tanto no empoderamento feminino quanto na inclusão de comunidades de gêneros diversos. Presidente do CECS, Andréa Vulcanis celebra “conquista abrangente que fortalece a legitimidade dessa abordagem inovadora”
A juíza de Direito do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), Lizandra Cericato, foi homenageada com o Prêmio Enajus durante o Encontro Nacional de Administração da Justiça, realizado entre os dias 26 e 29 de novembro de 2024, em Natal (RN). O reconhecimento destaca sua contribuição no campo da Constelação Familiar e a aplicação no sistema penal brasileiro.
O prêmio foi concedido na categoria Pesquisa Empírica e ressaltou a relevância e a originalidade do trabalho da magistrada. “Receber esse reconhecimento entre centenas de trabalhos e ser vencedora na categoria de pesquisa empírica é algo que sequer poderia imaginar como um sonho. Isso demonstra o impacto da Constelação Familiar como um campo de estudo sério e relevante nas pautas jurídicas brasileiras”, comentou Lizandra.
Por conta de compromissos acadêmicos no Congresso Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito (Conpedi), realizado simultaneamente em Brasília, Lizandra não compareceu ao evento. O prêmio foi recebido em seu nome pelo juiz federal gaúcho José Luiz Terra, amigo e colega da magistrada.
Andréa Vulcanis celebra prêmio de Lizandra Cericato e destaca impacto das Constelações Sistêmicas na Justiça
A presidente do Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), Andréa Vulcanis, celebra a conquista da juíza Lizandra Cericato. Ela afirma que o prêmio recebido é um marco para as Constelações Sistêmicas, o que evidencia sua crescente relevância no campo jurídico.
“O reconhecimento do trabalho da juíza Lizandra Cericato com o Prêmio Enajus é um marco para as Constelações Sistêmicas e evidencia sua relevância no campo jurídico”, declarou. Para ela, o prêmio representa uma validação da importância da abordagem para a transformação da Justiça e para a promoção de práticas mais humanizadas no sistema penal.
A presidente destacou também o impacto significativo do artigo da juíza, que contribui para a discussão sobre novas metodologias no tratamento de apenados. “Essa conquista abrangente reflete o impacto transformador das Constelações Sistêmicas na Justiça e fortalece a legitimidade dessa abordagem inovadora”, completou.
Pedagogia Sistêmica transforma vidas no sistema prisional do RS
A aplicação de métodos baseados na Pedagogia Sistêmica e nas Constelações Familiares demonstra ser uma ferramenta promissora no sistema prisional do Rio Grande do Sul. Dois estudos conduzidos pela juíza Lizandra Cericato, destacam os impactos dessas iniciativas tanto no empoderamento feminino quanto na inclusão de comunidades de gêneros diversos.
O primeiro artigo, intitulado “Pedagogia Sistêmica no Sistema Prisional no Regime Fechado do Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier”, aborda o trabalho realizado com 27 mulheres encarceradas naquela instituição, na capital gaúcha. Durante três meses, os participantes frequentaram escritórios semanais de estudos e vivências sistêmicas, cujo objetivo era proporcionar uma nova forma de enxergar o passado, o presente e o futuro. O resultado foi considerado expressivo: mais de 97% das presas relataram ganhos significativos em autoestima, motivação e vontade de viver.
Segundo o estudo, a metodologia, fundamentada na Pedagogia Sistêmica (2007), mostrou-se eficiente em promover reflexões profundas e estimular mudanças comportamentais. “O índice de satisfação é uma evidência de que essas atividades podem contribuir para evitar a reincidência criminosa e oferecer às mulheres encarceradas uma perspectiva de fuga de suas vidas”, destaca Cericato.
O segundo artigo, com o título “Análise Comparativa de Frequência às Oficinas Sistêmicas do Projeto Justiça Sistêmica, Considerando a Diversidade de Comunidades de Gênero no Sistema Penal – RS/Brasil”, amplia o foco para a diversidade de gênero no sistema penal, analisa dados de frequência e satisfação de homens, mulheres e mulheres transgêneros em cinco estabelecimentos prisionais. Ao longo de 12 oficinas sistêmicas, realizadas em regime fechado, foram investigadas as respostas pedagógicas de cada grupo.
De acordo com Cericato, a pesquisa busca compreender como diferentes comunidades do gênero vivenciam as práticas sistêmicas e identificar possíveis adaptações para atender às especificidades de cada público. “É fundamental considerar a pluralidade de experiências no cárcere e garantir que todos os participantes se sintam coletados e impactados positivamente pelos escritórios”, afirmou a pesquisadora.
A pesquisa e sua relevância
Lizandra Cericato é reconhecida por idealizar o Projeto Justiça Sistêmica no Sistema Penal, uma iniciativa que combina práticas sistêmicas com uma abordagem científica rigorosa, validada por publicações em revistas acadêmicas de alto padrão, como a Humanidades e Inovação (Qualis B2). Essa atuação tem impacto direto na reabilitação de pessoas privadas de liberdade e na promoção de uma justiça mais humanizada.
O prêmio reforça o destaque de Lizandra Cericato no cenário brasileiro. O Encontro Nacional de Administração da Justiça (Enajus) é uma das plataformas mais importantes para a troca de experiências e inovações na gestão do Judiciário ao reunir pesquisas de excelência de diversas partes do país.
Em mensagem nas redes sociais, a magistrada produziu uma citação inspiradora da ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Eleanor Roosevelt: “O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza dos seus sonhos”. A frase remete à visão de que o avanço da justiça depende da coragem para inovar.
Com essa conquista, Lizandra Cericato reafirma o papel da pesquisa empírica e da interdisciplinaridade na construção de um sistema de justiça mais eficaz e compassivo.
Reconhecimento da Constelação Familiar nas pautas científicas do Direito no Brasil
Receber o Prêmio Enajus representa para a juíza Lizandra Cericato mais do que uma simples premiação. É, para ela, uma validação do trabalho que tem sido desenvolvido ao longo dos últimos três anos, ao promover a inserção da Constelação Familiar – a abordagem terapêutica criada pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger – nas pesquisas e práticas do Direito no Brasil.
“Significa dar um lugar à Constelação Familiar nas diretrizes científicas do Direito no Brasil. Esse prêmio é um sonho realizado, e muito mais do que eu imagino. Ele valida o legado de Bert Hellinger, ao demonstrar que a pesquisa feita de forma aplicada, com vivência e experiência prática, é um caminho importante no desenvolvimento do Direito no país”, afirmou a juíza.
Lizandra Cericato destaca o caráter empírico e sério da pesquisa que realizou, na medida em que foi reconhecida por uma das maiores autoridades jurídicas do país. Isso representa uma adicional necessidade para ser considerada uma metodologia viável e eficaz dentro do sistema penal. Ela afirma que o reconhecimento não é apenas pessoal, mas também um reflexo de todo o trabalho coletivo desenvolvido junto a outros especialistas e instituições.
“Receber esse prêmio é, de fato, a confirmação de que conseguimos, ao longo desses anos, realizar um trabalho sério e fundamentado, com acompanhamento científico. Agora, vejo que a Constelação Familiar finalmente encontra seu espaço nas diretrizes científicas do Direito no Brasil, o que é um marco importante para a justiça restaurativa e terapêutica”, completou.
Ao longo dos últimos três anos, o projeto de Lizandra Cericato, intitulado Justiça Sistêmica, tem aplicado a abordagem da Constelação Familiar em presídios do Rio Grande do Sul, com o objetivo de resgatar a autoestima e promover a autorresponsabilidade entre os detentos, especialmente mulheres e pessoas trans. O trabalho mostrou resultados expressivos, com altos índices de aproveitamento e sinais claros de transformação na mentalidade dos participantes.
Com a continuidade da pesquisa, a juíza Lizandra Cericato se compromete a expandir as investigações e aprimorar as metodologias, com o objetivo de trazer resultados ainda mais significativos tendo em vista a redução da reincidência e da violência no sistema prisional.
Uma iniciativa transformadora no sistema penal do Rio Grande do Sul
O Projeto Justiça Sistêmica, coordenado pela juíza Lizandra Cericato, se destaca como uma iniciativa transformadora no sistema penal do Rio Grande do Sul. Com foco em escritórios sistêmicos aplicados em cinco estabelecimentos prisionais, o trabalho promove resgate da autoestima, do empoderamento e da capacidade de reestruturação interna dos detentos.
De acordo com Lizandra, os resultados foram marcantes no Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier e em um grupo transgênero de outra unidade prisional. “Foi um processo de empoderamento. Observamos as mulheres que resgataram a autoestima, reposicionaram-se diante de parceiros, familiares e filhos. Esse método permitiu que muitas reavaliassem as trajetórias, identificassem padrões de abuso e tomassem decisões para deixar esses ciclos repetitivos”, relatou a magistrada.
As oficinas sistêmicas proporcionaram aos participantes uma oportunidade de reflexão interna e compreensão das causas de seus comportamentos. “Trabalhamos com a autorresponsabilidade, mas não de forma punitiva, e sim fenomenológica. Buscamos compreender os fatores que levaram esses indivíduos aos padrões de delinquência. Oferecemos ferramentas para que eles possam, a partir de seu centro, fazer novas escolhas e, assim, ter uma nova chance”, explicou.
“Impacto vai além das estatísticas”
A pesquisa apresentou resultados significativos, com índices de aproveitamento superiores a 85% em todos os grupos atendidos. Além dos números, a juíza destaca a mudança no comportamento dos participantes, o que inclui a redução de violência e maior autoconsciência. “O impacto vai além das estatísticas. Estamos falando de mudanças profundas, perceptíveis, que indicam novas possibilidades de vida para essas pessoas”, pontuou Lizandra.
Apesar dos avanços, a juíza reconhece que há desafios a superar, como a falta de organização em algumas casas prisionais e a necessidade de maior conscientização da polícia penal sobre o papel pedagógico no cumprimento da pena. Para a próxima fase da pesquisa, o foco será mapear os índices de reincidência e ampliar a metodologia com ferramentas internacionalmente validadas.
“A Justiça Sistêmica não é apenas uma prática. É um movimento para transformar o sistema penal, indo além da proteção e promovendo a reabilitação e a humanização. Estamos criando um paradigma, no qual os detentos têm uma chance real de recomeçar”, avaliou Lizandra.
Os resultados qualitativos e quantitativos indicam avanços no comportamento dos detentos, com registros de redução na violência e mudanças perceptíveis nas escolhas de vida dos participantes. A pesquisa revelou aproveitamento médio de 86,71% entre homens; 85,42% entre mulheres trans e 84,64% entre mulheres cis.
A juíza considera os números notáveis tendo em vista as dificuldades enfrentadas, como a falta de conscientização sobre a função pedagógica da pena, a instabilidade emocional entre mulheres e mulheres trans, e falhas na logística para movimentação dos internos durante as atividades.
Justiça Sistêmica apresenta resultados promissórios no sistema prisional do RS
O projeto Justiça Sistêmica, coordenado pela juíza Lizandra Cericato, gerou resultados significativos no sistema prisional do Rio Grande do Sul. Entre 2021 e 2024, foram realizados 12 escritórios sistêmicos em cinco estabelecimentos prisionais diferentes, em uma abordagem inovadora e humanizada para detentos e detentas em regime fechado.
Os encontros, com duração média de 1h30 a 2 horas semanais, acontecem ao longo de três meses, com reflexões sobre os traumas e padrões comportamentais dos participantes. Uma análise qualitativa dos grupos revelou um aproveitamento médio superior a 85,42%, o que demonstra a efetividade da metodologia aplicada.
Esses resultados indicam que uma Constelação Familiar, quando adaptada às especificidades dos diferentes públicos, pode ser uma ferramenta transformadora na reabilitação e ressocialização de indivíduos encarcerados.
Apesar dos resultados expressivos, o projeto apresentou desafios relacionados à volatilidade nas frequências de participação. Entre as causas apontadas, destacam-se: Dificuldade de organização interna das casas prisionais, o que impacta a logística das atividades; déficit funcional, decorrente da falta de recursos humanos e materiais adequados; ausência de conscientização sobre a especificidade pedagógica da pena, tanto por parte dos agentes penais quanto da administração prisional; instabilidades emocionais e fisiológicas, especialmente entre mulheres cis e trans, causadas por alterações hormonais naturais.
A juíza Lizandra Cericato enfatiza que esses desafios ressaltam a necessidade de uma formação continuada para agentes penitenciários, alinhando-os às práticas pedagógicas propostas. “A constelação familiar, no contexto prisional, vai além do tratamento individual. Ela busca conscientizar o ambiente como um todo, envolvendo detentos, agentes e gestores em um processo de transformação conjunta”, explica a magistrada.
Embora a prática das constelações familiares no sistema penal não seja inédita, Lizandra apontou que seu diferencial está na implementação de uma metodologia científica rigorosa e na validação de seus resultados.
“Meu pioneirismo não está na aplicação em si, pois isso já vem sendo realizado pela professora Marilisia Eisenfeld. O diferencial é a introdução da Constelação Familiar no cenário da pesquisa jurídica científica, com publicações em revistas de alto padrão, como as variações no Qualis B2 pela Capes”, afirmou a magistrada.
A pesquisa foi validada em publicações científicas e reconhecida em eventos de destaque no campo jurídico, como o próprio Enajus e o Congresso Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito (Conpedi).
“Nosso trabalho foi reconhecido por doutores e pós-doutores que organizam esses eventos há décadas. Uma grande inovação está em transformar as Constelações Familiares em um tema legitimado nas diretrizes de pesquisa jurídica no Brasil, com resultados sólidos e metodologia validada”, destacou a magistrada.
A juíza Lizandra Cericato informa que apresentou, no último mês de junho, a evolução de sua proposta pedagógica ao consultor do Prêmio Innovare. Pelo terceiro ano consecutivo, o projeto está em fase de constatação, sendo reconhecido por sua abordagem única e eficaz.
O projeto, que já conta com cinco grupos em atividade — incluindo facções —, foi elogiado por consultores, que destacaram o impacto significativo do trabalho. “São relatos muito impressionantes”, afirmou a juíza, ao evidenciar o reconhecimento externo da proposta e os resultados positivos alcançados com os reeducandos.
Transformação e ressignificação de vidas: relatos do impacto do Projeto Justiça Sistêmica
O impacto dos escritórios do Projeto Justiça Sistêmica foi relatado com emoção por participantes. Em um ambiente onde traumas e padrões de comportamento são desafiados, os detentos narram transformações pessoais profundas.
“A importância de revisitar minhas origens”
Um dos depoimentos emocionantes veio de um participante de 66 anos. “Nesses encontros, percebi uma grande mudança na forma como eu via meu passado. Antes, era algo inexistente para mim. Com o tempo e as reuniões, entendi a importância de revisitar minhas origens e reconhecer o que me foi transmitido pelos meus ancestrais. Apesar disso, sei que tenho o livre-arbítrio de mudar e fazer escolhas que me permitam evitar os mesmos sofrimentos que eles enfrentaram”.
“Hoje, posso dizer que minha vida mudou consideravelmente”
Outro relato de um detento de 38 anos, recluso em Porto Alegre, diz: “Minha relação com meus pais sempre foi complicada. Até os 12 anos, morei apenas com minha mãe, e meu pai só aparecia em casa por motivos específicos, mas nunca me permitiu chamá-lo de pai. Esse ambiente gerou em mim mágoa e ressentimento. Com os escritórios do programa, aprendi a lidar com esses sentimentos e aplicar o que me foi ensinado. Hoje, posso dizer que minha vida mudou consideravelmente”.
“Disse à minha irmã que cuidar de si mesma não era um ato de egoísmo, mas de amor”
Outro participante do projeto relatou que a Justiça Sistêmica trouxe mudanças significativas não apenas para sua vida, mas também para a dinâmica de sua família. “Eu nunca tinha ouvido falar de Constelação Familiar. Mas, em um momento específico, a doutora pediu que eu ficasse em silêncio e me conectasse com minha infância. Algo muito forte aconteceu, parecia que ela enxergava a minha vida, e eu quase chorei. Mas, por causa do meu passado sombrio, isso era muito difícil para mim, especialmente diante de outros presos”, relatou.
O impacto foi tão profundo que o detento conseguiu usar o aprendizado em uma conversa com sua irmã, que enfrenta dificuldades pessoais fora do cárcere. Inspirado pelos escritórios, ele compartilhou com ela um dos princípios fundamentais que havia aprendido: a importância de cada pessoa assumir sua própria jornada e não carregar as dores e responsabilidades dos outros. “Ela estava cheia de dores e problemas, carregava responsabilidades que não eram mais dela. Disse a ela que cuidar de si mesma não era um ato de egoísmo, mas de amor”, relatou.
“Aprendi que o amor e o perdão são fundamentais para seguir em frente”
Outro participante dos workshops do projeto Justiça Sistêmica relatou como a experiência impactou profundamente seu relacionamento com a família, especialmente com a mãe. Após anos de dificuldades e distanciamento, ele encontrou nas dinâmicas da Constelação Familiar um caminho para o perdão e a reconciliação.
“Eu tive um passado cheio de atritos com minha mãe. Não fui criado por ela, e isso trouxe muitos transtornos na minha vida. Antes, eu carregava sentimentos difíceis. Hoje, mudei a forma como penso e sinto sobre ela”, explicou.
Ele destacou o poder transformador da abordagem na forma como enxergar o próprio passado. “Eu sei que não posso mudar o que fiz no passado, mas agora entendo que posso construir um presente diferente. Aprendi que o amor e o perdão são fundamentais para seguir em frente”, pontuou.
“Percebi que já sou adulto e que preciso deixar de lado a postura de filho dependente”
Detento há pouco mais de três meses, outro participante descreve como o contato com o projeto Justiça Sistêmica mudou sua forma de lidar consigo mesmo e com sua família. Antes do programa, as visitas familiares eram marcadas por estresse e desentendimentos.
“Eu não sabia lidar com minha família. Às vezes, nem ia às visitas. Quando eles vinham, eu acabava descontando minha frustração neles”, relembra.
Com o início das oficinas de constelação familiar, ele relata que passou por um processo gradual de compreensão e de transformação. “No começo, eu não entendia muito bem, mas decidi me entregar. Algo estava sendo oferecido para mim, algo que poderia mudar minha forma de pensar e ver o mundo”, relatou.
Ele afirma que a prática ajudou a considerar o papel das dinâmicas familiares e a importância de abandonar os padrões de comportamento infantil. “Percebi que já sou adulto e que preciso deixar de lado a postura de filho dependente. Isso me ajudou a entender que, enquanto eu mudo, minha família também precisa de tempo para processar essa transformação”, concluiu.
Os depoimentos refletem o alcance do projeto Justiça Sistêmica, que utiliza ferramentas como as Constelações Familiares para promover mudanças significativas na vida dos participantes, ajudando-os a reestruturar vínculos e a assumir um novo papel em suas histórias.
Lizandra Cericato: uma trajetória de inovação no sistema penal brasileiro
A juíza de Direito do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), Lizandra Cericato, se destaca por sua atuação inovadora ao unir a Justiça Sistêmica e a ciência na busca por soluções transformadoras para a gestão de conflitos no sistema penal. Ela possui 26 anos de carreira na magistratura e é servidora da instituição há 30 anos.
Pesquisadora externa pelo Núcleo de Pesquisa em Direito Sistêmico (Nupedia) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Lizandra contribuiu significativamente para a produção acadêmica na área. Seus estudos foram publicados em revistas científicas de alto padrão, como a Humanidades e Inovação, da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), definidas como Qualis B2. Além disso, seus trabalhos foram apresentados em congressos de grande relevância no Direito, como o Encontro Nacional de Administração da Justiça (Enajus) e o Congresso Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito (Conpedi).
Lizandra possui uma formação sólida que integra diferentes áreas do conhecimento. Especialista em Direito Sistêmico para a Resolução de Conflitos pela Faipe (MT). Certificada em Constelação Familiar pela Escola Alemã Metaforum Internacional e pelo Instituto Koziner, com extensão universitária pela Hellinger Schulle/Innovare, referência mundial em Constelações Sistêmicas.
Lizandra é formada em Psicologia Positiva. Atualmente, ela cursa mestrado em Ciências Quânticas pela University of Technology (IN). Também é professora em cursos de pós-graduação e mestrado em Ciências Quânticas, oferecidos pela Sim Educacional/Innovare-SP.
Atua como formadora na Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam). Contribui para a qualificação de juízes na execução penal, especialmente no modelo Apac (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados), que enfatiza a humanização no sistema prisional.
Membro da Academia Brasileira de Justiça Filosófica Sistêmica, Lizandra Cericato também se destaca como palestrante internacional. Aborda temas relacionados ao Direito Sistêmico e às práticas sistêmicas em diversos países.
Escritora e entusiasta da disseminação de seus conhecimentos, Lizandra Cericato é uma referência no Brasil e no exterior, especialmente na aplicação de abordagens sistêmicas no Direito e no sistema penal.

Por conta de compromissos acadêmicos no Congresso Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito (Conpedi), realizado simultaneamente em Brasília, Lizandra não compareceu ao evento em Natal (RN): O prêmio foi recebido em seu nome pelo juiz federal gaúcho José Luiz Terra, amigo e colega da magistrada

Por conta de compromissos acadêmicos no Congresso Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito (Conpedi), realizado simultaneamente em Brasília, Lizandra não compareceu ao evento em Natal (RN): O prêmio foi recebido em seu nome pelo juiz federal gaúcho José Luiz Terra, amigo e colega da magistrada

O prêmio foi concedido na categoria Pesquisa Empírica e ressaltou a relevância e a originalidade do trabalho da magistrada (nas fotos, em ação em presídios): "Receber esse reconhecimento entre centenas de trabalhos e ser vencedora na categoria de pesquisa empírica é algo que sequer poderia imaginar como um sonho. Isso demonstra o impacto da Constelação Familiar como um campo de estudo sério e relevante nas pautas jurídicas brasileiras"
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